As cotações do milho, em Chicago, reagiram um pouco durante a semana, com o bushel do cereal, para o primeiro mês cotado, fechando a quinta-feira (22) em US$ 6,88, contra US$ 6,77 uma semana antes.

 

Existe pressão da colheita nos EUA a qual, até o dia 18/09, havia atingido a 7% da área esperada, contra 8% na média histórica para a data. Por outro lado, naquela data 52% das lavouras de milho estadunidenses estavam entre boas a excelentes condições, contra 53% na semana anterior. Outras 27% estavam regulares e 21% ficavam entre ruins a muito ruins.

Na Europa, fontes locais indicam que a safra de milho da União Europeia, neste ano, deverá ficar em 51,9 milhões de toneladas, o que representa um recuo de 21,4% sobre as projeções feitas em maio passado. O clima quente e seco no verão europeu é a causa principal desta quebra. Se confirmada, esta seria a menor safra de milho da União em 15 anos, sendo 26% menor do que a colheita de 2021, a qual atingiu a 70,2 milhões de toneladas.(cf. Coceral)

Já aqui no Brasil, os preços do cereal cederam um pouco, com a média gaúcha, no balcão, recuando para R$ 83,82/saco, enquanto nas demais praças nacionais os preços oscilaram entre R$ 65,00 e R$ 85,00/saco.

Por sua vez, na B3 o fechamento do dia 21/09 registrou os seguintes valores: novembro/22 à R$ 89,49/saco; janeiro/23 à R$ 93,20; março/23 à R$ 95,90; e maio/23 à R$ 95,70/saco.

Dito isso, o plantio da nova safra de verão de milho, ano 2022/23, atingia, no dia 15/09, a 22,1% da área esperada no Centro-Sul brasileiro, ficando um pouco acima do semeado um ano antes, nesta época. O mesmo está sendo puxado pelo Rio Grande do Sul, que já atingiu a 35% da área até o dia 15/09, contra a média histórica de 40%. Por enquanto, as condições climáticas são favoráveis, sendo que a maior preocupação dos produtores é com o controle da cigarrinha. (cf. AgRural e Emater/RS)

Especificamente no Paraná, a chuva atrasa o plantio da safra de verão do cereal. Até o início da presente semana a área plantada atingia a 47% do esperado, sendo que o Estado calcula semear 406.446 hectares de milho verão. (cf. Deral)

Ao mesmo tempo, no Mato Grosso do Sul a Famasul corrigiu para cima sua estimativa de produção, para o milho safrinha deste ano, colocando a mesma em 11,5 milhões de toneladas, contra as anteriores 9,34 milhões. O motivo foi o aumento na produtividade média verificada, a qual saltou para 96 sacos/hectare, contra os anteriores 78,1 sacos. Quanto ao preço local, na semana anterior o saco do cereal alcançou R$ 72,21, com um aumento semanal de 2,5%. Mesmo assim, em termos médios de setembro, o produto está com seu preço 12,4% abaixo da média de setembro de 2021. Até o momento, os produtores sul-matogrossenses negociaram 42% de toda sua safrinha, ficando 26 pontos percentuais abaixo do verificado no mesmo período do ano passado.

Pelo lado do comércio externo nacional, nos 11 primeiros dias úteis de setembro o Brasil exportou 3,73 milhões de toneladas de milho, volume que ultrapassa em 30,9% o total exportado em todo o mês de setembro de 2021. O preço obtido pela tonelada foi de US$ 286,90, ou seja, 53,1% acima do recebido no mesmo período do ano passado.

Enfim, em termos de importação, nos mesmos 11 dias úteis do corrente mês, o país comprou, no exterior, 254.113 toneladas de milho, ou seja, 62,3% a mais do que o importado em todo o mês de setembro do ano passado. O preço da tonelada importada recuou 11%, se estabelecendo em US$ 216,40.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



 

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