As cotações do milho, em Chicago, subiram um pouco nestes primeiros dias de março, demonstrando que há uma resistência para o primeiro mês romper o piso de US$ 4,00/bushel de forma consistente. Assim, o fechamento desta quinta-feira (07), para o primeiro mês cotado, ficou em US$ 4,26/bushel, contra US$ 4,15 uma semana antes.

EM QUEDA

A média de fevereiro fechou em US$ 4,23/bushel, sendo 6,2% mais baixa do que a de janeiro. Entre outubro/23 e fevereiro/24 a média caiu 13,3% para o primeiro mês cotado. Dito isso, o mercado esperava o relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado neste dia 08/03, o qual iremos comentar com detalhes no próximo boletim.

Também aqui o mercado espera com mais atenção os relatórios de intenção de plantio e de estoques trimestrais, previstos para 28/03. Por sua vez, os embarques de milho dos EUA, na semana encerrada em 29/02, somaram 1,1 milhão de toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado.

Com isso, os EUA já embarcaram, no atual ano comercial, um total de 20,6 milhões de toneladas, ou seja, 35% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. E no Brasil, os preços continuam estáveis, ainda com certo viés de baixa.

A média gaúcha fechou a semana em R$ 51,80/saco, enquanto as principais praças trabalharam com R$ 50,00. Nas demais regiões brasileiras os preços oscilaram entre R$ 38,00 e R$ 57,00/saco. E na B3 o contrato futuro de maio fechou o dia 06/03 em R$ 58,40/saco e o de julho em R$ 57,44/saco.

Com a colheita de verão, o clima transcorrendo bem para a safrinha, apesar da redução de área semeada, e estoques razoáveis vindos do ano anterior, os preços encontram dificuldades para subir no país. Aliás, os compradores esperam que os preços recuem ainda mais quando entrar a safrinha a partir de junho. Todavia, isso dependerá do volume da mesma e do ritmo das exportações.

Em tal contexto, também no milho há divergências nas estimativas de produção final. A mesma vem oscilando entre 110,3 e 124,4 milhões de toneladas nos últimos dias. (Cf. Pátria AgroNegócios, AgResource, Conab, StoneX)

A projeção mais pessimista espera 28 milhões de toneladas na safra de verão, 80 milhões na safrinha e 2,3 milhões na terceira safra. (cf. Pátria AgroNegócios) Já a mais otimista estima que a safra de verão chegue a 25,9 milhões de toneladas, porém, a safrinha atingiria a 96,3 milhões, enquanto a terceira safra ficaria em 2,2 milhões de toneladas. (cf. StoneX)

Em termos de colheita da safra de verão, a mesma teria alcançado 49% no Centro-Sul brasileiro, na virada do mês, enquanto o plantio da safrinha batia em 86% da área esperada. (cf. AgRural)

Para o Rio Grande do Sul, espera-se uma colheita de verão ao redor de 5,2 milhões de toneladas, após as intempéries. Mesmo assim, 31,5% acima da frustrada safra do ano anterior. (cf. AgRural) A colheita da mesma chegava a 68% da área, contra 52% na média histórica, em 29/02. (cf. Emater) E no Mato Grosso, 90% da área de safrinha estava semeada na entrada de março, contra a média histórica de 88,9%. (cf. Imea)

Enfim, as exportações brasileiras de milho, em fevereiro, ficaram em 1,71 milhão de toneladas, com recuo de 24,7% sobre o mesmo mês do ano anterior. O preço médio da tonelada recuou 19,1% em um ano, ficando em US$ 241,20.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Dr. Argemiro Luís Brum

Site: Ceema UNIJUÍ

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