Enquanto o Real brasileiro se valorizava 6,6% do dólar na semana, fazendo com que o milho brasileiro perdesse competitividade no mercado internacional, a Argentina desvalorizava a sua moeda em 5,8%, abrindo uma diferença entre eles de 12,4%, tornando o milho argentino mais atraente no mercado internacional.

Isto deverá provocar uma redução nos volumes exportados dentro de 45/60 dias, em agosto, que é o tempo que leva desde a contratação até o embarque de um contrato de exportação.

Com isto, aumentou a disponibilidade interna e os preços recuaram 4% nesta primeira semana de junho, como mostram as cotações e os gráficos do Cepea, acima. O gráfico ao lado, elaborado pela XP Agro, também ilustra as baixas exportações desde ano até o momento, apuradas pelo SECEX.

A grande pergunta é: para onde irá o dólar no Brasil?

A maior parte das corretoras de câmbio e investidores estão vendendo reais e comprando dólares neste momento, como informa o relatório sobre câmbio, elaborado pela Reuters, dos nossos boletins de trigo e soja. Alguns acreditam em dólar a R$ 4,70 no final deste ano. Somente o Bank of América é franco comprador de reais neste momento, porque acredita que possa chegar perto de R$ 6,00/US$.

Melhoras na área política e no controle da pandemia estão recuperando a economia brasileira, que começa a reabrir os mercados, fortalecendo o real contra o dólar. Se isto continuar, como parece que vai, teremos uma moeda mais fortalecida e mercadorias brasileiras menos competitivas no mercado internacional, inclusive o milho, podendo haver um reajuste para menor nas expectativas de exportação deste cereal país para esta temporada e maior disponibilidade interna do produto, provocando preços menores à medida que este processo for ocorrendo, com a conseqüente tendência de baixa dos preços.

O movimento contrário, de médio e longo prazos, viria da quebra de safra pela seca, como mostram relatórios de diversas consultorias. Á medida que estas quebras forem se confirmando, é possível que, mesmo com dólar baixo, os preços subam, diante dos compromissos financeiros das integrações, que não podem parar.

No RS preços permaneceram entre R$ 47,00-48,50 FOB no interior e R$ 45,00 no porto para exportação em fevereiro

Na semana passada com a expectativa de quebra na safrinha houve mais volumes, mas, nessa semana, com a revisão de que aparentemente a safrinha será de fato boa, preços novamente ensaiam uma baixa. Na média segue acima dos R$ 46,00, oscilando entre 47,00 e R$ 48,50.

Os preços para exportação, para entrega em fevereiro de 2021 sobre rodas no porto de Rio Grande recuaram um real/saca para R$ 45,0/saca, segundo informações de mercado. Para o milho disponível os agricultores continuam a R$ 43,00 em Cachoeira do Sul, recuaram para R$ 42,60 em Ijuí, permaneceram a R$ 42,00 em Panambi, subiram para R$ 41,25 em Passo Fundo e permaneceram em R$ 43,00 em Santa Rosa e R$ 40,00 em Santo Ângelo.

Santa Catarina comprou 25.000 tons de milho do MS nesta semana

Com preços do milho girando ao redor de 45+ ICMS, o estado comprou 25.000 toneladas do Mato Grosso do Sul, nesta semana, segundo informações de corretor daquele estado. A maior procura por milho se seguiu à alta do farelo de soja, cujo preço atingiu R$ 1.800,00 CIF, com ICMS incluso. Farelo diferido foi coado a R$ 1.720,00/t FOB no estado, alta de 1,77% na semana.

Os preços para os produtores, por sua vez, no mercado de balcão, recuaram para R$ 42,00 em Campos Novos, R$43,50 em Canoinhas, R$ 42,50 em Mafra, R$ 43,25 em Chapecó e R$ 42,50/saca em Concórdia.

No Paraná, os preços ficaram inalterados no dia, mas em queda média de um real/saca na semana

Os produtores aproveitaram os bons preços de contrato de Safrinha a R$ 39/40,00, no Norte do estado, realizaram boas vendas e agora aguardam definição da safra e oportunidades melhores. Muitos deles estão capitalizados pelas vendas antecipadas da soja e, portanto, pretendem segurar a comercialização do milho até pós colheita.

No Oeste os preços seguem mais frouxos com aproximação da chegada da safrinha. Apesar da quebra significativa no estado, sempre existe o impacto da entrada de produto novo. Os compradores estão estocados e seguem na retaguarda, com poucas indicações. No período
saíram negócios de R$ 46/44.00 dependendo da logística e prazo de pagamento.

Na região dos Campos Gerais, Leste do estado, o preço do milho foi de R$ 45,00 no spot, R$ 44,00 posto nas fábricas para junho e R$ 45,00 milho futuro posto fábrica.

No Centro-Oeste, mais voltado para a exportação, mercado fraco com a queda do dólar

No Mato Grosso da safra 2020/2020 foram negociadas apenas 20.000 toneladas na semana, volume considerado fraco diante das médias das semanas anteriores. O mercado foi se ajustando ao câmbio em queda, provocando pouca movimentação na semana. Os preços ficaram entre R$ 30,00 e R$ 35,00/saca. O mesmo aconteceu para a safra 2021/2021, que também comercializou apenas 20.000 toneladas, diante do recuo do câmbio, a preços entre R$ 28,00 e R$ 33,00/saca.

No Mato Grosso do Sul foram negociadas apenas 25.000 toneladas de milho disponível, 100% para o mercado interno do Oeste de Santa Catarina, a preços de R$ 45,00 CIF no início da semana e R$ 44,00 nesta sexta-feira.

Em Goiás, um estado que vende a maior parte do seu milho para exportação, foram comercializadas apenas 3.000 toneladas da safra 2020 e 21.000 toneladas (também considerado um volume baixo) para a safra 2021. Os preços ficaram ao redor de R$ 38,50 em Cristalina, R$ 39,00 em Jataí e R$ 39,00 em Rio Verde.

Na Bahia, LAM, os preços subiram um real/saca durante a semana: começaram com R$ 37,00 e acabaram a R$ 38,00/saca, mas com pouco movimento, segundo informações do mercado local.



Fonte: T&F Agroeconômica

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