As lavouras de milho no Rio Grande do Sul apresentam cenário heterogêneo, condicionado pela irregularidade das precipitações na segunda quinzena de novembro até 08/12. O déficit hídrico afetou os cultivos entre o pré-florescimento e o enchimento inicial de grãos, diminuindo o potencial produtivo especialmente em áreas conduzidas em regime de sequeiro.

As chuvas recentes contribuíram para a recomposição da umidade do solo e para a retomada do crescimento vegetativo em áreas ainda fora do pico reprodutivo. Porém, nas lavouras mais danificadas, a capacidade de reversão das perdas já estabelecidas está limitada, uma vez que o número de grãos por espiga e a eficiência da polinização já foram definidos.

Em áreas irrigadas, os impactos foram atenuados, mas as altas temperaturas afetaram ligeiramente o potencial.

Nas lavouras mais tardias e em desenvolvimento vegetativo (26%), de modo geral, a condição fisiológica está melhor em virtude da recomposição da umidade no solo. Os cultivos em maturação (8%) não foram afetados. A área colhida é incipiente, limitando-se a lavouras de autoconsumo.

O estado fitossanitário é considerado satisfatório. Contudo, em algumas regiões, há relatos de ataque mais intenso de ácaros e de cigarrinha-do-milho, o que obrigou os produtores a adotar práticas integradas, como aplicações de inseticidas químicos e produtos biológicos.

Estima-se o cultivo de 785.030 hectares e produtividade de 7.370 kg/ha, segundo a Emater/RS-Ascar.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os volumes de chuva foram bastante desiguais. Na Fronteira Oeste, em São Borja e Maçambará, foram registrados os menores acumulados, o que resultou em estresse hídrico significativo, levando ao secamento antecipado das plantas; a expectativa é de redução do peso dos grãos. As lavouras receberam irrigação periódica, sendo observada mudança de coloração abrupta nas áreas não atingidas pelo raio de ação dos pivôs. Alguns produtores possuem dificuldade para concluir a instalação da rede elétrica, e tem sido necessária utilização de geradores a diesel para manter os pivôs de irrigação em movimento, o que aumenta os custos. O monitoramento de insetos indica forte presença de cigarrinha nas lavouras, deixando os produtores em alerta para o manejo de cultivos tardios, que ainda estão em fase vegetativa, e para áreas de safrinha a serem implantadas no mês de janeiro. Na região da Campanha, os produtores retomaram a semeadura após o retorno das chuvas. A implantação na segunda quinzena de dezembro tem refletido em maior estabilidade de produção ao longo de muitos anos.

Na de Caxias do Sul, a umidade do solo e a turgidez das plantas foram restabelecidas com as chuvas ocorridas entre os dias 08 e 10/12. Ainda há expectativa de bons rendimentos, apesar de algumas perdas ocasionadas pelo período seco. Nas regiões da Serra e das Hortênsias, as áreas foram semeadas de forma escalonada, e há lavouras em todas fases. Nos Campos de Cima da Serra, a semeadura ocorre em um período mais concentrado, e predomina a fase de pré-pendoamento.

Na de Erechim, a quantidade de adubo-insumos a ser utilizada na cultura está menor em relação a 2024, pois muitos agricultores implantam lavouras com recursos próprios. As precipitações recentes beneficiaram a cultura. Se mantida a regularidade das chuvas, a expectativa do rendimento deve superar 9.000 kg/ha.

Na de Frederico Westphalen, 5% dos cultivos estão em desenvolvimento vegetativo; 20% em floração; 70% em enchimento; e 5% em maturação. O acumulado de chuva do período poderá favorecer as lavouras que não estavam em momentos críticos de enchimento de grãos, mas os danos a área foliar não serão revertidos. O estado fitossanitário da cultura está apropriado, apesar da presença registrada de cigarrinha, que está em níveis baixos, sem impacto significativo.

Na de Passo Fundo, estão 50% em floração e 50% em enchimento de grãos. O potencial produtivo foi afetado pelo estresse hídrico recente, e as perdas serão avaliadas.

Na de Pelotas, o plantio foi retomado após o restabelecimento da umidade do solo e alcança 60%. Estão 73% das áreas em desenvolvimento vegetativo, 29% em florescimento, 2% em enchimento de grãos, 2% em maturação e 4% colhidos para autoconsumo nas propriedades.

Na de Santa Maria, o plantio retornou de forma limitada, pois ainda há áreas ocupadas com tabaco. Até o momento, pouco mais de 65% da área foi plantada. Em algumas regiões, como em Tupanciretã, há estimativas de perdas relevantes, ainda não quantificadas.

Na de Santa Rosa, nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, em parte das lavouras, o estresse hídrico resultou em perdas de produtividade de difícil reversão. A escassez de água coincidiu com as fases fenológicas mais sensíveis: floração, polinização e enchimento inicial de grãos (formação de espiga). As perdas ainda não foram quantificadas.

Na de Soledade, estão 25% em fase vegetativa, 35% em florescimento e 40% em enchimento dos grãos. A chuva do período restabeleceu a umidade do solo, e a cultura retomou o crescimento e desenvolvimento. A maior parte da área implantada foi semeada no cedo (agosto e setembro) e impactada pela estiagem. Contudo, as perdas ainda não foram quantificadas e variam conforme as condições de solo (descompactação, palhada, teor de matéria orgânica, entre outros fatores), além do fator genético (híbridos). Nas áreas monitoradas para o controle de cigarrinha-do-milho, há registros de aumento de infestação da praga em lavouras com semeadura tardia, o que exige controle químico sequencial, para evitar danos à cultura.

Comercialização (saca de 60 quilos) O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,71%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 62,17 para R$ 62,61.

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Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1898

Site: Emater RS

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