InícioDestaqueMilho-RS: Chuva prejudica o avanço e colheita alcança 25% da área cultivada

Milho-RS: Chuva prejudica o avanço e colheita alcança 25% da área cultivada

A incidência de chuva generalizada em todo o território estadual desempenhou papel fundamental no restabelecimento dos níveis de umidade do solo, que, anteriormente, em determinadas regiões, apresentavam-se como fatores restritivos ao desenvolvimento das lavouras. Contudo, o evento provocou a suspensão temporária das operações de colheita por alguns dias, e a área colhida evoluiu menos que nos períodos anteriores, alcançando 25%.

Os resultados continuam variáveis, e predominam produtividades abaixo da projeção inicial. Os ventos, em 16/01, ocasionaram danos de maior intensidade em algumas áreas, causando acamamento em lavouras. O plantio progrediu minimamente, alcançando 97% da área projetada.

O estado fitossanitário evidencia disparidades conforme a região e a época de plantio. No entanto, observou-se uma série de incidências, em maior ou menor grau, de patógenos ou pragas, em especial de cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), que ocasionou o enfezamento.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a ocorrência de chuvas beneficiou as lavouras de milho em diferentes estágios de desenvolvimento, abrangendo desde o vegetativo até o enchimento de grãos. A influência das precipitações foi mais evidente na Região da Campanha, onde os baixos níveis de umidade no solo já estavam afetando a cultura. Na Fronteira Oeste, em Alegrete, as atividades de colheita foram iniciadas, e as lavouras apresentam bom potencial.

Em Maçambará, a colheita abrange 45% da área cultivada, e as produtividades variam consideravelmente, situando-se entre 3.000 e 5.000 kg/ha, nas lavouras de sequeiro, e entre 7.000 e 8.000 kg/ha nas lavouras irrigadas. Em ambas as situações, os resultados têm frustrado as expectativas dos produtores, principalmente em razão da quebra nas áreas com excesso de umidade. Em São Gabriel, 10% das lavouras já foram colhidas e, nas áreas de plantio mais recente, há relatos abundantes de ataques de lagarta-docartucho e de rápido desenvolvimento de ervas daninhas.

Na de Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, predominam lavouras nas fases de floração e de enchimento de grãos. Entretanto, nas regiões da Serra e das Hortênsias, a janela de semeadura é mais ampla, o que resultou em lavouras em diversas fases de desenvolvimento. Em ambas as regiões, observa-se bom desenvolvimento e potencial produtivo das lavouras, exceto em algumas áreas onde os produtores optaram por híbridos
extremamente suscetíveis ao complexo de enfezamentos, transmitidos por cigarrinha-domilho, que tem acarretado significativas perdas.

Na de Erechim, 10% das lavouras encontram-se em fase de floração, 50% em fase de enchimento de grão, 30% em estágio maduro, e 10% foram colhidas ou aguarda-se a redução da umidade dos grãos para efetuar a operação. A produtividade varia entre 4.000 e 11.000 kg/ha, sendo abaixo do esperado. Em alguns municípios, relatos indicam perdas de mais de 30% na produtividade projetada no plantio. Em Itatiba do Sul, os produtores que implantaram as lavouras mais cedo enfrentaram as maiores perdas; já em áreas mais tardias, a produtividade está dentro da normalidade.

Na região, houve ataques de cigarrinha-do-milho e doenças do colmo; os ventos intensos das últimas semanas contribuíram para a queda de plantas nas lavouras. Na de Ijuí, a área colhida atingiu 40%, mas o processo ocorreu em ritmo lento em razão da elevada umidade no solo e da demora na perda de umidade dos grãos, decorrente dos grandes volumes de chuvas e dos dias nublados, que prevaleceram durante o período.

A produtividade ficou significativamente abaixo das expectativas iniciais, e há considerável variabilidade entre diferentes híbridos. Essa redução da produtividade foi atribuída ao ataque de cigarrinha-do-milho e a bacterioses. O período de chuvas intensas e de dias nublados favoreceu o desenvolvimento de estria bacteriana (Xanthomonas), que possui potencial significativo para causar perdas de produtividade. Alguns híbridos demonstraram ampla variação de suscetibilidade à doença, e as perdas chegam a 60% do potencial produtivo.

Cabe destacar que não há produtos eficazes para o controle da doença, agravando o risco de perdas. Na de Pelotas, em Santana do Boa Vista, as chuvas, embora acompanhadas por ventos moderados a fortes, foram benéficas para as lavouras. Em muitas localidades, a precipitação era necessária para manter o potencial produtivo da cultura. As lavouras emergidas e em desenvolvimento vegetativo estão passando por tratos culturais, como adubações nitrogenadas em cobertura, controle de plantas daninhas e combate a lagartas. A incidência dessas pragas é elevada, e os produtores estão enfrentando desafios por causa da insuficiência das estratégias de controle químico.

Na de Soledade, as lavouras implantadas no cedo encontram-se em maturação fisiológica e maturação de colheita. Apenas 1% foi colhido, apresentando ótimos rendimentos e qualidade de grãos. As lavouras em granação e em maturação foram beneficiadas pela reposição de umidade nos solos. As chuvas recentes propiciaram a realização de aplicações de adubos nitrogenados em lavouras com implantação tardia. O monitoramento e controle de lagarta-do-cartucho e de cigarrinha-do-milho estão em andamento; nesta safra, a incidência de enfezamento está menor.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, conforme o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, teve queda de 8,80%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 60,20 para R$ 54,90.

Fonte: Emater/RS



 

Equipe Mais Soja
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