A colheita avançou de forma significativa, e a área colhida aumentou de 16% para 28% da projetada. As lavouras em colheita, semeadas entre agosto e outubro, em sua maioria, não enfrentaram restrições hídricas. Os resultados iniciais são favoráveis, superando, em muitos casos, o potencial produtivo estimado. Mesmo nas lavouras em florescimento, afetadas pelo período seco de novembro, as perdas observadas foram inferiores às quebras inicialmente previstas.

Na região Centro-Oeste do Estado, nas áreas cultivadas mais tardiamente, observam-se os impactos da estiagem, especialmente nas lavouras em floração e enchimento de grãos. Projeta-se uma redução na produtividade e, em alguns casos, as lavouras estão sendo redirecionadas para forrageamento direto ou produção de silagem. Na Região Leste, a frequência de chuvas mantém-se próxima à normalidade, não afetando significativamente as lavouras em fases produtivas.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, a colheita avançou sem restrições significativas, e os trabalhos foram rapidamente retomados após as chuvas, mesmo com aumento da umidade dos grãos, visando liberar áreas para o plantio das culturas de safrinha, principalmente soja e, em menor escala, milho. Em São Borja, 80% das lavouras foram colhidas; em Maçambará, 50%.

Em Manoel Viana, as áreas da primeira safra, estabelecidas até o início de setembro, não enfrentaram estresse hídrico significativo durante o ciclo e apresentam produtividades dentro da média inicial, variando de 5.400 kg/ha a 8.400 kg/ha em sequeiro, e superando 12 mil kg/ha nas áreas irrigadas. Entretanto, as lavouras tardias implantadas a partir de outubro, em Santana do Livramento e São Gabriel, apresentam perdas expressivas. Algumas, sem potencial produtivo, estão sendo diretamente destinadas ao forrageamento animal. Nas lavouras onde o estresse hídrico afetou o período reprodutivo, a produção de silagem foi a principal alternativa adotada.

Na Campanha, em Hulha Negra e Aceguá, as chuvas – superiores a 30 mm –, entre os dias 16 e 19/01, beneficiaram as lavouras e permitiram a retomada e finalização do plantio. Também recomeçou o controle de plantas daninhas. Já a aplicação de fertilizantes nitrogenados e potássicos em cobertura ainda depende de novas chuvas para maior eficiência.

Na de Caxias do Sul, a disponibilidade hídrica e o potencial produtivo estão momentaneamente irregulares. Nas áreas com predomínio de latossolo vermelho, as elevadas perdas de água por evapotranspiração e por precipitações desiguais, tornam o quadro menos favorável. No entanto, as chuvas recentes, de intensidade bastante variável, contribuíram temporariamente para a reposição da umidade do solo e para a manutenção da turgidez das plantas.

Na de Erechim, 80% das lavouras estão na fase de formação e enchimento de grãos, e 20% foram colhidas. A produtividade nessas áreas supera as expectativas iniciais de 9 mil kg/ha.

Na de Frederico Westphalen, 10% das áreas estão na fase de enchimento de grãos, 30% em maturação, e 60% colhidos. Apesar do cenário de estresse hídrico em diversos pontos da região, cerca de 80% do potencial produtivo da cultura está consolidado, não sendo esperado um impacto significativo. As produtividades das primeiras áreas colhidas têm superado 10 mil kg/ha, confirmando as estimativas otimistas para a cultura, que foi amplamente favorecida pelas condições ambientais, especialmente pela adequada disponibilidade hídrica ao longo de seu ciclo.

Na de Ijuí, 25% das lavouras foram colhidas; 51% estão em maturação; e 24% em enchimento de grãos. Devido à redução das precipitações, algumas lavouras inicialmente destinadas à produção de grãos estão sendo convertidas para silagem; em Catuípe, 300 hectares foram revertidos para a produção da forragem conservada.

Na de Pelotas, 48% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo, 28% em florescimento, 10% em enchimento de grãos, 2% em maturação, e 13% colhidos.

Na de Santa Maria, 50% da área cultivada encontra-se em período reprodutivo, e pode ser afetada pela baixa disponibilidade hídrica. O plantio de áreas destinadas à sucessão póscolheita do tabaco permanece estagnado, o que pode acentuar a redução da área semeada com milho. O manejo fitossanitário demanda atenção especial devido à incidência de cigarrinha na cultura.

Na de Santa Rosa, 2% das lavouras estão em fase vegetativa, 1% em floração, 3% em enchimento de grãos, 22% em maturação, e 71% colhidos. A produtividade média está em 7.495 kg/ha, com destaque para as lavouras irrigadas, que apresentam excelente desempenho. A colheita acelerou devido ao clima seco, surpreendendo positivamente as lavouras de sequeiro. As perdas de produtividade na região são estimadas em 11,5%, influenciadas por fatores, como solo, variedade e época do plantio. A implantação do milho safrinha e silagem foi retomada nas áreas com maior precipitação.

Na de Soledade, no Baixo Vale do Rio Pardo, as lavouras semeadas entre agosto e outubro estão em colheita (6%). A produtividade varia de 3.600 a 9.000 kg/ha. As de menor produção foram afetadas pela estiagem, e os produtores buscam cobertura do Proagro. Estima-se que cerca de 60% das lavouras devam manter o potencial produtivo próximo ao projetado. As lavouras de semeadura tardia, em resteva de tabaco, milho silagem e feijão, apresentam sinais de estresse causados pela estiagem, como folhas enroladas nas horas mais quentes. Porém, como a maior parte das áreas está na fase vegetativa, ainda não é possível quantificar perdas.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 1,89%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 66,74 para R$ 68,00.

Confira o Informativo Conjuntural n° 1851 Emater/RS completo, clicando aqui!

Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1851

Site: EMATER RS

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