Durante o período, as condições climáticas melhoraram, permitindo o avanço da colheita, especialmente em pequenas produções, onde a operação manual foi mais viável. Nas áreas com colheita mecanizada, o processo ocorreu à medida que os grãos alcançaram níveis adequados de umidade, garantindo uma trilha mais eficiente e reduzindo os danos mecânicos. Na metade Norte do Estado, a colheita praticamente foi concluída, e estima-se que, na média estadual, alcançou 94% da área cultivada.
Em termos de produção, a área estimada, em novembro de 2023 pela Emater/RSAscar, abrangia 812.795 hectares; a produção prevista era de 5.202.976 toneladas; e a produtividade, de 6.401 kg/ha. Após as chuvas e as enchentes, que iniciaram em maio, estimase que a área afetada totalize 113.700 hectares, resultando em perdas de produção de 354.189 toneladas. A nova projeção indica que, após o evento, a produção será de 4.848.786 toneladas, e a produtividade estadual se reduzirá para 5.966 kg/ha.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, restam a ser colhidos os cultivos destinados predominantemente para o autoconsumo, que se encontram maduros e prontos para colheita. Conforme a necessidade, os produtores realizam a colheita e fornecem os grãos aos animais. Além das perdas relacionadas às condições ambientais desfavoráveis durante o período de enchimento dos grãos, as chuvas contínuas das últimas semanas ocasionaram a ocorrência de podridões na base da espiga, principalmente em áreas afetadas por cigarrinha no início do ciclo, e podridões nos grãos, em híbridos com problemas de empalhamento. Em Candiota, o excesso de umidade levou à germinação de grãos na espiga em algumas lavouras.
Na de Caxias do Sul, a sequência de dias com tempo seco favoreceu o avanço da colheita. No entanto, a qualidade dos grãos que permaneceram na lavoura, durante esse período, está severamente comprometida, e há alta incidência de grãos germinados, ardidos e mofados. Como consequência, o rendimento médio da safra caiu para 6.590 kg/ha.
Na de Frederico Westphalen, a colheita foi concluída, e a produtividade média é de 6.644 kg/ha, representando redução próxima de 26% em relação à expectativa inicial. Observou-se uma amplitude significativa nas produtividades obtidas dentro da própria região, influenciada por altas precipitações, ventos fortes e doenças.
Na de Ijuí, a cultura encontra-se em estágio avançado de colheita e apresenta crescente redução na produtividade e na qualidade do produto final. A colheita foi realizada em 99% da área.
Na de Pelotas, a colheita avançou lentamente. As lavouras maduras apresentam perdas significativas de qualidade devido ao excesso de umidade, resultando em grãos germinados, mofados e ardidos. Cerca de 44% foram colhidos, mas houve redução considerável na produtividade, atualmente estimada em 2.578 kg/ha. Esperam-se mais quedas em função das chuvas contínuas.
Na de Santa Maria, a colheita está em processo de finalização. A expectativa inicial de produtividade estava estimada em 5.734 kg/ha. Contudo, após as enchentes, a produtividade apurada está em 3.942 kg/ha, e as perdas estão estimadas em cerca de 56 mil toneladas de milho na região.
Na de Santa Rosa, a colheita atingiu 98% da área, restando apenas 2% na fase de maturação do grão. A produtividade média inicial esperada era de 8.590 kg/ha (incluindo lavouras de sequeiro e irrigadas de milho safrinha e safra). Porém, em razão das condições climáticas adversas durante o período de desenvolvimento e de floração do milho safrinha, a produtividade média foi reduzida para 5.520 kg/ha, representando queda de 35,3%.
Na de Soledade, a colheita alcançou 73% da área cultivada. Apesar da melhora nas condições climáticas, em relação ao milho tardio, os produtores aguardam para realizar a operação em períodos mais prolongados de tempo firme para reduzir o teor de umidade dos grãos e viabilizar a colheita mecânica. O excesso de umidade nos grãos também dificulta o processo de armazenagem, pois precisam passar por operações de pré-limpeza e secagem para manter a qualidade do produto.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, conforme o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, teve pequena redução de 0,07%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 57,34 para R$ 57.30.
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Fonte: Emater/RS