A área semeada permanece em 89% em razão da persistente escassez de chuvas, por três semanas, até 07/12. A onda de calor intensificou a evapotranspiração e reduziu a umidade disponível no perfil do solo.

O estresse hídrico atingiu lavouras em todas as fases, com efeito mais marcante nas áreas em estádio reprodutivo (60%), período considerado crítico para a definição de produtividade. Nessas áreas, há perdas no potencial produtivo e na qualidade. Porém, a magnitude desses danos varia conforme a região, as condições de solo e o material genético utilizado.

Nas lavouras irrigadas, o desenvolvimento da cultura está excelente, favorecido pelas temperaturas noturnas, indicando potencial produtivo acima da média. Em áreas de sequeiro, observa-se porte irregular das plantas, associado à competição com azevém e às oscilações climáticas recentes. As lavouras de ciclo hiperprecoce, implantadas antecipadamente, iniciam a fase de maturação fisiológica.

As condições fitossanitárias continuam adequadas, mas a baixa umidade do solo dificultou a aplicação de fertilizantes nitrogenados e potássicos em cobertura. Adicionalmente, a falta de umidade limitou a realização do controle químico de plantas daninhas, cuja incidência é significativa em algumas regiões. Registra-se ocorrência pontual de lagartas e cigarrinha-do-milho, ainda em níveis baixos e sem impacto relevante sobre a cultura.

Estima-se o cultivo de 785.030 hectares e produtividade de 7.370 kg/ha, segundo a Emater/RS-Ascar.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, nota-se diferença nos efeitos do estresse hídrico conforme a cultivar utilizada: alguns materiais ainda estão verdes até a base, e outros com clorose nas folhas inferiores. Também se destacam as lavouras com mais cobertura de palha, com maiores níveis de matéria orgânica e sem camada compactada, fatores que aumentam a capacidade da cultura de resistir a períodos sem chuva. Em São Borja, as primeiras lavouras de híbridos com ciclo mais curto atingem a fase de maturação (cerca de 15%) e apresentam potencial produtivo satisfatório, sendo pouco impactadas pela falta de chuvas. Nos demais cultivos do município, onde não há irrigação, já se estimam perdas devido à falta de chuvas. Na região da Campanha, como a maior parte das áreas está em fase de crescimento vegetativo, os efeitos da estiagem foram minimizados.

Na de Frederico Westphalen, 20% estão em desenvolvimento vegetativo; 26% em floração; 51% em enchimento; e 4% em maturação. O estresse hídrico pode ter causado perda de produtividade na região, ainda sujeita à confirmação.

Na de Ijuí, 9% estão em desenvolvimento vegetativo, 42% em estágio de florescimento, 46% em emissão do pendão, e 3% em maturação. A falta de umidade por um período prolongado prejudicou a polinização da cultura, e se observam espigas em desenvolvimento com parte dos óvulos sem fecundação no ápice da espiga. Nas lavouras em fase de enchimento de grão, ocorreu redução do acúmulo de reservas nos grãos, os quais apresentam tamanho reduzido e crescimento interrompido.

Na de Passo Fundo, 10% dos cultivos estão em desenvolvimento vegetativo e 90% em floração. A restrição hídrica pode afetar o potencial produtivo.

Na de Pelotas, o plantio alcança 52% do planejado. Estão 78% das áreas em desenvolvimento vegetativo, 20% em florescimento e 2% em enchimento de grãos.

Na de Santa Maria, a semeadura está paralisada. Até o momento, pouco mais de 60% da área foi plantada; o restante será implantado após a colheita do tabaco. A falta de umidade ocasionou estresse hídrico em áreas em fase de pendoamento. Estão 39% dos cultivos em germinação e crescimento vegetativo; 33% em floração; 26% em enchimento de grãos; e 2% em maturação.

Na de Santa Rosa, a semeadura do cedo está finalizada, e chega a 90% da área prevista para semeadura de milho. Estão 5% das lavouras em estado vegetativo; 13% em floração; 73% em enchimento de grãos; e 9% em maturação. A predominância da fase reprodutiva intensificou a sensibilidade do milho ao déficit hídrico. Contudo, os níveis de danos variam conforme o manejo de conservação do solo. Mesmo na mesma localidade e regime de chuvas, as áreas subsoladas, com melhor estrutura física, maior teor de matéria orgânica, rotação de culturas e uso de plantas de cobertura, apresentam maior capacidade de mitigação do estresse, devido à melhor infiltração e retenção de água no perfil. Já as plantas em solos compactados, com menor matéria orgânica e ausência de cobertura vegetal, exibem maior estresse, aceleração da senescência foliar e perdas produtivas mais expressivas.

Na de Soledade, estão 28% dos cultivos em fase vegetativa, 31% em florescimento, 39% em enchimento dos grãos, e 2% já em maturação. As três semanas seguidas sem chuvas e as temperaturas elevadas ocasionaram estresse hídrico, de intensidade variável conforme o manejo efetuado.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 0,81%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 62,68 para R$ 62,17.

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Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1897

Site: Emater RS

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