As cotações do milho, em Chicago, ficaram relativamente estáveis nesta semana, com o fechamento desta quinta-feira (01/06) atingindo a US$ 5,92/bushel, contra US$ 5,90 uma semana antes.

O plantio do milho nos EUA, no dia 28/05, alcançava a 92% da área esperada, contra a média histórica de 84% naquela data. Afora isso, 69% das lavouras semeadas apresentavam condições entre boas a excelentes, outros 26% estavam regulares, e apenas 5% estavam em condições entre ruins e muito ruins.

Quanto às exportações estadunidenses do cereal, os embarques na semana encerrada em 25/05 atingiram a 1,31 milhão de toneladas, ficando no nível superior da expectativa do mercado. Com isso, as vendas totais de milho, até o momento do atual ano comercial, chegam a 28,7 milhões de toneladas, correspondendo a 32% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior.

E na Argentina, o governo local atualizou partes do protocolo chinês de importação de milho, visando iniciar efetivamente as exportações do cereal para o país asiático. “O primeiro protocolo de exportação de milho, da Argentina para a China, foi assinado em 15 de fevereiro de 2012 e, depois, atualizado em 24 de novembro de 2014.

Porém, até agora não houve embarques efetivos do cereal devido à dificuldade de os exportadores argentinos cumprirem todas as exigências chinesas. Com esta atualização se espera que as vendas de milho argentino para a China venham a ocorrer. Em 2022, a
Argentina exportou 34,5 milhões de toneladas de milho. Seus principais compradores foram Vietnã (5,3 milhões de toneladas), Coreia do Sul (4,7 milhões de toneladas), Peru (3,05 milhões de toneladas), Argélia (2,58 milhões de toneladas), e Malásia (2,57 milhões de toneladas). (cf. La Nacion)

E no Brasil, os preços continuaram em baixa. No Rio Grande do Sul a semana fechou na média de R$ 54,48/saco, sendo que nas principais praças gaúchas o valor ficou em R$ 51,00/saco. Enquanto isso, nas demais praças nacionais os preços giraram entre R$ 39,00 e R$ 53,00/saco. Já na B3, o mês de maio terminou com recuo de 14% nos valores dos contratos mais próximos, ficando entre R$ 53,88 e R$ 62,09/saco.

Dito isso, a colheita da segunda safra avançou mais um pouco no Mato Grosso, único Estado que iniciou o processo, tendo atingido a 0,8% da área local no dia 25/05. Segundo a AgRural a safra total brasileira de milho deverá atingir a 127,4 milhões de toneladas, sendo que a safrinha alcançará 97,9 milhões.

Especificamente no Mato Grosso, o custo do frete entre Sorriso e o porto de Santos aumentou. Embora o mesmo tenha indicado um recuo de 6,9% no último mês, com o frete ficando em R$ 446,57/tonelada, em média, devido ao recuo do preço do cereal nos últimos meses, “a relação entre o frete Sorriso a Santos e o preço do milho base Sorriso no mesmo período ficou em 59,03%, o que representa uma alta de 3,14 pontos percentuais frente a abril/23 e 23,53 pontos percentuais acima do ano passado.

Espera-se uma piora neste quadro a partir do avanço da colheita, quando a demanda por caminhões aumentará, enquanto o preço tende a baixar. (cf. Imea) Em termos gerais, a Conab divulgou, nesta semana, que a colheita da safra de verão de milho atingiu a 81,8% da área, “com destaque para São Paulo e Santa Catarina (100%), Minas Gerais (99%), Paraná (98%), Rio Grande do Sul (93%), Goiás (92,6%), Bahia (73%), Piauí (35%) e Maranhão (34%).

Quanto à safrinha, a colheita teria chegado a 0,4%, sendo que 36,3% do milho desta safra estava em fase de maturação E no Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul, o preço do saco de milho recuou mais 5,3% na semana entre os dias 17 e 24 de maio, ficando em R$ 42,06, sendo que até aquela semana apenas 21% da safrinha local havia sido comercializada.

E contrariando as projeções, aqui citadas anteriormente, a consultoria StoneX estima uma produção final de milho, no Brasil, em 133,75 milhões de toneladas, com a segunda safra devendo atingir a 102,9 milhões de toneladas. Para a citada consultoria, o consumo interno de milho ficaria em 81 milhões de toneladas e as exportações em 48 milhões, ambos volumes recordes. Mesmo assim, os estoques finais de milho, no Brasil, subirão para 16,2 milhões de toneladas, levando a relação estoque/uso para 12,6%. Enfim, a Anec indicou embarques de milho, em maio, ao redor de 437.343 toneladas, contra um milhão de toneladas em maio de 2022.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



 

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