Não é apenas o mercado externo que está de olho no milho brasileiro; as indústrias do mercado interno também, porque precisam cobrir cerca de 45 dias até chegar o grosso da disponibilidade da segunda safra (Safrinha). A disputa destes dois mercados fez os preços subirem cerca de 4 reais/saca nas últimas duas semanas.
No RS percebe-se claramente que os compradores do mercado interno estão mais ativos. “Nem falei com ninguém da exportação” nos disse um corretor que negociou bons lotes nesta semana, mas que sentiu a retração dos vendedores quando o mercado começou a subir. Neste momento há mais compradores que vendedores, nos disseram. Os negócios foram só no mercado spot; no mercado futuro, com a queda dos prêmios, não houve negócios. Durante a semana, no melhor momento o preço no porto atingiu R$ 42,00/saca.
Em SC o mercado de milho esteve muito nervoso durante toda a semana. “Todas as ofertas que havia no mercado foram negociadas”, nos disse um corretor local. Os preços chegaram a R$ 37,50/saca no diferido. Não houve ofertas de milho tributado (de outros estados). Os compradores estão curtos de estoque e as chuvas estão atrapalhando a colheita. Então, para garantir o estoque, é melhor pagar o preço e foi o que os compradores fizeram nesta semana.
No PR houve pouca oferta de milho. O mercado continuou muito travado junto às indústrias compradoras, que ofereciam preços entre R$34,00 – R$35,00 nos Campos Gerais para milho disponível, e R$ 33,0 CIF fábrica para junho.
A princípio a conversa é que estavam compradas até a safrinha e compradas de milho da safrinha, mercado interno aprendeu a comprar milho da safrinha antecipado. Com isto a atividade maior foi para exportação, com preços entre R$38,00 – R$38,50 sobre rodas no porto. O vendedor, com soja melhorando de preços, deu uma segurada no milho, e milho safrinha só entra em agosto/final de julho. Então foi preciso “sensibilizar” o vendedor para vender.
No MS a segunda-feira foi de mercado bem morno, mas terça e quarta, animado. Milho spot teve preços de até R$ 31 foi pago e saindo aproximadamente 20.000 toneladas. Milho futuro saiu a R$28,50 e R$29,00 julho/ago para exportação, em torno de 50.000 toneladas, mercado firme. Milho 2020 não houve nada.
Ocorreu também mercado de Paranaguá com comprador pagando R$ 40,00 em junho, comprando umas 100.000 toneladas do MT e PR, porque do MS foi muito pouco.
Com exceção de julho, todos os meses fecharam em queda
Com a honrosa exceção de julho, todos os demais fecharam em queda nesta quarta-feira. A pesquisa diária do Cepea registrou alta de 1,26% na média das cotações da B3, elevando os ganhos do mês para incríveis 12,40%. Com isto, julho fechou em alta de 0,04%, setembro fechou em queda de 0,15%, novembro 0,14%, janeiro e Março de 2020 com 0,16%, maio a setembro 0,15%.
O início da colheita de milho Safrinha, tanto no Paraná, como no MS, aumenta a disponibilidade da oferta no mercado interno e mantém as cotações e os preços andando de lado, na melhor das hipóteses. Por outro lado, se intensifica a demanda da exportação.
O Índice T&F/Alphamar de programação de navios desta semana registrou aumento de 102,57% nos embarques programados para os próximos dias, passando de 886.531,00 tons da semana passada para 1.795.885,00 tons, nesta semana.
Chicago: Atraso no plantio e fim da janela de plantio elevam cotações
Futuros de milho estão mostrando ganhos de 1 a 2 centavos na maioria dos contratos nesta quarta-feira. Vários contratos referentes aos meses mais próximos, excluindo julho, já tinha subido significativamente durante a noite.
O relatório de progresso da safra mostrou que a safra de milho dos EUA estava 58% plantada até domingo, o ritmo mais lento no registro e bem atrás da média de 90%. A maior parte do ritmo lento está no Corn Belt, como Illinois onde o plantio estava apenas 35% completo, com Indiana e Ohio 22% plantado.
A data de plantio do seguro final para esses Estados é 5 de junho. Também estavam atrasados Iowa (76%) e a maior parte do Minnesota (66%) onde a data é 31 de maio. Nebraska (81%) e a maior parte do Dakota do Norte (63%) e Sul Dakota (25%) já ultrapassaram a sua data de plantio final, de 25 de maio. Os produtores podem plantar depois das respectivas datas (que o mercado é encorajador), mas a cobertura de seguro diminui a cada dia.
Fonte: T&F Agroeconômica