São conhecidas cerca de 60 espécies de Caruru a nível Global, das quais 10 apresentam importância agrícola no Brasil (Zanatta et al., 2008), sendo algumas delas o Amaranthus hybridus; A.palmeri; A. retroflexus e o A. viridis.

Além do fato de algumas espécies do gênero Amaranthus apresentarem resistência conhecida a herbicidas no Brasil (Heap, 2021), a elevada capacidade competitiva dessas plantas daninhas, conferem alta agressividade a elas, tornando extremamente difícil o manejo do caruru.

Características como rápido crescimento e desenvolvimento, em conjunto com um vasto sistema radicular, fazem do caruru uma daninha altamente competitiva por recursos como radiação solar, água e nutrientes do solo. Fisiologicamente, o caruru é considerada uma planta com sistema fotossintético C4, o que lhe proporciona grande capacidade de competição principalmente quando comparadas com culturas C3 (Penckowsk et al., 2020).

Figura 1. Sistema radicular de uma planta de caruru.

No Brasil há relatos de crescimento de até 4 cm a 6 cm por dia em algumas plantas, mas nas áreas infestadas é comum encontrar plantas de diferentes tamanhos, em função das condições encontradas para seu desenvolvimento (Gazziero & Silva, 2017). Características como essa aumentam a habilidade competitiva do caruru, resultando em elevados danos em culturas agrícolas.

Conforme destacado por Penckowsk et al. (2020), em condições de campo, o Amaranthus hybridus pode causar redução de produtividade de até 80% em soja e milho dependendo da infestação. Quando observamos os dados do Amaranthus palmeri, os valores são ainda mais alarmantes, podendo essa planta daninha causar redução de produtividade superiores a 91% em milho.

Conforme destacado pelo Professor da UFSM – Santa Maria, André Ulguim, uma planta de caruru por metro quadrado de área pode causar reduções de produtividade variando entre 4 e 8% em soja, sendo assim, podemos dizer que o caruru é tão preocupante quanto Buva (Conyza spp.) e capim-amargoso (Digitaria insulalris) no sistema de produção agrícola.


Veja mais: MISSÃO CARURU – Episódio 10 – Resistência do Caruru aos herbicidas


Confira abaixo mais um episódio do MISSÃO CARURU com as dicas e contribuições do professor da UFSM, André Ulguim.


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Referências:

GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 16/07/2021.

HEAP, I. THE INTERNATIONAL HERBICIDE-RESISTANT WEED DATABASE, 2021. Disponível em: < http://www.weedscience.org/Pages/Species.aspx >, acesso em: 16/07/2021.

PENCKOWSK, L. H. et al. ALERTA! CRESCE O NÚMERO DE LAVOURAS COM Amaranthus hybridus RESISTENTE AO HERBICIDA GLIFOSATO NO SUL DO BRASIL: O PRIMEIRO PASSO É SABER IDENTIFICAR ESSA ESPÉCIE! Revista FABC, Abril/Maio, 2020. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/ebook/REVISTA-Fabc.pdf >, acesso em: 16/07/2021.

ZANATTA, J. F. et al. TEORES DE ÁGUA NO SOLO E EFICÁCIA DO HERBICIDA FOMESAFEN NO CONTROLE DE Amaranthus hybridus. Planta Daninha, Viçosa, MG, v.26,n. 1, p. 143-155, 2008. Disponível em: < https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/372514/1/Teores0001.pdf >, acesso em: 16/07/2021.

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