Com elevado potencial em causar danos a culturas como soja e milho, reduzindo significativamente a produtividade delas, o caruru (Amaranthus spp.) é uma planta daninha cujo controle é indispensável em culturas agrícolas. O caruru possui grande habilidade competitiva e enorme capacidade em produzir sementes, podendo uma planta produzir mais de 600.000 sementes (Penckowsk et al., 2020).

Dentre as principais ferramentas disponíveis para o controle de plantas daninhas, podemos destacar os herbicidas pós-emergentes. Entretanto, com o crescente número de casos de resistência de espécies de caruru a herbicidas, em algumas situações o controle com o uso de herbicidas tradicionais tem sido prejudicado.


Veja mais: MISSÃO CARURU – Episódio 13 – Casos de Resistência no Brasil


Além da adoção de boas práticas agronômicas como a utilização de sementes certificadas, a limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas e a boa cobertura do solo, o uso de herbicidas pré-emergentes tem contribuído para o manejo e controle do caruru, atuando diretamente no banco de sementes do solo, reduzindo os fluxos de emergência do caruru.

Além dessas ferramentas, novas tecnologias, em especial as biotecnologias podem contribuir expressivamente para o manejo e controle do caruru. Conforme destacado por Aldo Merotto – UFRGS em mais um episódio da MISSÃO CARURU, uma dessas biotecnologias é a transgenia da soja, que possibilita o uso de herbicidas pós-emergentes até então não utilizados em pós-emergência da cultura.

Atuando como novas tecnologias, cultivares modernas de soja possibilitam a utilização de herbicidas como o 2,4-Dglifosato, Glufosinato de Amônio e Dicamba para o controle de plantas daninhas em pós-emergência na cultura da soja. Como principais efeitos tem-se a flexibilização do controle do caruru, principalmente se tratando de espécies que não apresentam resistência conhecida a esses herbicidas.

Embora ainda não muito difundida, o uso da biotecnologia contento tolerância da soja ao herbicida Dicamba já está aprovado desde 2016 no Brasil, assim como a biotecnologia contendo a tolerância aos herbicidas 2,4-D, glifosato e glufosinato de amônio desde 2017 (Girardeli, 2019).

Quadro 1. Eventos transgênicos de tolerância a herbicidas na cultura da soja. 

Fonte: Girardeli (2019)

As novas tecnologias contendo a tolerância ou resistência da soja a diferentes herbicidas podem auxiliar no manejo de plantas daninhas de difícil controle como o caruru. Entretanto, dependendo do produto utilizado, é necessário maior cautela para prevenir danos colaterais, principalmente os oriundos da deriva dos defensivos. Cabe destacar que grande parte dessas novas tecnologias vem acompanhadas de ferramentas para atenuar os problemas como a deriva, transmitindo maior segurança para uso.

Embora biotecnologias como a tolerância da soja a herbicidas pós-emergentes não representem a solução para o problema trazido pelo caruru, quando utilizadas de forma conjunta a práticas como o uso de herbicidas pré-emergentes, a produção de palhada, a rotação de culturas, o uso de sementes certificadas e a limpeza de máquinas, podem contribuir de forma significativa para a redução das infestações de caruru, possibilitando o melhor manejo e controle da planta daninha.

Confira abaixo mais um MISSÃO CARURU com as dicas do professor Aldo Merotto.


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Referências:

GIRARDELI, A. L. SOJA TOLERANTE AOS HERBICIDAS GLYPHOSATE, GLUFOSINATE E 2,4-D. Mais Soja, 2019. Disponível em: < https://maissoja.com.br/soja-tolerante-aos-herbicidas-glyphosate-glufosinate-e-24-d/ >, acesso em: 13/08/2021.

PENCKOWSKI, L. H. et al. ALERTA! CRESCE O NÚMERO DE LAVOURAS COM Amaranthus hybridus RESISTENTE AO HERBICIDA GLIFOSATO NO SUL DO BRASIL O PRIMEIRO PASSO É SABER IDENTIFI CAR ESSA ESPÉCIE! Revista FABC – Abril/Maio 2020. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/ebook/REVISTA-Fabc.pdf >, acesso em: 13/08/2021.

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