Com elevada capacidade competitiva e alta agressividade, o caruru pode causar redução de produtividade de até 79% na cultura da soja se a espécie em questão for o Amaranthus palmeri Gazziero & Silva (2017). Conforme destacado por Klingaman & Oliver (1994), dependendo da espécie de caruru, infestações de uma planta por metro quadrado podem reduzir a produtividade da soja em até 32%.
Além da elevada agressividade, características como ciclo fotossintético C4, rápido crescimento e desenvolvimento, assim como elevada produção de sementes, fazem do caruru uma planta daninhas de difícil manejo e controle. Conforme observado por Cortés (2015), uma planta de Amaranthus hybridus pode produzir mais de 200 mil sementes, as quais são facilmente dispersadas principalmente por máquinas e equipamentos agrícolas.
Conforme destacado por Aldo Merotto, Professor UFRGS – Eldorado do Sul, em mais um episódio da Missão Caruru, a elevada produção de sementes do cururu contribui para o estabelecimento e um grande banco de sementes no solo, o que aliado aos vários fluxos de emergência da planta daninha principalmente nos períodos de primavera e verão, favorecem o estabelecimento de infestações de caruru em áreas de cultivo.
No Brasil, o Amaranthus hybridus, umas das espécies mais comuns de caruru, especialmente nas regiões Sul do país, já apresenta resistência múltipla aos herbicidas chlorimuron-ethyl, e glyphosate (Heap, 2021), fato preocupante do ponto de vista de controle e que torna necessário maior atenção ao manejo da daninha. Sendo assim, conforme destacado por Aldo Merotto, uma das principais estratégias para controle do caruru é reduzir os fluxos de emergência da daninha através de uma adequada cobertura do solo com palhada.
Por se tratar de uma planta fotoblástica positiva, as sementes de cururu cobertas com palhada apresentam dificuldade para germinar, reduzindo assim os fluxos de emergência da daninhas. Ainda que o controle químico do caruru possa ser realizado por meio do emprego de herbicidas, Merotto destaca que a palha exerce influência significativa no controle do caruru, atuando na redução dos fluxos de emergência da planta daninha em diversos períodos do desenvolvimento da soja.
Confira abaixo mais um episódio do MISSÃO CARURU.
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Referências:
CORTÉS, E. ALTERNATIVAS DE CONTROL DE Amaranthus hybridus L. Kunth “Yuyo colorado”. Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuaria, Hoja de información Técnica, N. 46, 2015. Disponível em: < https://www.aapresid.org.ar/blog/alternativas-para-control-de-amaranthus-hybridus-yuyo-colorado/ >, acesso em: 18/06/2021.
GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 18/06/2021.
HEAP, I. The International Herbicide-Resistant Weed Database, 2021. Disponível em: < http://weedscience.org/Pages/Species.aspx >, acesso em: 18/06/2021.
KLINGAMAN, E. T.; OLIVER, L. R. Palmer Amaranth (Amaranthus palmeri) Interferência na soja (Glycine max). Weed Science, vol. 42, n. 4, 1994. Disponível em: < https://www.jstor.org/stable/4045448?seq=1 >, acesso em: 18/06/2021.