O Manejo e controle de plantas daninhas é essencial para evitar a matocompetição, e com ela a redução da produtividade de culturas agrícolas como soja, milho, trigo e algodão entre outras. O potencial de interferência de plantas daninhas na produtividade de culturas depende de fatores como densidade populacional da daninha, espécie infestante, estágio de desenvolvimento da cultura em que ocorre a matocompetição, entre outros.
Conforme observado por Fontes & Gonçalves (2009), caso nenhuma ação de controle seja realizada, a interferência de plantas daninhas pode resultar em perdas de produtividade superiores a 80% na cultura do milho. Dentre as principais espécies de plantas daninhas que infestam culturas agrícolas, buva (Conyza spp.), capim-amargoso (Digitaria insularis) e caruru (Amaranthus spp.) são destaque na maior parte das lavouras brasileiras.
Embora possa haver distintas espécies de caruru, características gerais como rápido crescimento e desenvolvimento, assim como elevada produção de sementes e grande habilidade competitiva, contemplam a maioria das espécies do gênero Amaranthus. Segundo Gazziero & Silva (2017), o Amaranthus palmeri, ou caruru-gigante como é popularmente conhecido, quando em competição com a cultura durante todo o seu ciclo de desenvolvimento, pode ocasionar perdas de produtividade no milho superiores a 91%, 79% na soja e 77% em algodão.
Já espécies pertencentes a família Poaceae, conhecidas vulgarmente como gramíneas além de apresentar grande capacidade competitiva, se destacam pela dificuldade de controle, especialmente as espécies que por característica apresentam a formação de touceiras e significativa capacidade de rebrote.
Figura 1. Capim-amargoso (Digitaria insularis) resistente a herbicidas.
Tendo em vista o grande impacto negativo ocasionado pela presença de plantas daninhas em meio a culturas agrícolas, o controle eficiente dessas plantas é indispensável para a obtenção de altas produtividades e a manutenção do potencial produtivo da cultura. Com relação a perspectivas futuras para o controle de plantas daninhas, Mário Bianchi, CCGL, destaca que o controle mais robusto e eficiente de Poaceae (gramíneas) é esperado, principalmente se tratando de espécies com resistência conhecida a herbicidas inibidores da EPSPs (Glifosato) e inibidores da ACCase.
Ainda que espécies com elevado potencial dispersivo e grande habilidade competitiva se destacam juntamente com gramíneas, segundo Bianchi, em termos de controle, as perspectivas apontam maior preocupação com relação a gramíneas. Já para as demais plantas daninhas, especialmente as consideradas dicotiledôneas, o acesso a tecnologias que permitam a utilização de herbicidas auxínicos, principalmente em pós emergência, pode auxiliar de forma significativa no manejo e controle de espécies resistentes ao glifosato.
Veja mais: MISSÃO CARURU – Episódio 33 – Herbicidas pós-emergentes para o controle de caruru
Pensando em médio/longo prazo, além do controle eficiente de daninhas, é essencial focar as atenções para o manejo da resistência de plantas daninhas a herbicidas, utilizando práticas de manejo integradas que possibilitem a redução dos casos de resistência e o manejo eficiente de plantas daninhas.
Confira Abaixo as dicas e contribuições de Mário Bianchi, no último episódio do MISSÃO CARURU.
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Referências:
FONTES, J. R. A.; GONÇALVES, J. R. P. MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO MILHO. Embrapa, Circular Técnica, n. 32, 2009. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/63986/1/CircTec-32-2009.pdf >, acesso em: 26/11/2021.
GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384., 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 26/11/2021.