Apesar de em ritmo moderado nas semanas mais recentes, os negócios com soja vêm apresentando boa evolução no Brasil. Mesmo com um cenário fundamental global de pressão, os produtores aproveitam os bons momentos para negociar. Bem capitalizados, aproveitam o bom momento, com prêmios elevados nos portos e Chicago em patamar ainda acima do esperado. O dólar, no entanto, segue sob pressão.
Levantamento de Safras & Mercado aponta a comercialização da safra 2024/25 de soja do Brasil envolvendo 64% da produção projetada, com dados recolhidos até 6 de junho. No relatório anterior, com dados de 9 de maio, o número era de 57%.
Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 71,8% e a média de cinco anos para o período é de 76,9%. Levando-se em conta uma safra estimada em 172,45 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 110,35 milhões de toneladas.
Levando-se em conta uma safra de 182,57 milhões de toneladas, Safras projeta uma comercialização antecipada de 10,8%, o equivalente a 19,73 milhões de toneladas. Em igual período do ano passado, a comercialização antecipada era de 14,6% e a média para o período é de 20,6%. O relatório anterior, de 9 de maio, indicava o comprometimento de 7,9%.
O mercado convive com a entrada da maior safra da história do Brasil e com a perspectiva de novo aumento de área na próxima temporada. Na Argentina, mesmo com problemas pontuais, a colheita vai se encaminhando com safra cheia.
Nos Estados Unidos, apesar do corte na área plantada, o plantio evolui sem maiores problemas e com condições das lavouras chegando a um número de 67% entre boas a excelentes. Merece atenção os números que serão divulgados dia 12 pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no seu relatório mensal. No dia 30, atenções para o levantamento de área plantada. A dúvida é saber se o corte confirma a indicação da intenção de plantio.
Os agentes seguem monitorando a política comercial imposta pelos Estados Unidos, principalmente as conversas com a China, a principal compradora de soja do mundo. A demanda pelo produto americano segue fraca, mesmo que a semana tenha sido marcada por notícias positivas, como a retomada das conversas entre Donald Trump e Xi Jinping.
Fonte: Dylan Della Pasqua / Safras News