B3: A exportação assustou e fez preços e cotações subirem
Nesta semana foram novamente fechadas grandes quantidades de milho para a exportação, no mercado físico, favorecidas pela alta do dólar e pela forte demanda do mercado internacional. Com isto, os compradores do mercado físico brasileiro tiveram que entrar na disputa e melhorar suas indicações, principalmente no Centro-Oeste do país, onde a exportação é mais forte, com reflexos nas cotações do mercado futuro de São Paulo.
Com isto, as cotações fecharam em alta, para o dia e para a semana: o vencimento julho/22 fechou a R$ 91,25, alta de R$ 1,23 no dia e alta de R$ 1,94 na semana nos últimos 5 pregões (semana); setembro/22 fechou a R$ 94,07 alta de R$ 1,26 no dia e de R$ 1,66 na semana e novembro/22 fechou a R$ 96,43 com alta de R$ 1,54 no dia e de R$ 2,33 na semana. Veja os demais resultados, na tabela de fechamento acima.
CHICAGO: Milho fechou em queda de -0,38% no dia, mas alta de 1,55% na semana, 4,28% no mês e 33,26% em 2022
A cotação do milho para julho22 é período de referência para a exportação brasileira, fechou em queda de 0,38% ou 3,0 cents/bushel a $ 785,25. A cotação para março 2023, referência para a safra de verão no Brasil, fechou em queda de 0,44% ou $ 3,25 cents ou a $ 736,25.
As cotações do milho recuaram, puxadas pela forte queda no trigo, mas também pela queda do petróleo e pelo fortalecimento do dólar, que reduziu a competitividade das exportações. As perdas foram limitadas pelo receio do clima, diante de um fim de semana prolongado; na segunda-feira é feriado de Juneteenth (fim da escravidão) no país.
Ontem, a Câmara dos Representantes aprovou um projeto de lei para permitir a venda de E15 (gasolina com mistura de até 15% de etanol) durante os meses de verão nos EUA. A venda da mistura atualmente é proibida entre 1º de junho e 15 de setembro por temores de que ela contribua para aumentar a poluição em dias quentes.
O preço médio semanal do óleo de milho do USDA foi de 76,17c a 77,50c/lb regionalmente. Isso é principalmente mais alto dos preços de 76c a 78.2c na semana passada. Os preços à vista do etanol foram de US$ 2,74/gal durante a semana com variação regional, comparados a US$ 2,72/gal na semana passada. O USDA viu os lances DDGS FOB da semana de US$ 290-US$ 302/t no golfo e US$ 332 no PNW para a semana até 17/06. Isso ficou estável para US$ 5/t mais baixo semana/semana.
O relatório semanal de CoT da CFTC mostrou que os Fundos estavam mudando as posições de vendidos de volta para comprados em milho durante a semana que terminou em 14/06. Isso deixou o grupo com 13.858 contratos comprados líquidos a mais, para 278,2 mil contratos. Os comerciais estavam adicionando hedges durante a semana, com o aumento de 13.160 contratos em aberto, reduzindo sua venda líquida em apenas 746 contratos.
O USDA relatou duas grandes vendas privadas de milho esta manhã, com exportadores privados vendendo 144.907 toneladas de nova safra para a Costa Rica e 105.644 toneladas de safra antiga para destinos desconhecidos.
A Planalytics estima a produtividade média nacional de milho em 177 bpa (11.903,44 kg/hectare), depois de aumentar o valor de Iowa de 0,5 para 201,1 (13.524,19 kg/hectare) e Illinois de 0,7 para 201,2 bpa (13.530,92 kg/hectare).
GIRO PELOS ESTADOS:
- RIO GRANDE DO SUL: Mercado segue parado, com preços estáveis
Semana termina com a paradeira no mercado de milho, sem negócios reportados. Preços indicados por compradores, melhoraram em função do câmbio, e agora estão na faixa de R$ 93,00 CIF Ijuí, Frederico e Santa Rosa, R$ 94,00 Chapecó, R$ 96,00 Marau, R$ 97,00 Arroio do Meio. As ofertas no mercado local estão em R$ 94,00 e R$ 95,00 FOB interior, ou seja, muito distantes umas das outras.
Preços de balcão, em Panambi, mantiveram-se em R$ 82,00 ao produtor.
No caso da colheita de milho, a Emater informa que o cereal foi retirado de 97% da área. Outros 3% seguem em maturação. A safra gaúcha de milho teve uma quebra de 32,0%, segundo a Conab, passando de 4,39 MT para 2,98 MT e deverá importar 4,0 MT até a próxima safra, em dezembro.
- SANTA CATARINA: Continuam os negócios no porto, que paga melhor
Milhos saindo alguma coisa para o porto, já que os preços estão bem mais interessantes. Mas não muito volume porque os prazos são bem distantes ainda. Os negócios foram a R$ 97,50/saca, pagamento no final de agosto e meados de setembro, respectivamente.
No mercado interno Campos Novos querendo vender a R$ 95,00 e compradores a R$ 92,00.
A safra catarinense de milho teve um aumento de 8,3%, segundo a Conab, passando de 1,98 MT para 2,14 MT e deverá importar cerca de 5 milhões de toneladas para atender as suas necessidades.
- PARANÁ: Mercados com pouca movimentação, mas preços em elevação
Mercado bem parado, nesta sexa-feira entre feriado e fim de semana. Ouvimos negócios ao redor de 10.000 toneladas em todo o estado. Algumas ofertas FOB Sudoeste e Oeste a R$ 90,00m mas não encontraram comprador. Na Ferrovia indicação de R$ 89,00, com vendedores a partir de 91. No porto compradores a R$ 97,00/saca.
- MATO GROSSO DO SUL: Preços recuam mais R$ 1,0/saca; produção 81,8% maior
Os preços dos compradores de milho no estado do Mato Grosso do Sul recuaram, em média, R$ 1,00/saca nesta quarta-feira, fixando-se em R$ 76,00/saca em Dourados, R$ 75,00 em Maracaju, R$ 74,00 em Sidrolândia, R$ 76,00 em Campo Grande, R$ 72,00 São Gabriel, R$ 72,00 Chapadão. Já os vendedores querem, de um modo geral, algo entre R$ 80/82,00/saca, de preferência FOB.
A produção de milho do Mato Grosso do Sul deverá ter um aumento de 81,8% em relação à safra passada, que sofreu forte quebra, passando de 1,30 milhões de toneladas para 11,45 milhões de toneladas, segundo a Conab.
- GOIÁS: Farm selling de 132.200 toneladas nesta semana no estado
Nesta semana foram negociadas 132.200 toneladas no estado, das quais 130.200 da safra 2022 e 2.000 da safra 2023. Os preços do estado são os que constam da tabela ao lado.
Os preços em Goiás estão muito competitivos, tanto para a exportação como para o mercado interno, inclusive dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, como mostramos na tabela ao lado. Hoje seria possível comprar milho a R$ 73 no sul do estado de Goiás, que chegaria a Santa Catarina ao redor de R$ 89,00/saca, mais ICMS, contra R$ 93,00 negociados no estado. No Rio Grande do Sul este milho chegaria ao redor de R$ 89,00, contra R$ 95 locais.
- MATO GROSSO: Colheita avançou para 26,97%, bem superior aos 3,91% do ano passado
A colheita da segunda safra de milho em Mato Grosso avançou 10,75 pontos na última semana e alcançou 26,97% da área plantada no Estado, segundo boletim divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O porcentual é bem superior ao apurado em igual período do ano passado, de 3,91%, e à média dos últimos cinco anos, de R$ 13,90%. Os trabalhos estão mais adiantados na região Médio Norte, onde já foram realizados em 32,53% das lavouras, e na Nordeste, concluídos em 27,12% das plantações.
MILHO BRASIL EXPORTAÇÃO SANTOS/TUBARÃO: Preços inalterados nesta sexta-feira
Os negócios de exportação de milho são feitos à base de prêmios, aqui reproduzidos. Nós calculamos os preços flat para dar uma ideia do valor das exportações para poderem ser comparados aos do mercado interno.
Os embarques para julho fecharam a US$ 340/t; agosto fechou a US$ 330; setembro fechou a US$ 330 e outubro não foi cotado, nos portos de Santos-SP ou Tubarão-ES. Os preços dos embarques em Barcarena/Itaqui mantiveram-se em US$ 327/t para agosto e setembro.
MILHO PARAGUAIO: Alta do dólar limita o interesse brasileiro
Interessante volume de negócios reportado no dia, num movimento monocromático de um único comprador, que decidiu entrar pagando valores até 5,00 U$D/MT acima dos demais, conseguiu arrematar os lotes que estavam nos patamares de 255,00 U$D/MT FAS Assunção, enquanto os demais compradores permaneceram em níveis de 250,00 U$D/MT. Alguns negócios também foram relatados nos portos localizada mais ao norte no rio Paraguai.
O mercado brasileiro não esteve ativo durante o dia, devido ao feriado nacional de Corpus Christi. Produtores continuam monitorando como as usinas reagem às geadas do último final de semana, mas o impacto não parece ser importante, com apenas as áreas baixas apresentando algum inconveniente.
Cerca de 1% (0,90% para ser mais exato) ou seu equivalente a 10,45 mil hectares de milho Safrinha estão colhidos de 1,15 milhão de hectares plantados neste ano no país. As obras de colheita começaram um mês depois em algumas localidades bem específicas do extremo noroeste e extremo nordeste do Alto Paraná, mas deveriam estar muito mais avançadas no nível geral daquele departamento se não fossem as chuvas de maio e junho que caíram nas semanas entre 10 a 16 de junho.
Os excessos de chuva até uma semana atrás não só atrasaram um melhor início de safra, que poderia facilmente ficar em torno de 3%, como problemas pontuais de qualidade. É preciso deixar claro, aparecem em várias regiões.
As últimas vezes que o milho paraguaio teve problemas de qualidade por excesso de umidade foi em 2013 e 2014, dois anos seguidos e com grande abrangência. O de 2022 é pontual até agora.
As produtividades médias de 2022, do primeiro 1% colhido, variam de 6,7 a 6,9 ton/ha, a média é de 6,79 ton/ha. Não surpreendem, mas não é o maior para esta safra ou para um percentual colhido idêntico ou muito semelhante, porém é 103% ou 3,44 ton/ha superior ao rendimento final da safra do ano passado, que foi de 3,35 ton /ha, o menor da história dessa safra no país.
Fonte: T&F Agroeconômica