Agricultura de precisão, drones, controle fitossanitário por meio de soluções tecnológicas, Big Data, Inteligência artificial, Machine Learning, blockchain, QR Code. Isso, e muito mais, é o futuro próximo do agronegócio no Brasil.

“Mesmo em meio a turbulências e com o cenário de pandemia, o setor vem apresentando resultados positivos e, segundo especialistas, deve ser o motor de recuperação da economia brasileira. Nisso, destacam-se as AgTechs, que protagonizam um papel fundamental neste processo, para entregar inovação e celeridade à toda a cadeia”, explica Nathália Secco, CEO da Orchestra Innovation Center, especialista em inovação para o agro.

O uso da tecnologia já é uma realidade no País, dentro ou fora do campo. De acordo com um levantamento da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% das propriedades agrícolas no país já adotaram algum tipo de inovação tecnológica. Contudo, neste momento de recuperação econômica, a transformação digital é a resposta aos grandes desafios atuais do agronegócio.

Mas segundo Secco, o caminho ainda é longo. “Mesmo que esteja cada vez mais comum ouvirmos sobre novos unicórnios (startups avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares), inovar no Brasil implica em driblar uma série de desafios. Falamos em excesso de burocracia, um ambiente regulatório altamente complexo e tudo o que circunda a dificuldade de conseguir investimentos”, avalia.

Talvez, seja esse o conjunto de fatores que tenha empurrado o Brasil duas posições para baixo no Índice Global de Inovação (IGC), para a 66ª posição, entre 129.

Regulação Setorial de Startups: a alternativa de Sandbox 

Tão importante quanto o Marco Legal das Startups, é a regulação de startups por verticais, que define regras específicas para cada setor. Foto: Divulgação

“Ao contrário de alguns outros países, as startups no Brasil não possuem regulamentações específicas, seguindo as mesmíssimas regras das empresas tradicionais, como se isso fosse justo ou aplicável. E é aqui que entra a importância de avançarmos com o Marco Legal das startups, que tramita no Congresso, por meio do PLP 146/2019, e que deve ser votado este ano”, defende Secco

Entre suas principais propostas, estão a conceituação do que é startup, a simplificação de modelos societários, além dos aspectos tributários e de proteção ao investidor, para dar maior segurança jurídica em relação ao adequado entendimento tributário e trabalhista.

Para a CEO, tão importante quanto o Marco Legal das Startups, é a regulação de startups por verticais, que define regras específicas para cada setor, como AgTechs, Fintechs etc. Este tipo de regulação recebe o nome de Sandbox e oferece um ambiente seguro para se testar novos modelos de negócios – que ainda não têm legislações definidas.

O Sandbox é utilizado em diversos países considerados hubs de inovação, como Hong Kong, Reino Unido (desde 2015), Austrália e Cingapura. “Neste último, por exemplo, o Governo criou sandboxes regulatórios para fintechs e permite que elas participem do programa a qualquer momento. Para isso, as startups precisam comprovar a necessidade de testar o seu produto por se tratar de uma tecnologia inovadora, ou pelo uso inovador de uma tecnologia ainda não existente no mercado local”, diz Nathália Secco.

Na prática e de forma geral, este modelo regulatório, Sandbox, permite que as startups atuem sem se submeterem às regras das empresas tradicionais. É uma condição de exceção que ocorre por tempo determinado, para que os impactos da inovação possam ser acompanhados e as regulamentações sejam feitas de forma adequada e pertinente ao seu segmento.

Agronegócio desponta na inovação

 O agronegócio é um setor que desponta entre o empreendedorismo digital no Brasil. Foto: Summit Agro

O agronegócio, por sua vez, é um setor que desponta entre o empreendedorismo digital no Brasil, com AgTechs que trazem cada vez mais inovação para o campo e para a agricultura de precisão.

“O atual momento que vivemos, de certa forma, acabou acelerando a necessidade da transformação digital do segmento – e isso gera um ciclo positivo, em que as startups são ainda mais importantes para fazer este movimento acontecer. Porém, os proprietários das startups têm esbarrado em burocracias e impasses, que dificultam o seu modelo de negócios”, afirma Secco.

As tecnologias, como Inteligência Artificial, Big Data, Internet das Coisas, robótica, drones, entre outras, estão elevando o poderio de produtividade do atual motor da economia brasileira. Além de ser o único setor em alta no PIB do primeiro trimestre, o agronegócio também teve números positivos nas exportações, que atingiram recorde em junho, com US$ 10,17 bilhões, alta de 24,5%, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A soja foi a responsável por puxar as vendas, somando receita de US$ 5,42 bilhões, seguida de açúcar e carnes bovinas e suína.

“Além da transformação digital, o cenário regulatório também está se movimentando para que as AgTechs possam garantir a sua atuação de alto impacto no agronegócio brasileiro”, conclui.

Fonte: Orchestra Innovation Center, disponível no Portal A Lavoura.

 

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