O tempo seco que predomina na maioria das regiões do Estado segue dificultando o avanço dos plantios e afeta o desenvolvimento das plantas. O plantio alcança 80% das áreas. No RS, já há 490 comunicações de ocorrência de perdas para cobertura do Proagro.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, as áreas com maior impacto da ausência de umidade nos solos são as situadas nas encostas do rio Uruguai e do entorno de Erechim, como são os casos de Marcelino Ramos, Mariano Moro, Três Arroios, Gaurama, Barra do Rio Azul, Itatiba do Sul, Erval Grande, Faxinalzinho, São Valentim e Severiano de Almeida. O mesmo ocorre com as áreas plantadas para silagem, que têm reduzido tanto a produção de massa verde quanto a qualidade dos grãos. Produtores acionam seguro ou destinam áreas para alimentação animal.

Na de Frederico Westphalen, a safra 2020/2021 está toda semeada e as lavouras apresentam bom estande de plantas nos 82.800 hectares de milho grão. Já o destinado à silagem na primeira safra, que ocupa 64% área de 33.849 hectares, está igualmente plantado. A falta de chuvas em setembro, outubro e início de novembro atrasa o desenvolvimento da cultura, além de dificultar as práticas de manejo. O estresse hídrico causado pelas baixas precipitações deverá afetar significadamente a produtividade das lavouras, cuja redução na produtividade inicial dos grãos, de oito mil quilos por hectare, é estimada em 48%. Nas destinadas à silagem, as perdas já ultrapassam 47% em relação à expectativa inicial de 33.562 quilos por hectare.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, em São Borja, que cultiva seis mil hectares, a falta de chuvas afeta o desenvolvimento das plantas, pois a maior parte da cultura está na fase de pendoamento e as perdas nestas lavouras são significativas e ultrapassam os 60%. Em Maçambará, lavouras não irrigadas apresentaram sintomas de déficit hídrico, e, caso as chuvas não retornem, parte dos produtores destinará para silagem. Nas áreas irrigadas – 25% das lavouras, o desenvolvimento da cultura é bom e ocorre o manejo de adubação nitrogenada conforme a recomendação técnica. Na Campanha, as lavouras semeadas antes  das precipitações de 23 a 26/10, têm bom estande das plantas e o desenvolvimento inicial é uniforme. Nas semeadas depois, o desenvolvimento é desuniforme, só 50% de emergência.

Na de Soledade, 50% da área prevista de 77 mil hectares está plantada. As lavouras que se encontram em florescimento são as que mais se ressentem do período prolongado de estresse hídrico, que é potencializado por dias ensolarados, baixa umidade relativa do ar e ocorrência de ventos. As chuvas esparsas na segunda-feira, 16/11, amenizaram parcialmente a situação em algumas lavouras. Há casos pontuais de incidência da lagarta do cartucho que estão sendo controlados.

Na de Caxias do Sul, a situação de forte déficit hídrico foi amenizada nas localidades onde o volume de chuva foi maior, porém a distribuição foi irregular e grande parte da região ainda segue com solo muito seco e as plantas apresentam sinais visíveis de falta de água. O tempo seco atrasa a semeadura e também a adubação nitrogenada, o que poderá ter impacto sobre a produtividade final das lavouras.

Na regional de Ijuí, a cultura evolui rapidamente para o estádio reprodutivo, apresentando plantas pouco desenvolvidas, de estatura baixa e folhas pequenas. Na região, há duas situações distintas: nas áreas aonde ocorrem precipitações com baixos volumes as plantas têm crescimento lento, apresentam enrolamento das folhas nos horários mais quentes, mas retomam a turgidez durante a noite e logo após as chuvas. Nos municípios onde não foram registradas precipitações, as plantas então com crescimento paralisado, as folhas permanecem murchas e enroladas durante todo o dia e as folhas baixeiras estão secando. As primeiras lavouras em estádio de formação de grãos apresentam falhas de fecundação, reduzindo o número de grãos por espiga. Todas as áreas de sequeiro que estão em estádio reprodutivo apresentam redução de potencial produtivo.

Na de Pelotas, intensifica-se o plantio devido à permanência de condições favoráveis do solo ainda com umidade, resultado de precipitações esparsas e de pouco volume, associadas com dias nublados durante a semana. A área implantada já alcança 50% do total previsto para grãos, de 50.956 hectares. A destinada à silagem está mais adiantada, com 70% de implantação, de um total de 15.388 hectares. Os cultivos estão com boa germinação/emergência, culminando com um bom estande de plantas.

Nas regionais de Santa Maria e Passo Fundo, a área plantada não avançou, permanecendo respectivamente em 38% e 92% da área total prevista. Na de Santa Maria, 91% das lavouras encontram-se em germinação/desenvolvimento vegetativo e 9% entre floração e enchimento de grãos. As lavouras continuam se ressentindo com a falta de umidade, plantas apresentam folhas enroladas; outro agravante é que a maior parte das lavouras não puderam receber a adubação em cobertura no momento mais adequado, situação que compromete o bom desenvolvimento da parte vegetativa. Na de Passo Fundo, apesar das lavouras ainda estarem na fase vegetativa, existe grande preocupação dos produtores com os potenciais danos na cultura, se permanecer a situação de estiagem.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, 56% das lavouras para grãos estão implantadas e 58% para silagem. O avanço foi pequeno devido à predominância do tempo seco, presença de ventos e dias ensolarados, reduzindo a umidade dos solos.

Na de Santa Rosa, as precipitações esparsas e de baixos volumes não supriram as necessidades das plantas. Cada vez mais, são perceptíveis os prejuízos que a estiagem vem causando na cultura; plantas apresentam folhas enroladas, pontas secas, além de porte baixo e emissão antecipada do pendão, que tem como consequências, a produção de espigas pequenas e baixo volume de massa verde. Em havendo a manutenção dessas condições, somente as áreas irrigadas poderão manter as produtividades esperadas. Estima-se redução de 59% na produtividade inicial do milho grão prevista de 8.125 quilos por hectare, variando de acordo com a variedade, ciclo, locais de plantio, ocorrência de chuvas localizadas e condições de fertilidade e conservação do solo. Há locais com perdas mais elevadas, que resulta no aumento da solicitação de Proagro. Atualmente há 96 comunicações de perdas.

Mercado (saca de 60 quilos)

No levantamento semanal da Emater/RS-Ascar, o preço médio do milho no Estado chegou em R$ 80,19/sc., com aumento de 2,06% em relação ao da semana anterior.

Na região de Ijuí, o preço médio é de 80,10/sc. Na de Frederico Westphalen varia entre R$ 79,00 e R$ 80,00; na regional Porto Alegre, a cotação é de R$ 71,00. Na de Caxias do Sul e Passo Fundo, o preço é de R$ 80,00; na de Bagé, R$ 81,00; Santa Rosa, R$ 78,35. Na regional de Pelotas varia entre R$ 60,00 e R$ 80,00. Na de Santa Maria, o preço médio é R$ 79,70; Erechim, R$ 78,00; e na de Soledade, R$ 79,30/sc.

Fonte: Emater/RS-Ascar

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