A genética da cultivar é um dos principais atributos responsáveis pelo aumento da produtividade da soja. A nível de Brasil, estima-se que o ganho médio de produtividade proporcionado pelo melhoramento genético seja de aproximadamente 40 kg ha-1 ano-1 (Tagliapietra et al., 2022).
Sobretudo, a produtividade da soja depende de pelo menos três componentes, a genética (cultivar), o ambiente (condições de local a clima) e a interação entre ambos.
Tendo em vista que as condições de ambiente podem ser alteradas somente parcialmente por meio de prática de manejo, dificilmente sendo possível modificar o clima (em lavouras de escala comercial), posicionar uma cultivar com base em suas características e aptidões é essencial para a obtenção de boas produtividades.
Dentre as principais características a se analisar de uma cultivar, destacam-se a adaptabilidade e a estabilidade. Essas características devem ser analisadas em conjunto com as características do sistema de produção e nível tecnológico da propriedade, para que perdas de produtividade não sejam observadas.
Segundo Tagliapietra et al. (2022), a adaptabilidade de um cultivar de soja pode ser compreendida como a capacidade de um genótipo responder vantajosamente ao seu ambiente. Uma cultivar de alta adaptabilidade, é aquela responsiva a melhoria do ambiente. Cultivares com alta adaptabilidade tendem a se aproximar do potencial produtivo com maior facilidade, entretanto, esse tipo de cultivar é conhecida por não produzir bem sob condições desfavoráveis, sendo, portanto, uma cultivar que requer melhores condições ambientais e de manejo.
Já as cultivares com maior estabilidade, são aquelas que, no geral, apresentam menor variação da produtividade quando cultivadas em diferentes condições ambientais, ou seja, considerada estável se a produtividade é relativamente constante em diferentes ambientes (Tagliapietra et al., 2022). O conceito de estabilidade está relacionado a previsibilidade de comportamento sob diferentes ambientes.
Vale lembrar que a produtividade de uma mesma cultivar pode variar em função das condições ambientais e de manejo. Em um cenário ideal, o que se espera é uma cultivar que apresente alta resposta produtiva a melhoria das condições ambientais, mas que apresente grande estabilidade produtiva (figura 1, cultivar C).
Figura 1. Relação entre potencial produtivo (%) e o ambiente favorável e desfavorável de acordo com a adaptabilidade e estabilidade da cultura da soja.
No geral, recomenda-se a utilização de cultivares com maior estabilidade em ambientes de cultivos mais desfavoráveis, e/ou lavouras de baixo nível tecnológico, prezando pela estabilidade da produtividade da lavoura. Já se tratando de ambientes de cultivo altamente favoráveis, e lavoura de alto nível tecnológico, as cultivares com alta adaptabilidade podem ser a melhor escolha se tratando da obtenção de altas produtividades.
Assim como a adaptabilidade e estabilidade da cultivar, sua aptidão com relação as condições climáticas e ciclo/GMR devem ser levadas em consideração ao posicionar uma cultivar de soja. É importante lembrar que a presença de biotecnologias, tais como INTACTA2, XTEND®, HB4®, Libert Link®, Enlist® e Conkesta®, também devem ser consideradas, ajustando a lavoura, com a melhor cultivar e condições de manejo.
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Referências:
TAGLIAPIETRA, E. L. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 2, 2022.
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