O milho (Zea mays), uma gramínea pertencente à família Poaceae, é um dos principais cereais cultivados na safra de verão tanto na safra quanto na safrinha/segunda safra. A importância econômica do milho é caracterizada por sua ampla versatilidade de utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia (Duarte et al., 2021).  No cenário brasileiro, a área cultivada com a cultura do milho na safra 2022/23 foi de 22.267,4 milhões de hectares, com uma produção de 131.865,9 milhões de toneladas. A produtividade média, alcançou em torno de 5.922 Kg ha-1, com aumento de 13% em relação a safra anterior (CONAB, 2023).

Para alcançar boas produtividades na cultura do milho, é importante atentar a diversos fatores que podem influenciar o desempenho da cultura no campo. Isso inclui a seleção da cultivar adequada, o momento correto de semeadura, a densidade de plantio, o espaçamento, além do correto manejo da fertilidade e medidas fitossanitárias. Além disso, entender quais são e quando se formam os componentes de rendimento, bem como os fatores que podem influenciá-los é fundamental para o planejamento e implementação das práticas de manejo e tratos culturais.

Figura 1. Componentes do rendimento de grãos de milho, fatores que o influenciam e estádios de desenvolvimento em que são afetados.

Fonte: Eicholz et al. (2020).

A implementação da cultura no campo, por ocasião do plantio é uma etapa de extrema importância na produção de milho, Pereira Filho et al. (2008) destaca que essa etapa marca o início de um ciclo que influenciará todo o crescimento e desenvolvimento da cultura, determinando o potencial de sucesso da lavoura. Um dos fatores importantes a serem considerados é a definição da densidade de plantas, que representa o número de plantas por unidade de área. A densidade refletirá no rendimento final, uma vez que até mesmo pequenas variações nesse aspecto podem exercer grande influência sobre o resultado final em termos de produção de grãos.




De acordo com Eicholz et al. (2020), durante o período que compreende a diferenciação dos primórdios florais até o florescimento das plantas de milho, diversos fatores podem limitar o desenvolvimento da cultura, tais como o déficit hídrico, deficiência nutricional, excesso de umidade no solo e o ataque de pragas e doenças. Durante esse período são estabelecidos o potencial de número de inflorescências por unidade de área e o potencial de número de grãos por inflorescência, os autores destacam ainda que a determinação do número de óvulos que dará origem a grãos depende das condições ambientais durante o período que abrange o florescimento, polinização e o início do estágio de formação e enchimento de grãos.

O período que compreende a polinização até a maturação fisiológica, é quando são definidos o número de grãos por inflorescência e o peso do grãos. Durante essa fase, fatores são limitantes como deficiência hídrica ou nutricional, excesso hídrico, ataque de pragas e doenças e maior probabilidade de formação de geadas precoces (outono), no caso de semeaduras mais tardias realizadas nos meses de dezembro a fevereiro (Eicholz et al., 2020).

É de extrema importância compreender como a planta cresce e se desenvolve, bem como quais e quando são definidos os componentes de produtividade, para elaboração de estratégias de manejo mais eficientes ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura, oferecendo as condições ideais que permitam a planta expressar seu máximo potencial produtivo. Ribeiro et al. (2020) destaca para que isso ocorra, é fundamental oferecer o melhor ambiente para seu pleno desenvolvimento, bem como para a definição e potencialização dos componentes de produtividade.


Veja mais: Adubação Nitrogenada na Cultura do Milho



Referências:

CONAB. ACOMPANHAMENTO DA SAFRA BRASILEIRA DE GRÃOS SAFRA 2022/23. Companhia Nacional de Abastecimento, 12° Levantamento, 2023. Disponível em: < https://www.conab.gov.br/component/k2/item/download/49098_b2d232d2b5fbe4da1a15d9e457cde081 >, acesso em: 06/10/2023.

DUARTE, J. O. et al. IMPORTÂNCIA SOCIOECONÔMICA DO MILHO. Embrapa, 2021. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/milho/pre-producao/socioeconomia/importancia-socioeconomica >, acesso em 06/10/2023.

EICHOLZ, E. D. et al. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA O CULTIVO DO MILHO E SORGO NA REGIÃO SUBTROPICAL DO BRASIL: SAFRAS 2019/20 E 2020/21. Micosul, Associação Brasileira de Milho e Sorgo, 2020. Disponível em: < https://www.agricultura.rs.gov.br/upload/arquivos/202011/23092828-informacoes-tecnicas-para-o-cultivo-do-milho-e-sorgo-na-regiao-subtropical-do-brasil-safras-2019-20-e-2020-21.pdf >, acesso em: 06/10/2023.

PEREIRA FILHO, I. A. et al. FATORES QUE INTERFEREM NO RESULTADO DO MILHO. Embrapa Milho e Sorgo, Campo & Negócio, 2008. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/70018/1/Fatores-interferem.pdf >, acesso em: 06/10/2023.

RIBEIRO, B. S. M. R. et al. ECOFISIOLOGIA DO MILHO VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. 230 p. Santa Maria – RS, 2020.

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