Durante o ciclo de desenvolvimento da soja, várias pragas e doenças podem incidir sobre a cultura, interferindo no seu crescimento, desenvolvimento a afetando a produtividade da cultura, sendo o Oídio uma das doenças mais comumente encontradas. Segundo Yorinori (1997), o Oídio é uma doença causada pelo fundo Microsphaera diffusa, é um patógeno obrigatório que se desenvolve em toda parte aérea da planta, (caule, pecíolo, hastes e folhas), de ocorrência principalmente em plantas leguminosas como a soja, seus danos podem representar perdas de produtividade que podem alcançar 30 – 40% de produtividade.

Figura 1. Oídio em Trifólios de Soja.

Segundo GRIGOLLI (2014) o sintoma mais comum do Oídio é a formação de uma fina camada de micélio e conídios pulverulentos na parte aérea da planta. Essas estruturas podem evoluir de pequenas pontuações esbranquiçadas para cobertura total de folhas da planta e com isso impedir a fotossíntese e produção de fotoassimilados para a planta.

Figura 2. Cobertura parcial de trifólios de soja por Oídio.

GRIGOLLI (2014) ainda destaca que os esporos (conídios) possuem dispersão facilitada, e que a doença pode ocorrer em qualquer estádio do desenvolvimento da planta. O autor ainda afirma que quanto mais cedo a doença infectar a planta (estádios iniciais do desenvolvimento da planta) maiores são os danos que o Oídio traz a cultura.

Segundo HENNING et al. (2014), condições de baixa umidade relativa do ar e temperaturas amenas (18 a 24°C) favorecem o desenvolvimento da doença.

Conforme destacado por CASTRO (2016), a principal medida de para evitar o desenvolvimento da doença é o uso de cultivares resistentes, contudo o controle químico pelo uso de fungicidas pode ser empregado. Para tal, é preciso avaliar periodicamente a lavoura para diagnose da doença e nível de infecção. Recomenda-se o controle químico quando o nível de severidade da doença alcançar 40 à 50% da área foliar da cultura, caso seja realizado em períodos anteriores a este nível, outra aplicação pode ser necessária, implicando em maior custo de produção.

Figura 3. Escala diagramática para identificação da severidade de oídio da soja.

Fonte: MATTIAZZI (2003).


Atualmente, segundo dados do Agrofit, há 156 produtos registrados para o controle da doença na cultura da soja. O aparecimento da doença em qualquer estádio do desenvolvimento da soja demanda atenção e monitoramento para avaliar possíveis intervenções com o uso de produtos fitossanitários.

Em áreas de risco, com maior probabilidade de desenvolvimento do Oídio recomenda-se que a primeira aplicação de fungicidas contenha um produto eficiente para o controle do Oídio, contudo, apesar que condições programadas de manejo ao longo do desenvolvimento da cultura, é necessário monitorar o aparecimento da doença ao longo do ciclo da cultura para intervir quando necessário, visto que a doença evolui rapidamente nos estádios reprodutivos da cultura (Agro Bayer).

Figura 4.Diagrama esquemático de estratégia no monitoramento do Oídio.

Fonte: Agro Bayer Brasil

Fonte: Agro Bayer.

De modo geral, a melhor alternativa para o controle do Oídio é evita-lo por meio do emprego de cultivares resistentes à doença, no entanto, quando necessário intervir com controle químico, segundo informações contidas no Blog Agronegócio em Foco, bons resultados para o controle de doenças fungicas na soja vem sendo observados no emprego de fungicidas multissítios, especialmente quando trabalhadas as combinações Triazóis + Estrubilurinas, aliado ao uso intercalado das Carboxamidas. Confira a matérias completa clicando aqui.

Veja também: Fungicidas Multissítios são aliados do produtor

Segundo DE SOUZA (2019) além da utilização do produto adequado, é importante atentar para a tecnologia de aplicação, uma vez que volumes de cauda reduzidos pode prejudicar a eficiência de controle do produto. Contudo apesar da vasta gama de produtos disponíveis, o melhor ainda é trabalhar com a resistência genética por meio da utilização de cultivares resistentes.

A eliminação de plantas voluntárias (guaxas) de soja também auxilia diminuindo a ocorrência do oídio, uma vez que o patógeno precisa da planta para sobreviver.(Agro Byer)

Referências:

AGRO BAYER BRASIL. OÍDIO. Disponível em: <https://www.agro.bayer.com.br/alvos/oidio#tab-4>, acesso em: 13/05/2020.

AGROFIT. SISTEMA DE AGROTOXICOS FITOSSANITÁRIOS, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Disponível em: <http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>, acesso em 11/05/2020.

BLOG AGRONEGÓCIO EM FOCO. APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO MANEJO DE DOENÇAS DA SOJA. Disponível em: <http://www.pioneersementes.com.br/blog/10/aplicacao-de-fungicidas-no-manejo-de-doencas-na-soja>, acesso em: 13/05/2020.

CASTRO, R. L. A. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS CAUSADAS POR FUNGICIDAS EM SOJA INFECTADA NATURALMENTE POR OÍDIO. Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, 105p, 2016.

DE SOUZA, D. M. IMPACTOS DO VOLUME DE APLICAÇÃO SOBRE O CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA E OÍDIO DA SOJA: A INCLUSÃO DE MANCOZEBE NO MANEJO. Tese de Doutorado, UNESP, Botucatu, 2019.

GODOY, C. V. ENSAIO EM REDE PARA CONTROLE DE DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA. SAFRA 2004/2005. Embrapa, Documentos, n. 266, 2005.

GRIGOLLI, J. F. J. MANEJO DE DOENÇAS DA SOJA. Fundação MS, 2014.

HENNING, A. A. MANUAL DE INDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa, Documentos, n. 256, abr. 2014.

MATTIAZZI, P. EFEITO DO OÍDIO (Microsphaera diffusa Cooke & Peck) NA PRODUÇÃO E DURAÇÃO DA ÁREA FOLIAR SADIA DA SOJA. Tese (Doutorado em Agronomia), Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2003.

YORINORI, J. T. OÍDIO DA SOJA. Embrapa, out. 1997.

Redação: Maurício Siqueira dos Santos – Eng. Agrônomo, equipe Mais Soja.

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