Causada pelo fungo Microsphaera diffusa, o oídio é uma doença cujos danos podem representar reduções de produtividade da soja de até 35% em cultivares suscetíveis (Grigolli, 2015). Segundo Henning et al. (2014), o oídio apresenta uma fina camada esbranquiçada formada por micélios e esporos pulverulentos que cobre as folhas e parte aérea da soja, em casos mais severos, a doença pode causar seca e queda prematura das folhas.
Figura 1. Sintomas de oídio em soja.
Além da queda prematura das folhas, o oídio com sua camada esbranquiçada reduz a área fotossinteticamente ativa da planta, dificultando a utilização da radiação solar para a fotossíntese e com isso reduzindo a produção de fotoassimilados e energia para a planta. Caroline Wesp Guterres, Pesquisadora da CCGL, explica que uma característica dessa doença está relacionada a suas condições de desenvolvimento, sendo que o oídio tem seu desenvolvimento favorecido em condições de baixa umidade relativa do ar, temperaturas amenas, variando entre 18 e 24°C e o fungo não necessita de água livre na folha para infecção.
Sendo assim, o oídio apresenta desenvolvimento beneficiado em anos de déficit hídrico, se sobressaindo em relação as demais doenças fungicas. Conforme destacado por Caroline, deve-se atentar para o manejo da doença em anos com essas condições climáticas. Dentre as estratégias para o manejo da doença, destacam-se o uso de cultivares menos suscetíveis, seguido pelo adequado posicionamento de fungicidas, tanto em relação ao momento de controle quanto a escolhe de produtos.
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Segundo Caroline, o controle químico do oídio deve ser realizado logo após observados os primeiros sintomas de desenvolvimento da doença, sendo que triazóis e morfolinas são os grupos com maior eficiência para controle do oídio conforme resultados de pesquisa da CCGL. Dentro desses grupos, os princípios ativos destacados por Caroline são: tebuconazol, epoxiconazol, difenoconazol, tetraconazol e fenpropimorfe.
A pesquisadora lembra que os ativos devem ser utilizados sempre de forma combinada, visando um maior espectro de controle de doenças e nunca de forma isolada, auxiliando também para o manejo da resistência a fungicidas.
Confira o vídeo abaixo com as dicas da Pesquisadora da CCGL Caroline Wesp Guterres.
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Referências:
GRIGOLLI, J. F. J. MANEJO DE DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2014/2015, 2015. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/216/216/newarchive-216.pdf >, acesso em: 17/03/2021.
HENNING, A. A. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa, Documentos, n. 256, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105942/1/Doc256-OL.pdf >, acesso em: 17/03/2021.