A baixa frequência de chuvas nas regiões Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, vem favorecendo o desenvolvimento do oídio (Blumeria graminis f. sp. tritici) em trigo. Conforme destacado por Santana et al. (2012), o oídio tem seu desenvolvimento favorecido por condições de baixa umidade e temperaturas amenas.
O oídio causa significativa redução da produtividade do trigo, podendo em casos mais severos, essa redução ser superior a 60% em cultivares suscetíveis (Costamilan, 2019), tornando assim, extremamente importante o manejo e controle do oídio.
Conforme destacado pelo professor e pesquisador Marcelo Madalosso, o momento de controle e a tecnologia empregada para tal, são de fundamental importância para reduzir os danos ocasionados pelo oídio em trigo. Um dos sintomas típicos do oídio é a formação de micélios de coloração branca na superfície das folhas do trigo (figura 1).
Entretanto, Madalosso comenta que quando observados esses sintomas, o fungo já infectou o interior da folha, sendo necessário buscar alternativas na tecnologia de aplicação, que permitam o fungicida chegar na folha, passando pela camada de micélios produzida pelo oídio.
Figura 1. Sintomas típicos de oídio em trigo.
Dentre as alternativas, Madalosso explica que é essencial trabalhar com grande volume de água, realizar aplicações sob condições adequadas e utilizar adjuvantes que permitam a quebra da tensão superficial da gota, promovendo melhor espalhamento da calda de pulverização e maior penetração de produto na folha do trigo.
Conforme destacado por Vargas & Roman (2006), embora possa haver adjuvantes com distintas finalidades, alguns adjuvantes a exemplo dos espalhantes são substâncias adicionadas na calda de pulverização que diminuem a tensão superficial das gotículas reduzindo o ângulo de contato destas com a superfície da folha, proporcionando o espalhamento completo da gota sobre a superfície tratada aumentando a absorção de produtos, auxiliando no manejo fitossanitário.
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Madalosso chama atenção para o momento de aplicação de fungicidas para controle do oídio em trigo. Dadas as condições ambientais vivenciadas, em quem há um favorecimento do desenvolvimento do oídio, na presença dos primeiros micélios, oriundos do desenvolvimento do fungo, já deve-se realizar a aplicação de defensivos a fim de minimizar os danos ocasionados pela doença.
Logo, além da tecnologia de aplicação, a qual exerce fundamental importância no manejo do oídio, deve-se destinar atenção especial para o monitoramento das áreas de produção, a fim de maior assertividade do momento de aplicação de defensivos.
Confira o vídeo abaixo com as Dicas do professor e pesquisador, Marcelo Madalosso.
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Referências:
COSTAMILAN, L. M. MOMENTO DE OBSERVAR O OÍDIO EM TRIGO. Embrapa: Notícias, 2019. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/46358370/artigo—momento-de-observar-o-oidio-em-trigo >, acesso em: 23/08/2021.
SANTANA, F. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 108. 2012. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/990828/manual-de-identificacao-de-doencas-de-trigo >, acesso em: 23/08/2021.
VARGAS, L.; ROMAN, E. S. CONCEITOS E APLICAÇÕES DOS ADJUVANTES. Embrapa, Documentos, n. 56, 2006. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPT-2010/40674/1/p-do56.pdf >, acesso em: 25/08/2021.