Com o tema “Cenário de Oferta e Demanda Global: Perspectivas de Mercado do Arroz”, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) promoveu, nesta semana que passou, mais uma webinar em parceria com a Safras & Mercado. A palestra foi conduzida pelo especialista reconhecido por sua experiência em análises de mercado no setor agropecuário, Evandro da Silva Oliveira.
O evento reuniu dirigentes sindicais, produtores rurais, profissionais do Sistema Faesc/Senar/Sindicatos, equipes técnicas da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) e outros interessados no tema.
Na abertura, o vice-presidente executivo do Sistema Faesc/Senar, Clemerson Argenton Pedrozo, reconheceu a importância da parceria com a Safras & Mercado para trazer novidades e perspectivas sobre as principais culturas produzidas em Santa Catarina. Também agradeceu ao Evandro da Silva Oliveira e ressaltou o quanto as análises do especialista são valiosas para o setor.
O palestrante introduziu sua explanação destacando que a cultura iniciou um ano de forma bastante complicada. “Como temos acompanhado ultimamente, os desafios permanecem e o mercado recentemente mudou de direção. Não está favorável em ambos os elos da cadeia produtiva, seja na ponta compradora, ou na ponta vendedora”.
O especialista pontuou que o mercado interno está travado, ou seja, enfrenta baixa liquidez com produtores focados nas atividades de campo e compradores retraídos. “Há pressão sobre os preços internos com o varejo buscando reduzir custos junto à indústria devido à retração de consumo”.
O impacto do dólar e as exportações também estiveram em destaque. “A valorização do dólar (quase R$ 5,90) sustentou os preços, favorecendo as exportações. As vendas para o mercado externo aumentaram levemente com maior demanda externa surgindo em regiões como a Fronteira Oeste e Campanha, no Rio Grande do Sul”.
Cautelosos, os produtores seguram a comercialização em razão da queda ou por questões tributárias. O descompasso entre o preço do arroz em casca e o beneficiado afeta as margens da indústria, complicando as vendas e a competitividade.
O consumo interno permanece fraco, prejudicado pelo endividamento crescente, efeito substituição (derivados do trigo) e até impactos da epidemia de apostas on-line no varejo. Sobre a safra norte-americana, o palestrante realçou que apresenta baixa qualidade, com alta quantidade de grãos quebrados, favorecendo a competitividade do arroz brasileiro.
Em relação às expectativas para a safra 2024/2025, Oliveira destacou que Santa Catarina está com 95% do plantio praticamente finalizado. No Rio Grande do Sul, haverá avanço do plantio da nova safra (cerca de 90% da área total) e lavouras em ótimas condições.
Segundo ele, os compradores adotam postura cautelosa, esperando maior oferta com a expansão da área plantada e condições climáticas favoráveis no Brasil e Mercosul. “As expectativas de exportações ao Mercosul são elevadas para 2025. A previsão é de 16 milhões de toneladas”.
As eleições nos Estados Unidos e as políticas agrícolas de Donald Trump também foram citadas e, de acordo com Oliveira, podem aumentar a competividade norte-americana no comércio global. “Há tendência de dólar firme e países sancionados redirecionando compras ao Brasil”, afirmou.
O evento fez parte do cronograma mensal do Sistema Faesc/Senar e Safras & Mercado, que oferece palestras gratuitas com informações estratégicas sobre mercados que influenciam diretamente os principais segmentos do agronegócio catarinense. O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, faz um convite para a última webinar do ano que abordará o “Cenário de oferta e demanda global, perspectivas de mercado para milho e soja”, no dia 17 de dezembro, com Paulo Molinari. Para participar basta acessar o site https://sistemafaesc.com.br/ e preencher um breve cadastro.
Fonte: MB Comunicação disponível no Portal da Fecoagro