No Brasil o fenômeno La Niña causa efeitos climáticos distintos nas regiões. Na região Sul têm-se grande estiagem, diferente das demais regiões do país que apresentam aumentos significativos na intensidade e no volume de chuva, ocasionando cheias expressivas de alguns rios da região.

A produção agrícola está associada a diversos fatores técnicos e práticos, no entanto para que se tenha produtividades satisfatórias, além da combinação destes fatores o clima é um dos maiores responsáveis por determinar o potencial produtivo de uma lavoura, e o fator água um recurso tão abundante e ao mesmo tempo tão limitante.

Atualmente o estado do Rio Grande do Sul, assim como toda a região Sul se encontram sob forte influência do fenômeno La Niña, ou seja, uma grande estiagem associada a altas temperaturas, ocasionando grande impacto na redução da produtividade de culturas agrícola e nos reservatórios de água, diferente de outras regiões do Brasil onde o excesso de chuva tem causando transtorno tanto no meio rural como nas cidades.

A estiagem no estado do Rio Grande do Sul está sendo muito rigorosa. Segundo a Emater/RS – ascar de Passo Fundo a região Norte do Rio Grande do Sul é a que apresenta maior quebra de produção na safra 2021/22, reduzindo em 50% a produtividade do milho, 20% a produção do leite, 70% das pastagens e até o momento 15% de redução na produção da soja, embora acreditamos que para essa cultura as perdas já ultrapassam também os 50%, podendo esses porcentuais serem ainda maiores se a estiagem persistir.

Na safra de 2020/21 foi produzido aproximadamente 21 milhões de toneladas de soja no RS, e a expectativa dos produtores e órgãos relacionados com o agronegócio era de que a safra 21/22 fosse superar a anterior. No entanto, a realidade observada nas lavouras está sendo bem diferente, como mencionado acima e as perdas serão muito grandes pelo déficit hídrico.

A área ocupada com soja na safra 2021/22 no Brasil é de aproximadamente 40,7 milhões de hectares, sendo esse valor 5% maior que na safra passada. Dessa forma, espera-se que as demais regiões consigam compensar parte das perdas que irão ocorrer na região Sul.

A atual safra no RS teve inúmeras dificuldades para sua implantação, principalmente devido à falta de umidade no solo. Além disso, no desenvolvimento da cultura a estiagem persistiu associada a altas temperaturas, com uma onda de calor que persistiu por duas semanas, onde as temperaturas estiveram bem acima do ideal para o desenvolvimento da cultura, o que ocasionou o abortamento de flores e a necessidade de replantio em algumas áreas.

Fonte: Grupo PET – Ciências Agrárias

Portanto, nessa safra pode-se observar plantas pouco desenvolvidas, de certas formas estioladas, com pequena estatura, e entrenós curtos. Além de que essa condição climática ocasiona redução da área foliar, queda prematura de flores e o abortamento de vagens, corroborando diretamente para a redução produtiva.

Porém, é fundamental que as chuvas se normalizem para que as perdas não se agravem ainda mais. Por fim, a produtividade brasileira dessa oleaginosa esperada para esta safra terá grande redução, uma vez que a produtividade nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul serão muito abaixo do esperado, e ambos estados são grandes produtores dessa oleaginosa.

Autora: Amanda M. Piva e Lucas de Mattos, acadêmicos do curso de Agronomia da UFSM, campus Frederico Westphalen, membros do Programa de Educação Tutorial – PET Ciências Agrárias, sob acompanhamento do tutor, professor Dr. Claudir José Basso.

Fonte: Grupo PET – Ciências Agrárias

Foto de capa: Divulgação PET – Ciências Agrárias 

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