Os preços do milho subiram, nesta sexta-feira, cerca de 0,69% em Campinas, principal praça de referência do país, para R$ 36,66/saca, mas estão longe dos valores desejados pelos vendedores, como mostra o gráfico acima. Esta alta não significa uma tendência, porque a demanda de exportação está arrefecida, diante da forte queda do dólar e a demanda interna, ainda que ativa, não está absorvendo toda a disponibilidade desta safra.
Durante a semana, a Conab elevou em 1,5 MT a sua estimativa de produção total de milho no país para 98,5 MT, recorde absoluto e elevou também os estoques finais da temporada em 800 mil tons, equivalente em mais uma vez e meia o consumo mensal de milho no país, passando de 17,4 para 18,2 MT, volume também recorde.
Isto trouxe alívio aos compradores, que sabem que não terão dificuldades em se abastecer daqui para frente. Com isto, não precisam aumentar os preços para disputar lotes. Mas, a exportação continua a ser o fiel da balança: se ela for reativada daqui para frente poderá reduzir a disponibilidade interna e elevar os preços.
No RS os preços permaneceram na casa entre R$ 38,00 a 38,50 FOB, com alguns lotes negociados, todos no mercado interno. De um modo geral os preços permaneceram inalterados durante a semana.
Em SC também os preços permaneceram inalterados na maioria das localidades, com exceção de Mafra, onde caíra 1,23% para R$ 40,00/saca e Concórdia, onde caíram 2,38% para R$ 41,00. Já os preços do milho paraguaio chegariam ao extremo oeste do estado com preços competitivos, ao redor de R$ 36,70.
No PR, por enquanto, os produtores estão focados na colheita e, portanto, poucas ofertas no mercado. Os preços oscilaram nesta semana de R$ 33,00 a 34,50, sendo hoje o dia mais atrativo aos vendedores com preços de até R$ 34,50. Devido às altas sequenciais de Chicago houve uma influencia na alta de preços por parte da exportação. O mercado interno também procura fazer compras para se proteger de preços (médios) e assim há folego para os negócios, mesmo na colheita.
No Oeste do estado os negócios tem saído só para exportação a R$ 33.50/34.0. No Norte do estado os preços posto ferrovia em Maringá terminaram a semana entre R$ 35/36,00. Em SP o mercado físico de milho foi praticamente vazio. Os números do USDA para o milho surpreenderam o mercado, que esperava cortes na produção norte-americana, ao invés de avanços.
A revisão foi de +4,95 MT, para 352,44 MT, enquanto a soja recuou 8,3 MT, agora em 104,65 MT. Ainda assim, agentes consultados acreditam em uma quebra acima da estimada pelo USDA e garantem suporte aos preços externos. Os estoques mundiais acompanharam os números de produção dos EUA (soja recuou 8,1 MT para 104,5 MT e milho cresceu 8,4 MT para 298,9 MT).
A indecisão externa reflete internamente e nem mesmo o avanço da colheita da 2a safra no Brasil e a queda do câmbio mexem o mercado. No Paraná, o Deral mensura em 48,0% colhidos do total, melhor início da história. No Mato Grosso, o IMEA apontou 60,09% na última sexta-feira (05), 2o melhor início entre todas as safras brasileiras. A amostra da XP Investimentos tem média em R$ 36,98/sc, queda de R$ 0,02/sc no dia.
Nos portos, a indicação para Julho/19 está em R$ 38,00/sc, estável. Os line-ups para julho indicam 6,7 MT para o milho e 6,93 MT para a soja, caracterizando o início da inversão sazonal dos produtos.
No MS o volume negociado foi significativamente menor do que a média histórica: zero para a safra atual de 2019 e apenas 30.000 toneladas para a safra 2020, com preços ao redor de R$ 28,00 FOB.
No MT os preços subiram em algumas localidades e caíram em outras. Subiram 5,15% na semana em Sapezal para R$ 24,50, 2,17% em Sorriso para R$ 23,50, 6,73% em Campo Novo dos Parecis para R$ 23,80 e 2,56% em Nova Mutum para 24,00.
Em GO foram negociadas 23.000 toneladas de milho para a safra 2019 e zero para a de 2020. O mercado acredita que, das 9,2 MT produzidas no estado, cerca de 45% já estão colhidas. Com relação a comercialização, 66% da safra 2019 já foi feita e apenas 7% da safra de 2020.
Na BA os preços do milho permaneceram inalterados ao redor de R$ 30,00 durante toda a semana, mas nesta sexta-feira subiram para R$ 31,00.
Fonte: T&F Agroeconômica