A produção brasileira da primeira safra de 2020/21 deverá ser de 23,91 milhões de toneladas, segundo a Conab de janeiro. Mas, ainda segundo a mesma Conab, o consumo brasileiro é de 71,83 milhões de toneladas, ou 5,98 MT mensais o que daria 35,91 milhões de toneladas no primeiro semestre.

Comparada a produção com a necessidade, verifica-se uma falta aproximada de 12,0 milhões de toneladas, (menos o saldo da safrinha de 2020, claro) que deverão ser importadas no período. Esta falta deverá manter os preços elevados e, mais do que isto, em elevação, dados os preços mais elevados das importações.

FATORES DE ALTA

  • Grandes compras chinesas: O USDA reportou outra grande venda de milho para a China esta manhã. A venda de 2.108 MT da safra velha foi a segunda maior venda diária de milho já registrada. As reservas totais da semana cobertas pelo sistema de relatórios diários são de 5,848 MT para a China e 316.400 MT para desconhecidos. A adição dos anúncios diários desta semana aos dados de vendas de exportação divulgados anteriormente deixaria a China com 17.693 MT de compromissos da safra velha de milho dos EUA.
  • Aumento da posição comprada dos Fundos: A divulgação semanal de dados da CFTC mostrou que os Fundos investimento estenderam sua posição comprada líquida em mais 14.734 contratos para 364.229 na noite de terça-feira. Os comerciais continuaram a desenrolar seu recorde de posição líquida vendida, reduzindo-a em 10.855 contratos, com um aumento de 12.896 para longos. Ao todo, os comerciais tiveram 753.073 contratos líquidos a menos em 26/1.
  • Dólar elevado no Brasil: Alguém tem alguma dúvida de que o dólar vai continuar firme em 2021 e 2022, com as disputas eleitorais ganhando cada vez mais intensidade e causando dúvidas sobre a condução do país? O diretor da consultoria inglesa Capital Economics, William Jackson acredita que o dólar feche 2021 a R$ 5,50 e feche 2022 a R$ 5,75 e nós concordamos com ele. Isto deverá manter os preços dos milhos importados em alta, puxando também os preços do milho nacional.

FATORES DE BAIXA

  • Colheita da safra de verão no Brasil: a colheita sempre traz pressão sobre os preços. Mas, a escassez do produto com estoque final extremamente baixo deve manter os preços elevados, embora sem fazê-los subir a curto prazo.
  • Chuvas na América do Sul: se, por um lado, atrasa a colheita de milho e de soja, por outro aumenta a produtividade das lavouras que ainda estão em desenvolvimento, aumentando, também o seu potencial produtivo.
  • Preços muito caros para os consumidores: este é um fator determinante, que podem levar os consumidores a simplesmente não comprarem mais os produtos finais, substituindo-os por outros e paralisando toda a cadeia para trás.

CONCLUSÃO

Os analistas da TF Consultoria acreditam que o milho terá tendência de alta mais para o fim do período, mas a curto prazo, devido aos fatores de baixa acima descritos, poderá haver uma acomodação nos níveis em que se encontram, para uma nova escalada a partir de maio.



Fonte: T&F Agroeconômica

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