O Brasil deve acompanhar de perto as negociações entre China e Estados Unidos e aproveitar as oportunidades decorrentes da guerra comercial entre as duas principais economias do mundo, principalmente no que diz respeito ao agronegócio e a soja. A avaliação foi feita pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, durante o Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA)

    “Estados Unidos e China estão em negociações duras e os dois países jogam duro mesmo”, afirmou Tereza Cristina, frisando que o Brasil não tem condições de suprir toda a necessidade chinesa sem o suprimento americano, mas que tem a obrigação de acompanhar de perto e ver as vantagens que pode obter.

    Questionada sobre a orientação do governo chinês às empresas do país de adiar as compras de soja nos Estados Unidos, como retaliação a novos movimentos tarifários feitos pelo governo Trump, a ministra confessou não estar por dentro do assunto, mas disse que é muito cedo para fazer projeções sobre o tamanho do aumento da procura chinesa pela oleaginosa do Brasil.

    A ministra lembrou da necessidade do Brasil de diversificar as negociações com a China, indo além da soja. Disse que temos grandes oportunidades e reiterou a importância da liberação do setor de lácteos para o mercado chinês.

    “O Brasil não tem que entrar na briga entre Estados Unidos e China. Tem que vender para os dois mercados”, afirmou, ressalvando que, no âmbito do agronegócio, a China é parceira do Brasil e os Estados Unidos concorrente. “A briga é deles. Eles que se resolvam. Nós estamos a disposição de negociar com quem quiser comprar produto brasileiro”.

    A ministra destacou que até outubro ela fará missões nos países árabes, na Europa, na China, nos Estados Unidos e no Canadá, em busca de novos mercados para os produtos agrícolas brasileiros.

Fonte: Agência Safras

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