SOJA
*Administrador Edmar Wardensk Gervásio
O relatório mensal do Deral do mês de março aponta que a safra de soja deverá ser de 22,2 milhões de toneladas, consolidando-se como a maior safra já produzida pelo Estado do Paraná e representando em torno de 15% da produção nacional. A área plantada também é recorde e totaliza 5,766 milhões de hectares. No campo a colheita avança e nesta semana chegou a 77% da área. Comparado às últimas safras estamos atrasados no processo de colheita, entretanto isso não deve gerar impactos significativos na qualidade do grão.
O preço recebido pelo produtor pela saca de soja de 60 kg apresentou significativa queda nas últimas semanas. Na semana passada a saca estava sendo comercializada por R$144,30, queda de 9% quando compara-se ao fechamento de fevereiro de 2023 e 24% menor que o fechamento de março de 2022. Já os preços de intenção no atacado desta semana indicam uma queda maior ainda nos preços e a cotação deve fechar a semana abaixo de R$140,00. Esta queda está diretamente ligada a uma grande oferta da oleaginosa no mercado, pois a colheita que está acontecendo deve resultar em uma super safra, a maior da história. Aliado a isso, os preços neste mês no mercado internacional estão menores quando comparados a fevereiro de 2023. Com uma superprodução, junto com problemas logísticos de escoamento, os armazéns estão lotados e isso tende a pressionar os preços, pois há a necessidade de liberar espaço para armazenagem do produto que está saindo do campo.
TRIGO
*Eng. Agrônomo Carlos Hugo Godinho
A primeira estimativa de safra de inverno de 2023 divulgada pelo Deral aponta uma área de 1,36 milhão de hectares destinada ao cultivo de trigo no Paraná. Esse número representa um aumento de 13% em relação aos 1,20 milhão de hectares semeados em 2022 e, se confirmado, será a maior área cultivada com trigo no Paraná desde 1990, quando foram cultivados 1,80 milhão de hectares.
Naquela época, as compras de trigo eram estatais, garantidas pelo governo, visando manter estoques e preços sob controle. Desde então, a área dedicada ao cultivo de trigo tem se mantido em patamares mais baixos, mas os avanços tecnológicos têm permitido aumentar a produtividade. Enquanto na década de 90, a produtividade média do trigo no estado não ultrapassava 2.000 kg/ha, nos últimos anos o potencial produtivo médio no estado supera 3.000 kg/ha. Dessa forma, há possibilidade de colher 4,5 milhões de toneladas em 2023, valor bastante acima do estimado inicialmente em 1990, que era de 3,4 milhões de toneladas.
Para que se colha uma safra cheia, os produtores precisam da ajuda do clima. Como a janela de plantio é longa no Paraná, os produtores que podem plantam áreas em épocas diferentes, visando diminuir o risco de perdas. Nos últimos anos, eventos climáticos como secas prolongadas, chuvas excessivas na época da colheita e geadas tardias têm impactado negativamente a produtividade. Esses fatores, principalmente a seca, impediram que a produção ultrapassasse 3.000 kg/ha, valor que foi superado pela última vez em 2016. Em 1990, especificamente, uma série de geadas foi responsável por uma quebra de mais de 50% na produção estimada de trigo no Paraná, reduzindo a colheita prevista de 3,4 milhões de toneladas para apenas 1,5 milhão de toneladas.
MILHO
*Administrador Edmar Wardensk Gervásio
O plantio da segunda safra de milho 2022/23 está em sua reta final. Até esta semana (27/03) foram plantados 93% de uma área total estimada em 2,5 milhões de hectares. Neste mês houve reavaliação da área, que sofreu uma redução de aproximadamente 120 mil hectares quando comparado ao relatório do mês de fevereiro. Esta redução é decorrente do atraso da colheita da soja e, em consequência, a impossibilidade de realizar o plantio do milho dentro do período ideal. Possivelmente parte dessa área ou sua totalidade migrará para cultura do trigo.
Por outro lado, a colheita da primeira safra de milho 2022/23 chegou a 63% da área total estimada de 387 mil hectares e a expectativa é que sejam colhidas 3,8 milhões de toneladas.
Fonte: Deral
