A competição provocada pelas plantas daninhas em uma lavoura de soja pode resultar em perdas significativas, reduzindo em mais de 90% a produção da cultura. Também pode dificultar a operação de colheita, prejudicando a qualidade do grão ou da semente.
As plantas daninhas competem principalmente por recursos básicos ao desenvolvimento da soja, como a água, a luz e os nutrientes. No entanto, a necessidade por esses recursos varia dentro do ciclo da cultura, razão pelo qual torna-se importante conhecer as fases onde a interferência das plantas daninhas pode ser mais prejudicial para a soja.
Trabalhos nessa área são denominados de estudos de matocompetição ou de períodos de interferência. Basicamente os experimentos são realizados diretamente no campo, com os tratamentos sendo compostos por intervalos de tempo onde a cultura é deixada “no limpo”, isto é, sem a presença de plantas daninhas, complementado por períodos de convivência entre a cultura e as infestantes.
Avalia-se principalmente a produtividade da cultura sob os intervalos de tempo estudados, resultando nos períodos mais críticos de competição. O período em que as plantas daninhas convivem por um determinado tempo inicial do ciclo da cultura, sem que ocorram prejuízos à espécie cultivada, denomina-se período anterior à interferência (PAI). Também existe o período chamado período total de prevenção à interferência (PTPI), que é aquele em que, após a emergência, a cultura deve se desenvolver livre da presença de plantas daninhas, a fim de que sua produtividade não seja alterada significativamente. A comunidade de espécies daninhas que se instalar após esse período não mais terá condições de interferir, de maneira significativa, sobre a produtividade da planta cultivada. Após esse período, a cultura apresenta capacidade de, por si só, controlar as plantas daninhas que emergirem. Entre o PAI e o PTPI, ocorre um terceiro período chamado período crítico de prevenção à interferência (PCPI). Esse período corresponde à fase em que as práticas de controle devem ser efetivamente adotadas (fonte: Embrapa). Para acessar a matéria original clique aqui.
O trabalhao dos pesquisadores Nepomuceno, M.; Alves, P.L.C.A.; Dias, T.C.S. e Pavani, M.C.M.D. publicado na Revista Planta Daninha, de 2007 avaliou a interferência das plantas daninhas em soja convencional e direta e apresenta estes indicadores. ara acessar o trabalho original, com mais dados e a discussão completa clique aqui.
Nas figura os autores representaram as duas curvas ajustadas segundo Boltzman (Kuva et al., 2000): uma representando os rendimentos da produtividade em grãos de soja obtida nas plantas que permaneceram inicialmente em convivência com as plantas daninhas, ou seja, no mato (grupo M), que permite a determinação do período anterior à interferência (PAI); e a outra representando os rendimentos das plantas que permaneceram inicialmente sem convivência com as plantas daninhas, ou seja, no limpo (grupo L), que permite a determinação do período total de prevenção da interferência (PTPI).
Tanto para o Sistema de semedura direta (SSD) como para o o sistema convencional (SSC) foi realizada a estimativa dos valores do limite superior do PAI e do PTPI, considerando uma tolerância de redução de 5% na produtividade da cultura da soja. Tolerando-se essa redução, a produtividade da soja no SSD passou a ser afetada pela convivência com as plantas daninhas a partir de 33 dias após a emergência – DAE (PAI); o controle das plantas daninhas teve de ser realizado até os 66 DAE (PTPI), para que a produção da soja atingisse 95% da produção máxima (Figura 3). O intervalo entre esses dois períodos – ou seja, entre 33 e 66 DAE – é caracterizado como período crítico de prevenção da interferência (PCPI). Para o SSC (Figura 4), o PAI encontrado foi de 34 DAE, e o PTPI, de 76 DAE; conseqüentemente, o PCPI foi dos 34 aos 76 dias após a emergência da soja. O PCPI corresponde ao período em que efetivamente a cultura deve ser mantida na ausência das plantas daninhas (Pitelli & Durigan, 1984). Para acessar o trabalho original, com mais dados e a discussão completa clique aqui.
Este é apenas um exemplo de quanto as plantas daninhas causam problemas e reduzem a produção da soja, demandando atenção ao controle e medidas eficazes, especialmente ás espécies com maior poder de competição ou mesmo resistentes aos principais grupos químicos.
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