O pesquisador da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ) Daniel Vidal Pérez representa o Brasil na Rede Latino-Americana de Laboratórios de Solo (LATSOLAN, da sigla em inglês). O grupo busca a harmonização dos protocolos e uma melhor qualidade dos dados de solos gerados. “Ao redor do mundo é produzida informação, com protocolos e métodos diferentes e, dependendo da região, com qualidade difícil de rastrear”, diz Daniel.
Há quatro anos que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) dedica muita atenção ao tema solo: 2015 foi o Ano Internacional dos Solos, assim como a década do solo, que vai se estender até 2014.
Dentro dessa concepção ela criou cinco pilares (gerenciamento da terra, despertar o interesse do público, pesquisa, dados e informação e, por último, harmonização) a fim de garantir uma terra saudável para as próximas gerações. O LATSOLAN é parte do esforço de harmonização ao lado do asiático SEALNET, sendo ambos integrantes de rede GLOSOLAN.
Vale ressaltar que o pilar quatro, a criação da base de dados, depende da harmonização da produção de conteúdo, até para que ela seja intercomunicável. “Quando foi feito o primeiro ensaio de um mapa mundial de carbono no solo foi possível ver que algumas coisas não casam, devido às metodologias utilizadas terem algum problema em relação à determinação de carbono”, lembra o cientista da Embrapa.
Encontros da Rede
Buscando resolver esse e outros problemas a primeira reunião da LATSOLAN aconteceu em 2018, na cidade de Texcoco, no México. Na ocasião cada representante recebeu três amostras de solo para fins de teste de proficiência. A Embrapa se saiu bem, sendo aprovada no seu resultado.
Mais recentemente, em meados de março, aconteceu o segundo encontro do grupo, na Cidade do México, onde também foi entregue um pacote de amostras para análise.
Ano que vem, Campinas (SP) receberá a reunião, já que lá está localizada a sede do programa de controle de qualidade nacional, o Programa de análise de qualidade de laboratórios (PAQLF).
“Os métodos que estão sendo trabalhados não são os da Embrapa, por isso estamos rastreando os métodos da Empresa, ou seja, estamos criando equações que vão permitir transferir os resultados da Embrapa para resultados harmonizados que todos vão usar”, conclui Pérez, que foi chefe geral da Embrapa Solos entre 2014 e 2017.
Fonte: Embrapa Solos