FATORES DE ALTA
Clima adverso nos EUA: O clima frio em boa parte das regiões produtoras nos EUA, dificultando o plantio de milho no país, deu impulso para o movimento de alta dos futuros em Chicago;
Dificuldades da Ucrânia de exportar milho: A Ucrânia é o quarto maior exportador mundial e abastece, normalmente, a Europa e a China que, com a sua ausência, tem que buscar alternativas em outras origens, aumentando a sua demanda sobre o Brasil e os Estados Unidos.
As margens de importação de milho da China estão negativas: caíram de 2,4/1 para 1,4/1 na relação CBOT/Dalian, mas, mesmo assim, o país continua a comprar milho americano (foram 4,55 MT nas últimas duas semanas) justamente porque não consegue receber as encomendas que tinha feito na Ucrânia. E, provavelmente, deverá se voltar para o Brasil durante a safrinha. Mesmo com os embarques via Romênia, o ritmo das exportações ucranianas de milho é mais lento e o total deve ser menor.
FATORES DE BAIXA
a) Boas perspectivas de safra e demanda retraída: Apesar do cenário internacional e falta de chuva em microrregiões produtoras, as boas expectativas de safra no Brasil e a comercialização lenta devem trazer novos recuos para a saca do milho no mercado doméstico;
b) Redução da demanda chinesa se reflete na menos demanda interna: Com lockdown e recomposição de rebanho, a China reduz compras e afeta venda do Brasil. A China está recuperando seus plantéis de suínos em um ritmo mais acelerado do que previa o setor no Brasil e a consequência disso é a menor exportação de carne suína nacional. O cenário preocupa o setor porque o grande comprador do produto vem adotando restrições mais severas à circulação de pessoas após o aumento de casos de covid- 19, o que sinaliza mais dificuldades quanto à demanda;
c) Queda de 28% nas exportações brasileiras de carne suína: No Brasil, os números da balança comercial mostram os efeitos sobre os preços da carne com o menor apetite do país asiático no mercado global. Em março, a queda da receita do Brasil com exportações foi de 28%, ainda que o volume tenha recuado menos, 16%, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.
“O mercado brasileiro está um pouco mais ofertado do que o normal”, diz o presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne-SC), José Antônio Ribas Júnior, “Foi criada uma expectativa gigantesca, de que a China demoraria mais de cinco anos para repor os estoques”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes. “Fomos chamados a crescer, mas a China recuperou o seu rebanho rapidamente e está aí o motivo da crise no Brasil.”
d) Reação incipiente do mercado brasileiro: Para a suinocultura brasileira a menor demanda chinesa e a reação ainda incipiente do consumo interno trazem desafios em um momento de forte alta dos custos, por causa sobretudo dos preços do milho e do farelo de soja. Em Santa Catarina, maior produtor de carne suína no País, a despesa cresceu 15% em março ante março de 2021, conforme a Embrapa. O custo de produção de um quilo de suíno vivo em sistema do tipo completo, aumentou R$ 0,26 no mês, para R$ 7,90. Somente nos primeiros três meses do ano, o ICP Suíno subiu 12,87%. “Estamos com margens negativas. Essa relação (de troca) é bem difícil para os pequenos. Grandes empresas, por outro lado, conseguem fazer essa relação ficar melhor”, explica Lopes, da ABCS. “A produção leva mais tempo para começar a diminuir.”
CONCLUSÃO: Menor demanda para exportação e menor demanda interna impedem alta do milho As exportações de milho reduziram o ritmo registrando durante a última semana 14,71 mil toneladas embarcadas, a queda é de 88,7% sobre o volume no comparativo semanal. Até o momento, em abr/22 foram vendidas para o mercado internacional 253,09 mil toneladas do grão, volume 94,5% superior ao registrado em abr/21.
O preço médio mensal da tonelada ficou em US$ 330,44, valorização de 2,9% ante a semana retrasada. Dentro dos 14 dias úteis de abr/22 foi arrecadado uma receita de US$ 83,63 milhões com as vendas externas do cereal, montante 2,6 vezes superior ao destinado aos negócios em todo abr/21, quando a tonelada tinha o preço 26,4% menor.
As importações de milho da última semana também perderam forças e ficaram em 13,16 mil toneladas, queda de 71,42% no comparativo semanal. Até o momento, chegaram ao país 125,8 mil toneladas do grão em abr/22, volume 125,7% maior ao que foi registrado na mesma ocasião no ano passado.
O preço médio mensal pago pela tonelada do cereal no período ficou em US$ 273,46, valorização de 0,09% no comparativo semanal. Para as compras internacionais de milho nos 14 primeiros dias úteis de abr/22, foram investidos US$ 34,40 milhões, montante 123,7% superior ao destinado às negociações em todo o mês no ano passado, quando a tonelada era precificada próxima dos US$ 184,69. (Sobre textos da Agrifatto).
Fonte: T&F Agroeconômica.