A competição de plantas daninhas na cultura da soja ocorre tanto de forma direta, pela competição por recursos essenciais como água, luz e nutrientes, quanto de forma indireta, ao impactarem negativamente o manejo da cultura. Esse impacto reflete em problemas durante a colheita e na redução da qualidade dos grãos ou sementes produzidos, resultando em perdas significativas de produtividade na cultura. Além disso, as plantas daninhas servem de hospedeiras de doenças e pragas.
O controle de plantas daninhas é realizado principalmente por meio do controle químico, a soja é uma cultura que apresenta alto consumo de herbicidas, dadas as características de praticidade, eficiência e rapidez na execução oferecidas pelo método químico. Tanto herbicidas de pré-emergentes como pós-emergentes são utilizados, sendo fundamental seguir as especificações de uso de cada composto químico, a fim de garantir que os efeitos desejados sejam alcançados (Brighenti et al., 2021).
Visando um manejo eficiente de plantas daninhas com o foco em capim-amargoso e capim-pé-de-galinha, o Mais Soja lançou, com o apoio da IHARA, o Missão Mato Zero, um programa que conta com uma série de vídeos com alguns dos mais renomados pesquisadores do país, podcasts e textos técnicos, com o objetivo de trazer a informação e auxiliar no manejo de plantas daninhas.
No sétimo vídeo da série o professor e pesquisador da UFPR/Supra Pesquisa, Leandro Albrecht, aborda o tema: Pós-emergentes: Como utilizar? Quais as estratégias de manejo? Confira:
Conforme destaca Rizzardi (2019), a determinação do momento adequado para o controle em pós-emergência de plantas daninhas na cultura da soja deve considerar principalmente dois fatores: o padrão de crescimento das plantas daninhas e o estádio de desenvolvimento da cultura.
De acordo com Brighenti et al. (2021), o intervalo em que as plantas daninhas convivem durante a fase inicial do ciclo da cultura, sem causar danos significativos à espécie cultivada, é denominado período anterior a interferência (PAI). O período denominado período total de prevenção a interferência (PTPI), durante o qual, após a emergência, a cultura deve crescer sem a presença de plantas daninhas, a fim de preservar a sua produtividade. Qualquer espécie de planta daninha que se estabeleça na lavoura após esse intervalo não será capaz de influenciar de forma significativa a produtividade da planta cultivada.
Além disso, entre o PAI e o PTPI, ocorre um outro período conhecido domo período crítico de prevenção à interferência (PCPI), representando a fase em que as práticas de controle devem ser implementadas para o controle eficiente das plantas daninhas.
Uma pesquisa realizada por Nepomuceno et al. (2007), cujo objetivo era avaliar os efeitos dos períodos de controle e convivência de plantas daninhas sobre as características produtivas da soja, constatou que a soja pode conviver com essa comunidade até 33 dias após sua emergência (PAI), com um período total de prevenção da interferência (PTPI) até 66 DAE, resultando em um período crítico de prevenção da interferência (PCPI) dos 33 aos 66 DAE. A interferência das plantas daninhas durante todo o ciclo da cultura reduziu, em média, 46% a produtividade de grãos da soja. Cabe destacar que esses períodos podem variar de acordo com a cultivar de soja utilizada.
Figura 1. Produtividade em grãos de soja, do cultivar CD 201, no SSD, em resposta aos períodos de controle e de convivência com as plantas daninhas, considerando uma perda de 5% na produtividade. UNESP/Jaboticabal, 2004.

O pesquisador Leandro Albrecht destaca a importância do monitoramento das áreas de cultivo de soja, identificando as espécies de plantas daninhas presentes e considerando os casos de resistência dessas plantas daninhas. Esse monitoramento e identificação é fundamental para a definição de estratégias de manejo a ser adotadas, visando o controle efetivo das espécies presentes.
Algumas práticas de manejo implementadas no sistema produtivo têm o potencial de prolongar o período anterior a interferência (PAI). Entre essas práticas, destacam-se o emprego de uma boa dessecação em pré-semeadura, a presença de palhada no solo e a aplicação de um bom herbicida pré-emergente.
Durante o período crítico de prevenção a interferência (PCPI), que corresponde ao momento crucial para evitar interferências no desenvolvimento da cultura, ou seja, quando o manejo em pós-emergência da cultura deve ser realizado, é importante considerar não apenas o estádio de desenvolvimento da planta daninha, mas também observar o estádio da cultura da soja. O momento ideal de controle em pós-emergência, conforme destaca o pesquisador, deve ser realizado no estádio V4 da soja para garantir o controle eficiente e no momento adequado de intervenção. Nesse sentido, fica evidente que o controle de plantas daninhas na soja deve ser realizado em estádios iniciais de desenvolvimento tanto da cultura quanto das plantas daninhas.
No que diz respeito aos herbicidas pós-emergentes que podem ser aplicados na cultura da soja, Albrecht destaca os inibidores da ACCase, inibidores da PROTOX, o glifosato em soja RR e o ingrediente ativo bentazona. Ele também menciona o uso de 2,4-D e Glufosinato de amônia em soja com tecnologia Einlist. No entanto, ressalta a importância de avaliar as espécies presentes, casos de resistência e as condições específicas, para determinar o melhor manejo a ser empregado na cultura, visando proporcionar condições adequadas para o desenvolvimento da soja.
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Referências:
BREGHENTI, A. M. et al. PERÍODOS DE CONVIVENCIA ENTRE PLANTAS DANINHAS E A CULTURA DA SOJA. Embrapa, 2021. Disponível em: < https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/soja/producao/manejo-de-plantas-daninhas/periodos-de-convivencia-entre-plantas-daninhas-e-a-cultura-da-soja >, acesso em: 06/12/2023.
BRIGHENTI, A. M. et al. MANEJO DE PALNTAS DANINHAS. Embrapa, 2021. Disponível em: < https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/soja/producao/manejo-de-plantas-daninhas#:~:text=Para%20controlar%20plantas%20daninhas%20na,execu%C3%A7%C3%A3o%20oferecida%20pelo%20m%C3%A9todo%20qu%C3%ADmico. >, acesso em: 07/12/2023.
NEPOMUCENO, M. et al. PERÍODOS DE INTERFERÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DA SOJA NOS SISTEMAS DE SEMEADURA DIRETA E CONVENCIONAL. Revista Planta Daninha, v. 25, n. 1, p. 43-50. Viçosa – MG, 2007. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/pd/a/Q8Rsb7kYNBfr45WLqpsVNbb/?format=pdf&lang=pt >, acesso em: 06/12/2023.
RIZZARDI, M. A. QUAL A ÉPOCA PARA APLICAR O HERBICIDA PÓS-EMERGENTE NA SOJA? Up Herbologia, Academia das Plantas Daninhas, 2019. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/int/qual-a-epoca-para-aplicar-o-herbicida-pos-emergente-na-soja >, acesso em: 07/12/2023.