Os biorreguladores têm ganhado destaque no cultivo da soja devido ao seu potencial para otimizar o crescimento, desenvolvimento e produtividade da cultura. Esses compostos, que incluem fitormônios e substâncias que modulam processos fisiológicos, podem influenciar desde a germinação e o enraizamento até a floração, o enchimento de grãos e a tolerância a estresses abióticos. Seu uso adequado pode resultar em plantas mais vigorosas, com maior eficiência no aproveitamento de nutrientes e melhor resposta a adversidades climáticas, contribuindo para um manejo mais sustentável e produtivo da lavoura.
Contudo, em meio a diversidade de biorreguladores disponíveis no mercado, nem sempre o posicionamento desses produtos é uma tarefa fácil visando extrair o máximo de desempenho e benefícios à cultura da soja. Além de fitormônios, alguns biorreguladores apresentam em sua composição, macro e micronutrientes que podem contribuir para o crescimento da soja, nas diferentes fases do desenvolvimento da cultura.
Nesse sentido, o posicionamento dos biorreguladores em soja, muitas vezes está condicionado a composição do bioproduto e finalidade do seu uso, (estimular o crescimento, tolerar estresses, etc…). Sabe-se que desde que posicionados adequadamente, e não haja fatores limitantes a produtividade, o uso de biorreguladores em soja tem contribuído para o aumento da produtividade da cultura.
Recentemente, um estudo realizado por Rezende e colaboradores (2025) analisou o efeito da aplicação de um biorregulador em diferentes estádios fenológicos da cultura da soja, no sistema de produção plantio direto. O biorregulador avaliado pelos autores era considerado um precursor de fitohormônios (auxina, citocinina, giberelina e betaína), e apresentava em sua composição garantias mínimas de zinco (1,50%), cobalto (0,072%), molibdênio (0,727%), níquel (0,73%), enxofre (0,785%), potássio (0,3%), e carbono orgânico total (6%), além disso de conter extratos húmicos e fúlvicos e extrato de algas (Ascophyllum nodosum).
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As aplicações do biorregulador foram realizadas em distintos estádios do desenvolvimento da soja. Ao todo, foram realizados sete modos de aplicações, (controle/sem aplicação, tratamento de semente, sulco de plantio, estádio V3; estádio V6, estádio V9 e estádio R1), utilizando a mesma dose do produto (200 mL/ha).
Além da produtividade, características da planta, como índice relativo de clorofila, massa de 100 grãos, altura de planta e número de vagens por planta também foram avaliadas pelos autores. Com base nos resultados observados por Rezende et al. (2025), para as variáveis altura de planta, número de vagens por planta e a produtividade houve diferença significativa na época de aplicação do biorregulador, com destaque para a aplicação do biorregulador no estádio V9, em que foram observados os maiores incrementos no número de vagens por planta e produtividade.
Figura 1. Número de vagens por planta de soja em função da aplicação de biorregulador na dose de 200 mL/ha. Ipameri-GO, 2023.

Fonte: Rezende et al. (2025)
Os autores puderam observar que, a produtividade da soja variou em função da época de aplicação do biorregulador. De acordo com Rezende et al. (2025) a aplicação realizada no estádio V9, proporcionou o maior resultado para a produtividade de grãos, diferindo do tratamento controle (Figura 2). Nesse caso, a produtividade foi significativamente superior em relação ao controle, com incremento de produtividade de mais de 35%.
Figura 2. Produtividade de plantas de soja em função da aplicação de biorregulado na dose de 200 mL/ha. Ipameri-GO, 2023.

Fonte: Rezende et al. (2025)
Com base nos aspectos observados no estudo conduzido por Rezende et al. (2025), fica nítida a contribuição dos biorreguladores para o aumento da produtividade da soja, assim como a influência do posicionamento desses produtos durante o ciclo de desenvolvimento da cultura. Nesse contexto, posicionar adequadamente os biorreguladores na cultura da soja é determinante para maximizar a eficiência desses bioinsumos, bem como os resultados de produtividade.
Vale destacar que esse posicionamento deve levar em consideração a composição do bioinsumos, e recomendações do fabricante, uma vez que determinados fitormônios desempenham papeis fundamentais no metabolismo da soja, estimulando a formação de determinados componentes de produtividade.
Confira o estudo completo desenvolvido por Rezende e colaboradores (2025) clicando aqui!
Referências:
REZENDE, L. S. et al. APLICAÇÃO DE BIORREGULADOR EM DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS NA CULTURA DA SOJA. Revista Caderno Pedagógico, 2025. Disponível em: < https://ojs.studiespublicacoes.com.br/ojs/index.php/cadped/article/view/14290/8057 >, acesso em: 26/03/2025.