A absorção de nutrientes em uma planta é função das suas necessidades nutricionais, sendo que alguns nutrientes são absorvidos em maiores quantidades (macronutrientes) e outros em menores quantidades (micronutrientes), porém, todos desempenhando papeis fundamentais no crescimento e desenvolvimento das plantas. Dentre os macronutrientes mais comuns requeridos pelas plantas, destacam-se o Nitrogênio (N), o Fosforo (P) e o Potássio (K), sendo os mais utilizados na fertilização de base em solos agrícolas.
Veja também: Macro e micronutrientes no sistema produtivo, visão geral.
Com exceção do nitrogênio, que é o nutriente absorvido em maiores quantidades pelas plantas, o potássio é o segundo nutriente mais requerido. O potássio apresenta mobilidade na planta, sendo responsável por auxiliar na regulação estomática, ativação enzimática, síntese de proteínas, regulação do pH intracelular, equilíbrio de cargas elétricas entre outras atividades.
A extração e exportação de potássio para algumas culturas pode ser observada na tabela 1.
Tabela 1. Extração e exportação de potássio para algumas culturas agrícolas.
O potássio no solo
O potássio é um elemento facilmente encontrado no solo, presente em diversas formas, porém nem sempre na forma disponível às plantas. O potássio disponível às plantas é o presente na solução do solo. Como esse elemento se encontra na forma iônica na planta, ele é facilmente reaproveitado e reciclado, o simples fato da decomposição de resíduos culturais após a maturação fisiológica da cultura ou até mesmo a lavagem das folhas pela chuva pode fazer com que o potássio presente nas plantas retorne ao solo.
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O método para avaliar a quantidade de potássio disponível no solo varia de acordo com a região, para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina por exemplo, o potássio é estimado pelo extrator Mehlich-1. O principal fertilizante para fornecimento de potássio é o Cloreto de Potássio (KCl), outros fertilizantes como sulfato de potássio (K2SO4) e uréia cloretada também podem ser utilizadas, mas em relação ao custo benefício o Cloreto de Potássio é o que se destaca para uso. Considerando as formas de adubação, recomenda-se no caso do Potássio, que a adubação seja realizada juntamente com a adubação de Fósforo no momento da semeadura.
Lembrando que o Potássio se encontra na forma iônica nas plantas, a rotação de culturas e o uso de plantas com aptidão á ciclagem de nutrientes como o nabo forrageiro, pode auxiliar na conservação dos teores de potássio no solo, pela liberação deste nos resíduos vegetais.
Sintomas de deficiência de potássio
Um dos sintomas mais comuns de deficiência de Potássio é o secamento ou “queimamento” das margens das folhas, normalmente aparecendo primeiro nas folhas mais velhas. As plantas deficientes em potássio crescem vagarosamente e desenvolvem pouco o sistema radicular.
Os caules apresentam facilidade em quebrar, e pode ocorrer acamamento das plantas dependendo das condições de planta e ambiente. Outros sintomas da deficiência de Potássio têm relação com as sementes e frutos; plantas deficientes em Potássio podem vir a desenvolver frutos pequenos e no caso de sementes e/ou grãos, o tegumento pode apresentar características de enrugamento. Lembrando que ao ponto de ocorrência de deficiência de Potássio, provavelmente algum outro nutriente também se encontre em desconformidade as exigências da cultura no solo, portanto, a melhor forma de diagnosticar o problema é por meio da análise química do solo, correção e monitoramento.
Figura 1: Deficiência de potássio em soja.
Figura 2: Deficiência de potássio em milho.
A adubação potássica desempenha papel fundamental na nutrição das plantas, sua deficiência pode acarretar danos à cultura e perda de produtividade. É interessante manter os níveis de potássio sempre dentro das exigências da cultura, suprindo as necessidades da planta a manutenção da fertilidade do solo. A adubação Potássica deve ser preferencialmente realizada na semeadura da cultura, facilitando o manejo e prática, deve-se ter atenção para sintomas de deficiência e acompanhar a fertilidade do solo utilizando de ferramentas como análise da fertilidade do solo e mapas de colheita.
Referências:
COELHO, A. M. & FRANÇA, G. E. SEJA O DOUTOR DO SEU MILHO, NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO, Arquivo do Agrônomo, n.2, set. 1995.
INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE – IPNI, Nutri-Fatos, Informação agronômica sobre nutrientes para as plantas, n.3.
IPNI CANADA, FOLHA COM SINTOMA DE DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO, disponível em: http://brasil.ipni.net/article/BRS-3105, acesso em 18 fev. 2020.
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Redação: Maurício Siqueira dos Santos – Eng. Agrônomo.