Os diferentes tipos de solo e a posição que ocupam em sequência – do topo até o curso d’água – na encosta influenciam o potencial de erosão no terreno, juntamente com a declividade.
A conclusão é de um trabalho envolvendo solos da Formação Arenito Caiuá realizado pelos pesquisadores Jonez Fidalski, do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná Iapar-Emater, e Edivaldo Lopes Thomaz, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), publicado recentemente na Revista Brasileira de Ciência do Solo, um dos principais periódicos científicos nacionais dedicados ao tema.
O experimento foi conduzido em uma bacia hidrográfica localizada no município de Paranavaí, Noroeste do Estado. Os pesquisadores analisaram uma encosta de 2,6 km, com declividade de 5%, e constituída, em sequência a partir do cume, por solos do tipo Latossolo, Argissolo e Neossolo Quartzarênico, de acordo com a nomenclatura do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.
O artigo, em inglês, pode ser obtido AQUI, e resulta de um trabalho inédito em solos do Arenito, segundo Fidalski.
Para avaliar o potencial erosivo, os pesquisadores utilizaram simuladores de chuvas e coletaram os sedimentos carregados pela água. A taxa de carreamento foi calculada por meio de equações que consideram também a topografia e as condições climáticas da região, além do tipo e manejo do solo em análise.
“Para uma chuva de mesma intensidade, o potencial de erosão aumenta dos Latossolos para os Argissolos e Neossolos Quartzarênicos. Por isso, não é aconselhável implantar um só tipo de cultura em toda a encosta”, explica o pesquisador.
CARACTERÍSTICAS – Fidalski conta que os três solos podem ser reconhecidos facilmente – Latossolos têm coloração avermelhada e formam torrões que se desmancham facilmente quando apertados entre os dedos; os Argissolos têm a mesma coloração e formam torrões mais firmes, pois contêm mais argila em sua composição; por fim, os Neossolos Quartzarênicos são acinzentados e, de tão arenosos, não formam torrões.
Os solos da Formação Arenito Caiuá ocupam cerca de 30.000 km2 no Noroeste do Paraná, abrangendo 107 municípios da região, o que corresponde a aproximadamente 15% da área do Estado.
USO E MANEJO – Fidalski aconselha que a exploração da cultura de mandioca para a recuperação de pastagens degradadas, prática usual na região, seja planejada com o auxílio de um engenheiro-agrônomo.