Característica desta época do ano, a falta de chuvas na região central do Brasil favorece a maturação e a colheita do milho 2ª safra, além de beneficiar a qualidade de pluma do algodão. A análise foi divulgada nesta quinta-feira (25), na edição deste mês do Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), disponível para consulta no site da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O estudo aponta o resultado do monitoramento nas principais regiões produtoras de grãos brasileiras, levando-se em conta os cultivos de verão e inverno para a Safra 2021/2022. O levantamento ocorreu entre 1º e 21 de agosto deste ano.
O boletim mostra também que as condições climáticas para os cultivos de terceira safra são satisfatórias. A exceção fica por conta das lavouras localizadas no interior do Nordeste da Bahia, que estão sob restrição hídrica. Apesar de ter reduzido o ritmo de colheita do milho 2ª safra, as chuvas favoreceram o desenvolvimento dos cultivos de inverno. Observa-se que as precipitações contribuíram para a recuperação da umidade do solo no estado do Paraná, o que proporcionou o desenvolvimento, florescimento e o enchimento dos grãos do trigo. A redução das temperaturas mínimas provocou a ocorrência de geadas de intensidade fraca a forte, mas não houve impacto negativo nas lavouras de trigo.
De forma geral, a análise espectral reflete a maturação e a colheita do milho segunda safra em algumas regiões, devido a sua predominância, e tem apresentado comportamento similar ao de safras anteriores. O desenvolvimento das lavouras de inverno é expressado pelo bom comportamento do índice de vegetação, superior à média dos últimos cinco anos, devido às boas condições climáticas da atual safra.
O Boletim de Monitoramento Agrícola é resultado da colaboração entre a Conab, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam), além de agentes colaboradores que contribuem com dados pesquisados em campo.
Monitoramento das lavouras
Milho Segunda Safra
Mato Grosso: Colheita concluída. Apesar de algumas regiões não apresentarem boa produtividade, devido ao deficit hídrico ocorrido em abril, o saldo no rendimento estadual foi positivo, com produtividade superior à safra passada.
Paraná: A colheita avançou de forma lenta, conforme a região, em função das chuvas persistentes. A predominância de áreas à colher está na metade norte paranaense, especificamente nas regiões de Paranavaí, Cornélio Procópio, Londrina e Jacarezinho.
As lavouras estão com bom desenvolvimento em cerca de 79% das áreas. As condições regulares (26%) e ruins (8%) foram decorrentes de vários fatores ao longo do ciclo, como: climáticos (estiagem, excesso de chuva e geadas leves a moderadas) e fitossanitários.
Mato Grosso do Sul: A colheita segue sem problemas, com aumento do ritmo nas regiões semeadas tardiamente. As chuvas ocorridas provocaram paralisações temporárias, mas sem previsão de problemas na qualidade dos grãos, visto a presença de sol na sequência.
Goiás: A colheita alcança 96% das áreas semeadas. Restam áreas da região leste. A diminuição dos rendimentos nesta fase final já era esperada devido ao estresse hídrico sofrido nas áreas de plantio tardio e ao ataque de cigarrinhas. A qualidade do grão é considerada boa, porém, há relatos de grãos com tamanho reduzido e baixo peso específico.
Minas Gerais: Com aproximadamente 83% das lavouras de milho colhidas, a quebra de safra se confirma no estado. As precipitações praticamente cessaram desde o mês de maio em todas as regiões produtoras. As lavouras se desenvolveram nesse cenário, com baixíssima umidade no solo e, além do deficit hídrico, o enfezamento causado pela cigarrinha também contribuiu para o insucesso da safra, fazendo produtores abandonarem suas áreas.
São Paulo: 75% da área está colhida. As chuvas são consideras acima do volume para a época. As produtividades médias variam de acordo com a intensidade de ataque da cigarrinha e do manejo usado para o seu controle.
Bahia: A colheita está quase finalizando. Na região Extremo-Oeste, com 90% da área já colhida. As lavouras estão com limitação de produtividade, face ao deficit hídrico e aumento do ataque de cigarrinhas.
Tocantins: A colheita foi finalizada. Durante os meses de abril e maio, as lavouras foram acometidas pela estiagem. Nesta época, grande parte das lavouras estavam em estágio de enchimento de grãos. Essas condições climáticas impactaram na produtividade das lavouras nas áreas semeadas mais tardiamente.
Piauí: As lavouras estão finalizando seu ciclo fenológico e se mantêm em boas condições, na sua maioria. A área colhida alcança 95% da área semeada e segue em ritmo normal, confirmando boas produtividades.
Maranhão: Em razão de alguns casos de queimada, houve atraso na colheita das últimas áreas cultivadas. A finalização da colheita está prevista para o início de setembro de 2022. Há expectativa de boas produtividades, de forma geral, acima do esperado.
Confira aqui a mais recente edição do Boletim.
Fonte: Conab