Os preços da soja subiram nesta semana no mercado brasileiro, mas o ritmo dos negócios seguiu moderado. Chicago encerrou o período com perdas, mas chegou a atingir o pico em 16 meses na segunda-feira. Já o dólar se valorizou frente ao real.
Mesmo com a elevação dos preços, os produtores seguem retraídos e apostam em um cenário ainda melhora para voltar a negociar. A queda nos prêmios de exportação e a prioridade ao plantio da nova safra no Brasil contribuíram para retirar ritmo dos negócios.
A saca de 60 quilos subiu de R$ 84,50 para R$ 86,50 em Passo Fundo (RS), entre os dias 11 e 17. No período, o preço passou de R$ 84,00 para R$ 84,50 em Cascavel (PR). Em Paranaguá, a cotação pulou de R$ 89,50 para R$ 91,00.
Em Rondonópolis (MT), o preço subiu de R$ 80,50 para R$ 81,50. Em Dourados (MS), a cotação saltou de R$ 80,50 para R$ 82,50. A saca avançou também em Rio Verde (GO), passando de R$ 79,00 para R$ 81,50.
Os contratos com vencimento em novembro iniciaram a semana firmes, ainda refletindo o desempenho da semana anterior, quando Estados Unidos e China se aproximaram de um acordo comercial. Após uma semana de consolidação, a posição encerrou a quinta a US$ 9,31 ½, com baixa semanal de 0,48%.
Em meio a problemas domésticos no campo político, o dólar comercial subiu 1,85% na semana, atingindo R$ 4,172 no fechamento da quinta. Os prêmios de exportação cederam nos portos, consequência da aproximação comercial entre China e Estados Unidos.
Oferta e Demanda
As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 72,5 milhões de toneladas em 2020, subindo 4% sobre o volume de 2019, projetado em 70 milhões de toneladas. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por SAFRAS & Mercado.
No quadro de julho, as estimativas eram de 77 milhões e 72,1 milhões respectivamente. “O provável fim da guerra comercial deve impactar nas exportações brasileiras na nova temporada, devendo resultar em uma forte recuperação nos estoques de soja em grão. O esmagamento deverá continuar crescendo frente a uma forte demanda por exportação de carnes”, resume o analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque.
SAFRAS indica esmagamento de 43,8 milhões de toneladas em 2020 e de 43,5 milhões de toneladas em 2019, representando um aumento de 1% entre uma temporada e outra.
Em relação à temporada 2020, a oferta total de soja deverá subir 8%, passando para 129,408 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por SAFRAS em 119,5 milhões de toneladas, com ganho de 2%. Desta forma, os estoques finais deverão subir 183%, passando de 3,504 milhões para 9,908 milhões de toneladas.
SAFRAS trabalha com uma produção de farelo de soja de 33,33 milhões de toneladas, com aumento de 1%. As exportações deverão cair 3% para 15,5 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 17,3 milhões, aumento de 2%. Os estoques deverão subir 34%, para 2,1 milhões de toneladas.
A produção de óleo de soja deverá ficar em 8,7 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 700 mil toneladas, com queda de 24% sobre o ano anterior. O consumo interno deve subir de 7,9 milhões para 8,05 milhões de toneladas. A previsão é de recuo de 23% nos estoques para 83 mil toneladas.
Fonte: Agência SAFRAS