Depois de ter atingido alta de 7,30% no dia 15/1, os preços do milho começaram a recuar, por diversos fatores (queda dos preços das carnes, proximidade dos custos de produção e início da colheita) e fecharam o mês com alta de apenas 5,52%. Nos principais estados consumidores do Sul do país a colheita do milho está se intensificando e aliviando a pressão da demanda.
O RS já colheu cerca de 38% (a Emater fala em 26%, mas nossa pesquisa mostra mais), o PR colheu 2% e em SC, um estado muito carente de milho, a colheita começa a se intensificar em 15/2. Com isto, as importações do Centro-Oeste e do Paraguai e o impulso de alta dos preços sofrem reversão.
Desta forma, os preços do milho recuaram em 4 dos 5 dias úteis desta semana: nesta sexta-feira voltaram a recuar cerca de 0,18% nos preços médios de Campinas, principal praça de referência do milho brasileiro para R$ 50,46/saca, contra R$ 50,55 do dia anterior, reduzindo os ganhos do mês para 5,52%, contra 5,71% do dia anterior.
Milho RS: Com colheita maior do que a anunciada, compradores se retiram do mercado para diminuir pressão
No Rio Grande do Sul as indústrias continuam tentando empurrar os preços para baixo, mas o vendedor continua resistindo. Com o início da colheita, que estimamos em 38%, contra 26% da Emater local, o mercado de lotes esteve bem vazio de negócios hoje, embora os preços tenham se mantido entre R$ 46,00 e 47,00 no interior. Com colheita própria, muitos agricultores não precisam comprar milho fora e o mercado reduz o ritmo.
Milho SC: Com o início da colheita previsto para 15/2, a pressão compradora começa a diminuir
Em Santa Catarina o preço manteve-se em R$ 52,00 em Campos Novos, sendo o mais alto do país e R$ 50,00 em Concórdia e Mafra e R$ 48,00/saca em Chapecó e Canoinhas. O estado deverá ter, neste ano, um déficit ao redor de 4,2 MT, entre a sua produção ao redor de 2,7 MT e a sua necessidade de consumo de 6,9 MT. Mas, com o início da colheita no RS e a perspectiva de colheita no próprio estado, a oferta aumentou e a pressão compradora esfriou um pouco.
Milho PR: Agricultores mais preocupados com a colheita do milho do que sua venda
Diante da expectativa de mais altas nos preços, os agricultores do Paraná estão mais preocupados com a colheita do milho de verão e o início do plantio da Safrinha, além da colheita da soja e muito pouco com comercialização, uma vez que dispõe de trigo e milho para fazer caixa.
Os preços estão razoavelmente estáveis mantendo-se em R$ 46,00, no disponível, nas fábricas dos Campos Gerais. Para entrega futura, o preço continua R$ 44,00 posto fábricas para março e abril. No porto, R$ 42,00. Muito poucos lotes negociados no Norte do estado, com preços entre R$ 47,00 e R$ 47,50 FOB armazém. No Oeste do estado, outra região com muita demanda devido às suas muitas indústrias de carne, os preços de comprador giram ao redor de R$ 45,00/45,50, com vendedor a R$ 46,00/47,00/saca.
Preços do milho paraguaio subiram acompanhando o dólar
Já os milhos importados do Paraguai chegariam ao Oeste do Paraná ao redor de R$ 54,80 (54,46); ao Oeste de Santa Catarina ao redor de R$ 58,42 (58,05) e ao Extremo Oeste de SC ao redor de R$ 56,61/saca (56,26). O milho argentino a R$ 61,19 (61,35) e o americano a R$ 63,32 (62,68) no oeste de SC.
Fonte: T&F Agroeconômica