Os preços do milho recuaram em quatro dos cinco dias da semana e no restante permaneceu estável. Passou da média de R$ 37,96/saca em Campinhas na sexta-feira anterior para R$ 36,69/saca nesta sexta, queda de 3,34%, segundo pesquisa do Cepea.
Quais as razões para esta queda? São basicamente duas:
- Queda de 1,04% na cotação do dólar, que enfraqueceu as exportações, que estavam puxando os preços do milho até a semana anterior;
- Aumento da disponibilidade interna, com o avanço da colheita do milho Safrinha nos estados do Paraná para cima, além de haver grande parte da safra de verão ainda disponível. Apesar da preocupação com a possível redução dos estoques finais com o aumento das estimativas de exportação – que passaram de 30MT para “no mínimo 31MT” – a queda do dólar deu um bom alívio aos compradores do mercado interno que não tiveram que disputar com os exportadores. Mas, os preços não devem cair muito, diante do potencial de aumento das exportações, ainda existente.
Empresas do RS e SC fazendo estoques até nos páteos para não ficar sem milho neste ano
Parece que, do ponto de vista internacional, o mercado do milho já precificou o panorama climático adverso que afetou o plantio nos EUA. Assim, à luz de uma ligeira mudança nos mapas de previsão do tempo, o incentivo positivo foi despertado em torno da realização de tarefas de campo. No entanto, ainda há incerteza sobre o resultado da safra, especialmente no que se refere à área total semeada.
De acordo com os mapas, as chuvas esperadas para os próximos dias seriam menos intensas do que anunciadas anteriormente. Assim, os operadores avaliaram a possibilidade de que pudesse haver plantio em algumas regiões. Recorde-se que esta semana, as tarefas da plantação cobriram um 67% da área intencional, comparado ao 96% típico para a época do ano. Ao mesmo tempo, as novidades no setor de exportação trouxeram impulso de baixa.
Por um lado, houve vendas de milho do Brasil para o México (o principal destino do cereal americano). Por sua vez, os EUA estariam recebendo remessas de milho brasileiro entre setembro e Janeiro. Assim, como contrapartida do complicado panorama produtivo no norte do país, a oferta abundante na América do Sul trouxe alívio ao mercado em termos de preços.
Outro exemplo do fraco desempenho do setor de exportação norte-americano foi proposto pelo relatório semanal de vendas. No mesmo, os cancelamentos de negócios líquidos foram registrados para 8.700 TN. No Brasil, a disponibilidade da safra de verão mais o grande avanço na colheita do milho Safrinha trouxeram tranquilidade aos compradores.
Por outro lado, a queda nos preços líquidos das exportações, diante da queda do dólar, também trouxe algum alívio aos compradores, embora algumas empresas, com medo, estejam fazendo estoques até nos páteos, como mostra a foto ao lado, para não ficar sem milho neste ano, especialmente nos Estados do RS e SC, que historicamente tem déficits de 1,5MT e 2,5MT, respectivamente e neste ano ainda exportaram quantidades consideráveis. Mas isto ocorre também no MT, com o aumento da quantidade colhida.
Fonte: T&F Agroeconômica