As cotações do milho, em Chicago, subiram levemente durante a semana, com o primeiro mês cotado fechando a quinta-feira (17) em US$ 6,67/bushel, contra US$ 6,53 uma semana antes.

Vale destacar que a colheita do milho nos EUA, até o dia 13/11, atingia a 93% da área semeada, contra 85% na média histórica.

Por outro lado, o dólar mais firme nos EUA reduz a competitividade das exportações estadunidenses, fazendo pressão baixista sobre o milho, mesmo com o anúncio positivo de que a China iria afrouxar certas restrições que tem adotado contra a Covid19. Também faz pressão baixista o fato de que, após ameaças de interrompê-lo, Rússia e Ucrânia estariam à ponto de estender o acordo de exportação de trigo e milho pelo Mar Negro, apesar da continuidade da guerra. Vamos ver se isso ocorre na prática. Por outro lado, apesar das ameaças contra o milho transgênico dos EUA, o México teria comprado mais 1,8 milhão de toneladas do cereal estadunidense, fato que segurou o processo de queda nas cotações, no curto prazo.

Já no Brasil, os preços médios se mantêm relativamente estáveis, sustentados pelas exportações, embora o viés de médio prazo seja de recuo nos mesmos diante da enorme safrinha que o país colheu.

Assim, a média gaúcha fechou a semana em R$ 84,24/saco, enquanto nas demais praças nacionais os preços permaneceram entre R$ 65,00 e R$ 85,00/saco. Já na B3, o fechamento do pregão do dia 16/11, a título de comparação, ficou em R$ 84,05/saco para novembro; R$ 87,20 para janeiro; R$ 90,46 para março; e R$ 89,96/saco para maio próximo.

As exportações nacionais de milho igualmente estão sendo favorecidas pela nova desvalorização do Real, fato que dá sustentação aos preços internos, mesmo diante da pressão da oferta. A questão é os meses futuros, caso as novas safras, de verão e safrinha, venham positivas. Lembrando que, a partir de agora, o Brasil enfrenta a concorrência do milho dos EUA, que acaba de ser colhido. O lado positivo para os brasileiros é a queda na produção argentina, devido a seca.

Dito isso, o Brasil iniciou o mês de novembro com exportações de 2,3 milhões de toneladas de milho nos primeiros oito dias úteis do mês. Ou seja, em oito dias o país exportou, neste mês de novembro, quase todo o volume exportado na totalidade do mês de novembro do ano passado. Tanto é que a média diária exportada está 127,2% acima do realizado um ano antes. O preço médio da tonelada vendida, neste mês de novembro, está em US$ 299,00, contra US$ 214,50 um ano antes. (cf. Secex)

Já a Anec espera que o país exporte 6,64 milhões de toneladas de milho em novembro, ou seja, mais do que o dobro do registrado em novembro de 2021. No total do ano, as vendas externas de milho, pelo Brasil, serão importantes e poderiam ter sido ainda mais se não houvesse problemas de logística em nosso país. A Anec projeta exportações de 38,5 milhões de toneladas de janeiro a novembro, por parte do Brasil, contra um total, no ano anterior, de apenas 20,6 milhões. Tal cenário permite esperar que nosso país encerre 2022 com exportações totais de milho entre 40 e 43 milhões de toneladas.

Pelo lado das importações, o Brasil comprou, nos oito primeiros dias úteis de novembro, um total de 119.670 toneladas, diminuindo o ritmo em relação ao mesmo mês do ano passado. Tanto é verdade que a média diária de importação ficou 54,3% mais baixa agora, em comparação ao mesmo período de novembro de 2021. Enquanto isso, o preço da tonelada importada recuou 7,4%, ficando em US$ 226,00 na atualidade. (cf. Secex)

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



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