A semana foi marcada por um cenário de retomada do movimento de alta dos preços no milho no Brasil. Segundo a SAFRAS Consultoria, os produtores voltaram a reduzir as intenções de venda do cereal, observando o comportamento do câmbio e o movimento dos mercados futuros, deixando o mercado interno com negócios travados.

Na exportação, por outro lado, a semana foi marcada por uma boa demanda, o que ajudou a fortalecer os preços do milho nos portos. A tendência para as próximas semanas é de incertezas em torno do comportamento do câmbio, devido a proximidade do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil.

As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 535,985 milhões em outubro (5 dias úteis), com média diária de US$ 107,197 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 1,887 milhão de toneladas, com média de 377,448 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 284,00.

Em relação a outubro de 2021, houve alta de 464,2% no valor médio diário da exportação, avanço de 320,1,9% na quantidade média diária exportada e valorização de 34,3% no preço médio. Os dados são do Ministério da Economia e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

O line-up, a programação de embarques nos portos brasileiros, indicou que poderão ser exportadas 6,073 milhões de toneladas de milho em outubro, conforme levantamento de SAFRAS & Mercado. O volume embarcado no mês soma 2,195 milhões de toneladas. Para novembro o line-up projeta embarques de 177,25 mil toneladas de milho. No acumulado de fevereiro/22 a novembro/22, a programação de embarques até agora aponta volumes de 30,373 milhões de toneladas de milho.

No mercado brasileiro, o valor médio da saca de 60 quilos de milho teve uma variação positiva de 2,18%, sendo vendida por R$ 85,57, contra os R$ 83,74 verificados na semana passada. O preço da saca de milho em Campinas/CIF, disponível ao produtor, foi cotado a R$ 90,00, alta de 4,65% ante os R$ 85,00 praticados na semana passada. Na região Mogiana paulista, o cereal subiu 4,76% ao longo da semana, de R$ 84,00 para R$ 88,00 a saca. Em Santos a saca avançou de R$ 87,50 para R$ 93,00, alta de 6,29%.

Em Cascavel, no Paraná, no comparativo semanal, o preço aumentou 4,88%, de R$ 82,00 para R$ 86,00 a saca. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação avançou 5,26%, de R$ 76,00 para R$ 80,00 a saca. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço no balanço semanal permaneceu em R$ 95,00.

Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda na semana continuou em R$ 80,00 a saca. E em Rio Verde, Goiás, o preço na venda se manteve em R$ 80,00 a saca.

USDA

O relatório de outubro de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na quarta-feira (12), trouxe novos números para a temporada 2022/23 de milho dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos deverão colher 13,895 bilhões de bushels na temporada 2022/23, acima da estimativa do mercado, que previa uma produção de 13,891 bilhões de bushels, mas aquém dos 13,944 bilhões de bushels indicados no relatório de setembro. A produtividade média em 2022/23 deve atingir 171,9 bushels por acres, mesmo volume previsto pelo mercado, mas abaixo dos 172,5 bushels por acre indicados em setembro. A área a ser plantada deve ficar em 88,6 milhões de acres, sem alterações ante o mês passado. A área a ser colhida foi prevista em 80,8 milhões de acres, mesmo volume previsto pelo mercado e similar aos números do mês passado.

Os estoques finais de passagem da safra 2022/23 foram estimados em 1,172 bilhão de bushels, acima dos 1,127 bilhão de bushels previstos pelo mercado, contra 1,219 bilhão em setembro. As exportações em 2022/23 foram indicadas em 2,150 bilhões de bushels, ante os 2,275 bilhões de bushels do mês passado. O uso de milho para a produção de etanol foi indicado em 5,275 bilhões de bushels, contra os 5,325 bilhões de bushels indicados no mês anterior.

A safra global 2022/23 foi projetada em 1.168,74 milhão de toneladas, ante 1.172,58 milhão em setembro. O USDA estimou estoques finais da safra mundial 2022/23 em 301,19 milhões de toneladas, abaixo dos 301,6 milhões de toneladas previstos pelo mercado e das 304,53 milhões de toneladas indicadas em setembro.

A safra dos Estados Unidos em 2022/23 foi indicada em 352,95 milhões de toneladas, contra as 354,19 milhões de toneladas apontadas em setembro. A estimativa de safra brasileira é de 126 milhões de toneladas, inalterada. A produção da Argentina deve atingir 55 milhões de toneladas, também sem modificações. A Ucrânia teve sua projeção de safra mantida em 31,5 milhões de toneladas. A África do Sul teve a safra prevista em 17,3 milhões de toneladas, sem mudanças. A China teve sua estimativa de produção apontada em 274 milhões de toneladas, também sem mudanças ante setembro.

Para a temporada 2021/22, os estoques finais da safra mundial foram indicados em 307,1 milhões de toneladas, acima das 312,14 milhões de toneladas previstas no mês passado, enquanto mercado apostava em um número de 307,7 milhões de toneladas. A safra global 2021/22 foi reduzida de 1.219,76 milhão de toneladas para 1.217,30 milhão de toneladas.

Fonte: Agência Safras



 

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