O mercado brasileiro de trigo encerrou o mês de outubro com alta de 12,1% na média de preços nas principais praças de comercialização. Quando se compara à igual momento do ano passado, ainda acumula queda de 33%.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, depois da forte retração de setembro, essa alta pode ser creditada à deterioração das condições das lavouras brasileiras e ao início das intervenções governamentais no mercado.
No Rio Grande do Sul, a base de compra (nominal) é de R$ 1.135/tonelada, com alta de 13,5% em relação ao fechamento do mês de setembro. No Paraná, os R$ 1.140/tonelada indicados no interior do estado acumularam alta mensal de 15,9%. as chuvas não têm dado trégua.
“Além dos impactos qualitativos, que devem ser históricos, a produtividade será reduzida e há reportes de produtores no Rio Grande do Sul que decidiram abandonar as lavouras”, disse. O potencial de produção gaúcho era de 5,2 milhões de toneladas, contra 6,01 milhões de toneladas do ciclo anterior. Atualmente, esse número fica entre 3,2 e 3,6 milhões de toneladas. “Em relação à qualidade ainda, é prematuro fazer uma análise, pois, cerca da metade das lavouras ainda está no campo”, pontuou, disse.
Paraná
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 89% da área cultivada de 1,412 milhão de hectares. A área deve ser 14% maior do que em 2022, quando cultivou 1,237 milhão de hectares.
Rio Grande do Sul
A colheita de trigo atinge 58% da área no Rio Grande do Sul. Na semana passada, os trabalhos chegavam a 43%. Em igual momento do ano passado, eram 12%. A média dos últimos cinco anos é de 50%.
Argentina
A colheita de trigo avançou para 9,3% da área na Argentina, registrando avanço de 2,5 pontos porcentuais em relação à semana passada. Segundo a Bolsa de Buenos Aires, a safra é projetada em 15,4 milhões de toneladas. Já foram colhidas 595,03 mil toneladas ao longo de 538,696 mil hectares.
As lavouras argentinas se dividem entre condições boas ou excelentes (15%), normais (40%) e regulares ou ruins (45%). Na semana passada, eram 13%, 40% e 47%, respectivamente. Em igual momento do ano passado, 10%, 36% e 54%. O déficit hídrico atinge 43% da área. Na semana passada, eram 46%. Em igual momento do ano passado, 46%.
Autor/Fonte: Gabriel Nascimento / Agência SAFRAS