A primeira estimativa do custo de produção da soja da safra 21/22 foi divulgada pelo Imea e trouxe um custo total de produção (CT) 10,02% superior ao CT esperado para a temporada 20/21. Os principais fatores que impactaram neste aumento foram os insumos, o arrendamento e o custo da terra, os quais valorizaram devido à alta do dólar e da soja neste ano.

Para se ter uma ideia, a primeira previsão do dólar ponderado pela comercialização de insumos está 13,53% acima à do dólar da safra 20/21. Isso foi suficiente para afetar o preço de aquisição de sementes, fertilizantes e defensivos em 9,08%, 9,07% e 10,90%, respectivamente.

Já o arrendamento e custo da terra foram influenciados pela alta da soja, que teve como uma das causas o câmbio elevado, além das demandas interna e externa muito fortes. Assim, com mais de 24,00% dos insumos já negociados, a primeira estimativa de CT da safra 21/22 é de R$ 4.619,74/ha em MT.

Confira agora os principais destaques no boletim:

• O Indicador Imea-MT avançou 0,59% na comparação semanal. Apesar do recuo do dólar, a valorização da soja em Chicago impactou na elevação dos preços internos.

• A forte demanda pela soja estadunidense e o clima seco registrado nas áreas produtoras da América do Sul foram os motivadores para a alta dos preços do contrato corrente da CME-Group.



• A semeadura em Mato Grosso alcançou 98,47% das áreas, superando o percebido no mesmo período do ano passado. Apesar de os trabalhos estarem quase finalizados, muitas áreas precisaram ser ressemeadas no estado.

• O aumento dos custos previstos para a safra 21/22 influenciou na alta do Ponto de Equilíbrio (PE) em MT. Com isso, agora o sojicultor precisará de R$ 59,54/sc para cobrir seu Custo Operacional Efetivo (COE).

Condições de La Niña:

As temperaturas dos Niños, que auxiliam na caracterização dos fenômenos “El Niño” e “La Niña” estão indicando a ocorrência de La Niña – resfriamento das águas do oceano Pacífico equatorial, que modifica o padrão de chuvas em alguns lugares do globo.

Esta condição, de maneira geral, impacta em menos chuvas para a região sul do Brasil e Argentina, o que preocupa os players da soja, por estes locais representarem parcela significativa da produção da oleaginosa mundial. Por enquanto, de acordo com a Bolsa de Cereales, os trabalhos de semeadura na Argentina seguem em linha com o percebido nos últimos anos.

Já no RS, a Emater aponta um atraso em relação às safras passadas.  Apesar de ser cedo para avaliar os possíveis impactos do fenômeno atmosférico, este panorama climático é mais um dos fatores que estão impulsionando as cotações em Chicago e consequentemente os preços internos ofertados ao produtor brasileiro para a próxima safra.

Fonte: Imea

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