O satélite Amazonia 1, de observação da Terra, o primeiro a ser totalmente elaborado e operado pelo Brasil, já entrou em operação e irá captar dados para o monitoramento da agricultura em todo o território nacional, além de informações sobre a ocorrência de problemas ambientais.
Lançado no último domingo em Sriharikota, na Índia, pela agência espacial Indian Space Research Organisation (ISRO), o satélite foi construído pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com a Agência Espacial Brasileira, sob a coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
O diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Marcos Fava Neves, comemorou a iniciativa. “Sensacional. É o Brasil participando como protagonista da questão ambiental mundial”.
Para o chefe geral da Embrapa Territorial e titular da Academia Nacional de Agricultura da SNA, Evaristo de Miranda, o Amazonia 1 “representa uma conquista relevante para o País, sendo o primeiro satélite imageador (de captura de imagens) 100% brasileiro, e de alcance planetário”.
Miranda destacou ainda que o Amazonia 1 serviu para validar o funcionamento da Plataforma Multimissão (PMM), uma estrutura inovadora para o lançamento de satélites desenvolvida pelo Inpe, que servirá para futuras operações, reduzindo, dessa forma, os custos dos projetos espaciais.
Além disso, o especialista afirmou que os mecanismos de abertura dos painéis solares que integram o sistema representam um ganho relevante para a indústria nacional.
Funcionalidade
O Amazonia 1 foi programado para gerar imagens a cada cinco dias e também poderá fornecer dados de um ponto específico, em uma área agrícola, por exemplo, em dois dias.
Com seis quilômetros de fios e 14 mil conexões elétricas, o satélite será capaz de monitorar uma faixa de cerca de 850 km com 64 metros de resolução temporal, aspecto considerado bastante positivo pelo chefe geral da Embrapa.
A empresa, que tem grande experiência na área de monitoramento espacial, também participou do processo de elaboração do satélite junto ao Inpe, ao definir os requisitos básicos para sua construção.
“No momento, o Instituto está em fase de aprendizado a respeito do controle do satélite, em operações iniciais de altitude e de atitude (que envolve técnicas de orientação e posicionamento)”, explicou Miranda.
Segundo o instituto de pesquisas, o novo satélite irá permitir ainda a observação da região costeira do Brasil, dos reservatórios de água e das florestas.
Metas
O lançamento faz parte do programa Missão Amazonia, que prevê o desenvolvimento do Amazonia 1B e o Amazonia 2.
O Inpe ressaltou que a Missão deverá garantir ganhos tecnológicos ao País, com o desenvolvimento da indústria nacional e da consolidação do conhecimento a respeito do desenvolvimento de satélites.
Fontes: Inpe e Embrapa, disponível em SNA