Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a ferrugem-asiática é considerada policíclica, ou seja, é capaz de ocorrer mais de uma vez o logo do ciclo da cultura da soja, através de ciclos secundários. Dessa forma, o inóculo produzido infecta outras plantas ou os tecidos saudáveis da planta hospedeira, permitindo a ocorrência de múltiplos ciclos da doença ao longo do cultivo. Logo, a ferrugem-asiática pode ocorrer em qualquer estádio do desenvolvimento da soja.
Por ser considerado um fungo biotróficos (necessita de um hospedeiro vivo), é comum o aumento do desenvolvimento da ferrugem após o estabelecimento das lavouras no campo. O patógeno oriundo de plantas voluntárias de soja e/ou de áreas vizinhas cultivadas anteriormente, infecta lavouras produtoras, resultando em novos focos da ferrugem.
No Brasil, os primeiros registros de ferrugem-asiática já vêm ocorrendo em lavouras comerciais, sobretudo naquelas semeadas entre a primeira e a segunda quinzena de setembro. Em 18 de novembro, foi confirmado o primeiro caso da safra 2025/2026, no município de Corbélia (PR), em plantas de soja no estádio R3. O segundo registro ocorreu em 19 de novembro, no município de Itapetininga (SP), em lavoura no estádio R2. Ainda no Paraná, um terceiro caso foi reportado em 24 de novembro, no município de Terra Roxa, em soja no estádio R5. Todos os episódios foram observados em lavouras estabelecidas em setembro, reforçando a maior vulnerabilidade das semeaduras mais precoces ao avanço inicial da doença.
Atrelado a presença de ferrugem em soja voluntária, os casos relatados em áreas comerciais servem de alerta para áreas vizinhas, devendo-se intensificar práticas de monitoramento e manejo, especialmente em áreas próximas aos relatos, e sob condições adequadas ao desenvolvimento da doença.
Figura 1. Dispersão dos casos de ocorrência de ferrugem-asiática safra 2025/2026.

O processo de infecção depende diretamente da presença de água livre na superfície foliar. São necessárias, no mínimo, seis horas de molhamento para que ocorra a infecção, sendo que a taxa máxima de penetração do patógeno é registrada entre 10 e 12 horas de molhamento contínuo. Além da umidade, a temperatura atua como fator decisivo no progresso da ferrugem: faixas amenas, entre 18 °C e 26,5 °C, favorecem o estabelecimento da doença (Soares et al., 2023). Assim, o ambiente e clima, exercem papeis centrais na dinâmica epidêmica. Chuvas frequentes, associadas a períodos prolongados de orvalho e temperaturas amenas, criam condições ideais para o avanço da ferrugem ao longo da cultura.
Vale destacar que, em função da agressividade da doença, todas as medidas de manejo devem ser adotadas de forma preventiva a ocorrência da ferrugem-asiática. Com relação ao controle químico, deve-se priorizar o uso de fungicidas de maior performance, realizando a rotação de ingredientes ativos e grupos químicos, bem como associando fungicidas multissítios a sítio específicos para um manejo mais eficaz da doença.
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Veja Mais: Impacto econômico da ferrugem-asiática em soja, quando iniciar e até quando manter o monitoramento e controle da doença: critérios fenológicos e epidemiológicos.
Referências:
CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM. Parceria público-privada no combate à ferrugem asiática da soja. Disponível em: < http://www.consorcioantiferrugem.net/#/main >, acesso em: 26/11/2025.
SOARES, R. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa, Documentos, n. 256, 2023. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1158639 >, acesso em: 26/11/2025.





