A produção de etanol a partir do milho está em ascensão. Na safra 2021/2022 a produção foi de 3,47 bilhões de litros, aumento de 34,3% frente a safra anterior (Única¹). A projeção é de que até 2030 sejam produzidos 9,65 bilhões de litros, incremento de 188,9% (UNEM²).
Produção de DDG: A produção de DDG deverá ser de 2,28 milhões de toneladas na safra 2021/22, um aumento de 60% frente a produção de 1,3 milhão de toneladas em 2020/21 (UNEM²). Estima-se em a produção de grãos secos de destilaria alcance 6 milhões de toneladas até 2029 (UNEM²).
Segundo levantamento da Scot Consultoria, o preço médio do DDG subiu 2,2% frente a fevereiro e ficou cotado em R$1.750,43 por tonelada, sem o frete, considerando os preços convertidos para 32% de proteína bruta (PB).
Produção de DDG e WDG: Para o WDG, a cotação média subiu 2% na comparação feita mês a mês e a referência está em R$604,40 por tonelada, sem o frete, considerando os preços convertidos para 32% de proteína bruta (PB).
De maneira geral, a boa demanda pelo insumo em função da entressafra de capim, somado ao primeiro giro dos confinamentos de bovinos, é o principal fator de sustentação de preços, apesar do cenário mais fraco para soja e milho no fim de março.
Os preços vigentes do DDG e WDG são referência para contratos com entrega no primeiro
semestre de 2022. (Relatório Mensal da Scot Consultoria).
B3: Milho volta a fechar em alta para o dia e para a semana
Puxados, novamente, pela alta em Chicago (que pode incentivar as exportações e, com isto iniciar uma disputa pelo grão e elevar as cotações) e pelas compras de oportunidade dos investidores as cotações do milho no mercado futuro de São Paulo voltaram a fechar novamente em alta, nesta quinta-feira.
Mesmo com a maioria dos compradores do físico esteja abastecida e esperando apenas a colheita da Safrinha, a alta em Chicago (+0,96%), somada à alta do dólar (+0,16%) permitiu reação do mercado, nesta quinta-feira.
Com isto, todas as cotações do dia fecharam novamente em alta, nesta quinta-feira: o vencimento maio/22 foi cotado à R$ 88,51, alta de R$ 0,45/saca no dia e de R$ 1,98 nos últimos 5 pregões(semana); julho/22 fechou a R$ 88,88, alta de R$ 0,38 no dia e de R$ 2,47 na semana; setembro/22 fechou a R$ 89,58, com alta de R$ 0,30 no dia e de R$ 3,28 na semana e novembro/22 fechou a R$ 91,04 com alta de R$ 0,34 no dia e de R$ 3,10 na semana.
CHICAGO: Preocupação com oferta global, início lento do plantio nos EUA e greve na Argentina
A cotação do milho para maio22 fechou em alta de 0,96% ou 7,50 cents/bushel a $ 791,0. A cotação de julho22, importante para as exportações brasileiras, fechou em alta de 0,84% ou $ 6,50 cents/bushel a $ 784,50.
Renovada preocupação com o abastecimento global. A perspectiva produtiva na Ucrânia para a nova safra é incerta. Nos EUA, o plantio estaria começando muito devagar, devido ao clima desfavorável. Paralisação de transporte na Argentina, dificulta embarques.
Dados semanais da FAS mostraram que 1.333 MT de milho de safra velha foi vendido para exportação até a semana encerrada em 07/04. Isso foi no limite máximo das estimativas e uma alta de 4 semanas. A China e o México foram os principais compradores, embora a Coreia do Sul e a Colômbia também tenham encomendado mais de 100 mil toneladas. A China também foi o comprador exclusivo da nova safra durante a semana, tendo adicionado 408 mil T ao seu livro futuro. Os compromissos futuros ficaram em 2,97 MT em 07/04. Os compromissos de safras antigas estavam em 55,77 MT, ou 2,195 bbu.
A greve dos caminhoneiros argentinos continuou nesta quinta-feira, depois que uma reunião mediada de 3 horas não conseguiu chegar a um acordo. Os caminhoneiros protestavam contra os altos custos do diesel. Estimativas privadas assumem que 5-6 dias de estoques de grãos permanecem nos armazens do porto. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires manteve sua produção de milho inalterada à medida que a colheita avançava para 19% concluída.
As rígidas restrições de mobilidade por conta da covid-19 na China podem causar interrupções na produção de grãos plantados na primavera e aumentar as importações de arroz e milho, avalia a Fitch Ratings.
Segundo o relatório, embora as abundantes reservas de grãos do país mantenham a segurança alimentar nacional praticamente intacta, os preços dos grãos no mercado doméstico devem subir em 2022 em virtude da oferta e da demanda mais apertadas e dos preços globais de commodities agrícolas mais altos.
GIRO PELOS ESTADOS
- RIO GRANDE DO SUL: Preços estáveis ao redor de R$ 91,00/saca tanto de origem local, como de fora
Mercado de milho segue totalmente andando de lado, com indicações de comprador bem distantes das ofertas. Comprador referenciou a R$ 91,00 CIF Santo Ângelo e Chapecó, R$ 92,00 Marau e R$ 93,00 CIF Arroio do Meio. Já o vendedor posiciona ofertas que partem de R$ 93,00 interior.
Milho de outros estados: Milho vindo de outros estados (MS e MT) chegando ao estado a R$ 91,00 + ICMS, acabam inibindo novas altas.
Devido as baixas nos prêmios em todos os portos, exportação continua fora de mercado, não apresentando nem cotação, apenas especulando. Preços ao produtor, em Panambi, mantiveram-se em R$ 84,00 a produtor.
- SANTA CATARINA: Mercado continua com compradores retraídos
Oferta segue sem demanda. Ignorando cenário internacional e sem efeito cambial, mercado brasileiro de milho intensifica tendência de baixa com boas expectativas com a produção da 2ª safra Vendedores falando em R$ 92 a R$ 95 e compradores, quando se consegue arrancar uma ideia de preço, entre R$ 89/90,00/saca.
Milho importado, também está parado, com a alta dos fretes para as cargas que vem de outros estados ou os problemas de frete e alfândega para os milhos que vem do Paraguai. Preços de balcão ao redor de R$ 88,00 no estado.
- PARANÁ: Milho bem travado, continua sem negócios conhecidos
Milho da safra de verão está 92% colhida, segundo o relatório do Deral desta terça-feira. Do que está nas lavouras, 55% está em condição boa, 33% em condição média e 12% em condição ruim. Já o milho da safra de inverno está 100% lantado, com 97% em condição boa, 3% em condição média e zero em condição ruim.
Mercado de milho totalmente travado. Vendedor a 85,00 FOb sem compradores. O spot não tem liquidez na exportação e MI está abastecido.
Preços no porto futuro: A posição de julho, com entrega e pagamento até 30/08 ideia de R$ 87,40; para agosto pagamento 20/9 R$ 87,80; para setembro ideia de R$ 88,50 e outubro ideia de R$ 91,10.
- MATO GROSSO DO SUL: Mercado continua com zero negócios e preços estáveis
Mesmo com as altas de hoje, tanto em Chicago, quanto na B3, de hoje, o produtor está bem capitalizado, prefere não vender. Por outro lado, as indicações os preços mantiveram a alta do início da semana, sem cair, como mostra a nossa tabela ao lado. Mesmo sendo uma reserva para abastece o mercado interno, não se tem notícias de novos negócios para os estados do Sul, devido à alta do frete.
O preço do frete de Campo Grande até Paranaguá ou outros mercados do Sul está ao redor de R$ 260/t, mas já esteve a R$ 275 no início da guerra.
- GOIÁS: Mercado começa a semana travado
Poucas ofertas sobre a disponibilidade atual. Os compradores estão mais interessados na Safrinha, que começará a ser colhida em breve.
Preços em queda: Os preços se mantiveram estáveis, como mostra nossa tabela ao lado. Contudo, os tomadores continuam muito retraídos, principalmente dos outros estados, devido ao forte aumento nos preços dos fretes.
Fonte: T&F Agroeconômica