Segundo a estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), em seu relatório de março, a produção mundial de pluma na safra 2017/18 deverá fechar em 26.950 mil toneladas. Já a projeção para a safra 2018/19 é de uma produção de 25.886 mil de toneladas, resultado que significaria uma queda de 3,95% no volume produzido.
Quanto ao consumo global de algodão, estima-se para o fechamento da safra 2017/18 um consumo de 26.688 mil toneladas, esse volume significaria um superavit de 0,98% entre produção e consumo, depois de dois anos de deficit.
Já para a safra 2018/19, o cenário deve se inverter novamente, pois a demanda projetada é de 26.910 mil toneladas, valor 3,96% maior que o previsto para a produção no período. Caso esse cenário se confirme, ter-se-ia, para o final da safra 2018/19, uma redução de 6,23% no estoque de passagem. Em resumo, o panorama das últimas quatro safras seria de deficit na produção em três delas.
Caso o cenário acima se confirme, ter-se-ia, para o final da safra 2018/19, uma redução de 6,23% no estoque de passagem. Isso dá uma certa segurança ao produtor brasileiro quanto à remuneração para a safra vindoura, o que é o principal fator do aumento de área tão significativa, já que a recuperação do consumo interno ainda é lenta e não conseguiria absorver a maior parte da pluma que será colhida.
A boa notícia para os produtores é em relação à China, segundo maior importador do mundo, atrás somente de Bangladesh. A China deverá continuar a reduzir os seus estoques em 2018/19, apesar de um ligeiro declínio no uso, sendo provável que os níveis cheguem aos menores patamares desde o período 2010/11. As importações da China são importantíssimas para medir o aquecimento da demanda mundial de pluma. Desse modo, o incremento de 31% na expectativa do volume
Panorama nacional
A produção brasileira de algodão estimada para a safra 2018/19 é de 2.647,7 mil toneladas de pluma, isso significaria um aumento de 32% em relação ao produzido na safra anterior, que foi de 2.005,8 mil toneladas.
O aumento da produtividade, em relação à safra anterior, é estimado em 2,2%. O aumento de área esperado é de 35%, atingindo 1.585,6 mil hectares. Diante das recentes valorizações do dólar e dos contratos na Bolsa de Nova Iorque, os preços nacionais ganharam competitividade no mercado externo, aa ser importado para 2018/19, em relação à safra anterior, é comemorado por produtores.
Em 22 de fevereiro de 2019, em seu Fórum de Perspectivas Agrícolas, o Usda divulgou a sua projeção preliminar para a safra 2019/20 global de algodão. É previsto, inicialmente, que a oferta supere a demanda no período. Quanto à China, espera-se um aumento em produção, consumo e, principalmente, importação.
Com isso, os estoques chineses devem decair pelo quinto ano consecutivo. Todavia, com o aumento do estoques mundiais, a previsão inicial é que a cotação da pluma tenha um viés baixista, na média, no período 2019/20, mas os valores deverão continuar, ainda, proporcionando boa remuneração aos produtores de pluma de todo o mundo.
A proximidade com a paridade de exportação não era tão pequena desde o ano de 2008. No final de março, a fibra no FOB Santos ficou cotada por volta de US$0,77/ lb, valor cerca de 1,6% superior ao contrato de maior liquidez na Ice Futures no mesmo período. Há um mês e há um ano esses valores eram superiores em 9,5% e 11%, respectivamente. Esse movimento é importantíssimo, pois o excedente das safras 2017/18 e 2018/19 é muito grande e tem que ser exportado para se evitar um achatamento dos preços internamente.
Fonte: Conab