A fim de reverter uma tendência que tem ganhado força de tempos para cá, principalmente na região norte e oeste do Paraná, a Emater PR está promovendo na região de Maringá, uma série de encontros entre técnicos e produtores para intensificar e enfatizar a importância da adoção de técnicas que combatam a compactação dos solos. As perdas produtivas decorrentes podem representar até 50 sacas de milho e 30 sacas de soja por hectare no plantio de verão.

Um dos responsáveis pelo trabalho é Celso Daniel Seratto, engenheiro agrônomo da Emater PR, e, segundo ele avaliações da própria Emater e também de pesquisadores do Iapar, da Embrapa, de cooperativas regionais e também de profissionais da iniciativa privada, a compactação do solo é atualmente um dos principais fatores que mais está limitando a produção de grãos no estado.

“Detectar o problema pode parecer complexo, mas não é. Na verdade, é um processo relativamente simples para o produtor rural. O uso de equipamentos como o infiltrômetro mostra como está a capacidade de infiltração do solo. Todavia, na prática, se o produtor tem um sistema de terraços e uma chuva de 50mm ocorre logo após uma chuva corriqueira, ele tem condições de perceber a eficiência da drenagem de seu sistema checando se há depósito de água nas caixas as curvas. Se houver escorrimento superficial ou empossamento de água, o sistema de manejo que esse produtor adota está com problema de compactação. Um solo que é considerado bem manejado quando, mesmo já estando úmido, tem capacidade de infiltrar 450 mm por hora”, esclarece.

Ainda segundo ele, as causas podem ser naturais, gerada, por exemplo, pela derrubada de uma mata ou retirada de árvores, fazendo que o próprio efeito das chuvas, pela sua energia já seja suficiente para degradar o solo. A própria degradação da matéria orgânica que existia originalmente no solo também provoca a compactação. Com relação às práticas de manejo nos campos de lavouras, dois dos fatores que mais têm contribuído para o problema são o tráfego de máquina e a não “injeção” de raízes no solo, cuja prática elementar da rotação de culturas pode ajudar a resolver.

“Muito se fala sobre manter a cobertura de palha. Isso é indiscutível, mas não tem como por palha sem ter raiz. Lógico que eu posso até jogar feno ou palhada de milho numa área pequena, como numa horta. Mas é preciso adotar o conceito de produzir o máximo possível de raiz e palha no sistema, porque aí eu estarei injetando matéria orgânica, que é o principal fator de combate à compactação do solo. E não é só isso; injetar raiz e palha no sistema permite que o solo tenha mais aeração, reserve mais umidade, cicle mais nutrientes, ative a microbiologia do solo. Tudo isso somado, vai contribuir não apenas para descompactar o solo, também para aumentar a expressão do potencial genético da planta, além, inclusive, de promover o melhor aproveitamento dos nutrientes e fertilizantes”, enumera.

No dias de hoje, o produtor trabalha com margens bem estreitas e a compactação faz com ele tenha nas safras de verão perdas da ordem de 30 a 50 sacas de milho ou de 20 a 30 sacas de soja por hectare pelo efeito dos solos compactados. Seratto explica ainda que se ele promover algum tipo de descompactação biológica com o uso de plantas, consegue reverter e evoluir rapidamente na questão da produtividade e da segurança da lavoura. O uso de adubos verdes é uma medida que é rentável, mas que o produtor ainda tende a enxergar como despesa, quando, na verdade, é um investimento dos mais seguros que existe para a colheita seguinte da soja.

“Por que plantar milho tarde, sobre alto risco e baixo investimento com uma possibilidade de prejuízo enorme se vier uma geada? Se não for conseguir plantar milho cedo da safrinha, opte pelo adubo verde usando as espécies mais adequadas. É uma estratégica econômica que vai reduzir o risco da família no cultivo de grãos na propriedade porque será possível minimizar o prejuízo com o milho e potencializar o lucro com a soja”, sugere Seratto.

Com informações da assessoria de imprensa da Emater PR

Fonte: Redação FEBRAPDP –  Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação

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