O mercado brasileiro de milho registrou preços bem firmes no decorrer de julho. De acordo com a Safras Consultoria, a primeira metade do mês foi marcada por movimentos mais baixos nos preços, com os produtores ofertando maiores volumes do cereal e com os preços mais acomodados no porto.
O cenário mudou a partir da segunda metade de julho e os preços passaram a subir, em meio à perspectiva de falta de chuvas no Meio-Oeste dos Estados Unidos, o que trouxe suporte em Chicago. No Brasil, o movimento de aceleração do dólar frente ao real se intensificou, o que levou os produtores a segurarem as fixações de venda. O câmbio mais favorável proporcionou um movimento de preços mais altos nos portos e um comportamento mais agressivo das tradings na busca por negócios focados na exportação.
No âmbito interno, necessitando de ofertas para atender as demandas mais urgentes de abastecimento, houve um maior interesse por parte dos consumidores, que tiveram de pagar mais pelo cereal. Após as compras, o movimento de negócios diminuiu novamente, mas os preços seguiram em patamares mais elevados.
Para o mês de agosto, a Safras Consultoria destaca que o foco seguirá no câmbio e no quadro de desenvolvimento das lavouras norte-americanas de milho. A continuidade do movimento de desvalorização do real frente ao dólar pode fomentar um maior movimento voltado a exportação, levando os produtores a manterem menores intenções de venda no cenário doméstico. No cenário internacional, contudo, a perspectiva de uma boa safra nos Estados Unidos, com o retorno esperado das chuvas no curto prazo, deve contribuir para manter os preços em Chicago com um viés baixista.
Preços internos
O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 57,84 no dia 31 de julho, alta de 4,09% frente aos R$ 55,57 registrados no fechamento de junho.
No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, foi cotado a R$ 58,00, alta de 5,45% frente aos R$ 55,00 praticados no encerramento de junho.
Em Campinas/CIF, a cotação subiu 5,08% em julho, passando de R$ 59,00 para R$ 62,00. Na região da Mogiana paulista, o cereal foi cotado a R$ 57,00, avanço de 3,64% frente aos R$ 55,00 praticados no encerramento de junho.
Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação da saca avançou 14,29% ao longo do mês, passando de R$ 42,00 para R$ 48,00 por saca. Em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço subiu 0,76% durante o mês, passando de R$ 65,50 para R$ 66,00.
Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda subiu 3,77% ao longo de julho, de R$ 53,00 para R$ 55,00. Em Rio Verde, Goiás, a saca foi cotada a R$ 50,00 na venda, alta de 8,70% frente aos R$ 46,00 registrados no final de junho.
Exportações
As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 549,154 milhões em julho (20 dias úteis), com média diária de US$ 27,457 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 2,760 milhões de toneladas, com média de 138,043 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 198,40.
Em relação a julho de 2023, houve baixa de 44,3% no valor médio diário da exportação, queda de 31,5% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 18,8% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Autor/Fonte: Arno Baasch / Safras News